lembranças

711 46 4
                                    

Minha vida tinha mudado completamente de cenário em apenas quatro meses, alguns ainda eram doloridos, entanto alguns outros era como empurrar com a barriga. Era como pequenas partículas de poeira no chão, colocada debaixo pro tapete. Como dizia o ditado que minha abuelita sempre dizia: Cada maestrillo tiene su librillo. (Essa expressão diz que cada pessoa tem sua própria maneira de fazer suas responsabilidades.) Eu tinha as minhas, finalmente estava no primeiro ano de faculdade, era algo novo, sair do ensino médio foi alívio.

Meu pai conseguiu o emprego na escola estadual de Freeridge, ele praticamente passava horas falando o quanto precisava levar um mundial com os garotos do time de futebol americano. Eu e monse continuamos amigas, ligações aos telefone e skin care juntas todas sexta-feira era os melhores momentos pra mim, junto com jasmine, ela era meia louca, mas era divertido estar com as meninas. Ruby e eu nos aproximamos depois do tiro, ele praticamente ia quase todo final de semana comigo a igreja, junto com a mãe dele, minha avó e meu pai. O meu pai e o pai do jamal são melhores amigos desde de infância, então alguns domingos eu ia na casa do mesmo, ver alguns jogos de futebol, era engraçado ficar junto do jamal e ouvir as histórias de quantas garotas ele estava pegando.

Monse terminou com César, mas eles ainda eram amigos, eu e o little spooky por outro lado, estávamos afastado por conta do que houve, eu ainda não estava preparada pra lidar com os irmãos Diaz naquele momento. É sobre o idiota do spooky, eu realmente me arrependo de ter tido algum sentimento por ele.

Flashback

Algumas semanas, eu iniciei minhas aulas da faculdade. O percurso tinha se tornado um pouco mais longe, era um metrô e um ônibus, mas nada que fosse realmente estressante ou dificultoso. Depois do que houve comigo, eu tinha evitado um pouco o caminho pela casa dos irmãos Diaz, que ficava justamente perto da minha, mas eu tinha colocado na minha cabeça que estava cansada dessa merda de ficar evitando, eu precisava superar isso.

Ao sair da faculdade, pegar o metro e depois o ônibus, fui caminhando os quarteirões a caminho de casa, naquele exato momento percebi a movimentação na rua, a gangue dos santos estavam dando uma festa na varanda de casa do oscar, a fumaça da grelha pareava ao redor, todos aqueles cholos sentados no sofá e bebendo como se fosse praticamente um show de rap em freeridge. Mas não esperava que o rap seria o Ruby, ao ver ele cantando e se divertindo, eu só pensava que ''merda esse garoto está fazendo ai?!''

Como uma boa teimosa e impulsiva que sou esperei o travis scott mirin terminar seu show, vendo ele soltar o microfone, fui até o mesmo o puxando para fora da festa.

—"Você perdeu a cabeça, você tomou um tiro por causa de gangues e vem aqui se divertir?"

Falo com a voz exaltada e deixando ruby meio constrangido, o mesmo na hora me repreendeu:

—"Olívia, não é nada disso, você sabe o quanto a gente ficou mal, você optou por terapia, mas e eu? Crises de ansiedades ao dormir? Ficar em casa com a namorada branca do Mario ou ir igreja com a minha mãe? Eu estava andando praticamente com medo de tudo! Você mais do que ninguém deveria saber como eu me sinto, você levou aquele tiro junto comigo."

Ruby conseguiu me fazer ficar calada e tenta reparar algo que eu poderia ter dito que o magoou.

— "Ruby, você está certo, eu não quis ser chata, também continuo com medo, talvez seja isso que tenha me feito surtar e vim até aqui... Você me desculpa?"

Coloco o dedo mindinho no dele, ele solta uns risos ao ver nossos dedos mindinho juntinhos e entrelaçados.

"Eu te desculpo, é isso que os amigos fazem. Você é minha amiga, porquê eu sei que se importa comigo."

Vendo ruby meio bêbado e feliz, o abraço forte e com rapidez.

"O Mario está te esperando, vai lá cantar a última música, manda ver garoto!"

O empurro devagar, vendo o mesmo ir até a bancada do dj, pegando o microfone e fazendo rimas.

Não tinha nem lembrado da existência do Oscar, até vê-lo perto da bancada, enfiando a língua na boca de outra garota. Uma morena, bem vestida, encorpada, tatuagens no braço, aparentava ser chicana. Mas a sensação de ver alguém que você ama sendo tocado por outra garota, era esmagadora, minha única reação foi de querer sair correndo dali, mas ao invés disso, fiquei observando os dois de longe com tanto desprezo, até a mesma perceber, parar o beijo e vim em direção a mim, como se tivesse já escutado falar de mim:

"O que você está olhando, vadia?"

Começo a rir sendo sarcástica, bancando a desentendida, a encarando de cima a baixo, aproximando meu rosto do dela, falando no tom de deboche:

"Quem você está chamando de vadia, sua cadela de merda?"

Oscar corre até a sua ficante, a puxando pelo braço, me olhando como se estivesse sido pego em hora ruim. O encaro fixamente e com desdém:

—"Você merece uma garota desse tipo, baixa e sem pouco amor. Fico feliz por você, sério! Se terminar com ela, pelo menos a der uma explicação, não fuja como um covarde, como fez comigo Spooky!"

Me afastando, colocando minhas mãos no bolso e me retirando do local como se nada tivesse acontecido, eu não entraria em briga por causa dele. O deixando sem reação, sigo caminhando e escutando a garota gritar, falando que iria me pegar, Spooky a encara e dizendo:

— "Cala a boca, não se meta com ela ou eu juro que você irá se arrepender!"

Oscar disse ai encarar a garota com quem estava ficando, ao me ver ir embora, o mesmo apertar a garrafa de bebida em sua mão com raiva e se retirando do local.

...

Aquela noite, ao chegar perto da minha casa, me sentando em dos degraus da escada da varanda, observando o silêncio na rua e sem movimentação de pessoas. Mordendo meus lábios ao me sentir cansada, tentando conter minhas lágrimas, as lembranças com Spooky me assombrava novamente, eu tinha passado os quatro meses chorando por causa do dele, mas depois do que tinha visto hoje, tinha me dado conta que não fui eu a culpada do nosso término, foi ele.












El verano de los santos 🍁Onde histórias criam vida. Descubra agora