anti herói

993 68 8
                                    

Os amassos entre mim e o Oscar tinha se tornado frequentes no banco detrás do carro dele, toques selvagens e o cheiro dele, tinha enpreguinado em minha pele e no meu travesseiro, mas ainda não tínhamos chegado ao sexo de verdade, não que ele não tenha tentado, é como ele tentou... Mas eu ainda queria esperar, tudo era muito recente, nem tínhamos nada rotulado.

Nossos momentos juntos era praticamente um irritar ao outro e depois se pegar como dois loucos, o jeito como ele conseguia me consumir era como um fruto proibido, o gosto do seus lábios era como uma droga, uma marijuana pra mim. O jeito que ele me fazia suspirar no banco detrás do seu Impala, ele me deixava louca, eu sentia um frio na barriga, parecia que eu ia vomitar borboletas a qualquer momento, metaforicamente. Estávamos em sintonia, quando ficávamos juntos Spooky mostrava um lado protetor e carinhoso que eu não conhecia, a forma como ele ficava me esperando ao sair do trabalho e me ligando pra saber como foi o meu dia, aquilo era o suficiente para completar os meus dias.

-

A temporada de festa de verão no quintal tinha começado: músicas mexicanas, balões de flores coloridas, a rua estava praticamente enfeitada, minha abuelita estava pronta pra chamar toda vizinhança para o nosso quintal. Mandei mensagem convidando Monse, César, Ruby, Jamal e Oscar. Eu estava tão animada e feliz para me dar conta que aquilo poderia ser destruído em segundos.

Eu pensei comigo mesma, talvez o convite ao Oscar poderia ser pessoalmente né, não pensei duas vezes, fui até a casa dele. Ao chegar lá, caminhei até porta mas percebi que estava meia aberta, vi a sala vazia e o silêncio era notável, não tinha ninguém ali. Então escutei o barulho vindo do seu quintal, fui correndo ansiosamente, queria fazer uma surpresa, mas logo, o vendo sentado no sofá marrom com uma de suas amigas de gangue, ela estava sentada no seu colo dele e pareciam bem íntimos, quase beijando seu pescoço. Ao notar minha presença, Oscar a empurrou da sua vista e me encarou constrangido:   —"Ei chica, o que está fazendo aqui?" - ele disse quase gaguejando.

O meu rosto de feliz tinha ido de tristeza em questão de segundos, mordi meus lábios e fiz uma cara de decepção:  —"Nada, eu ia te convidar para algo mas não importa mas agora. Eu vou nessa." -

Me virando e indo embora, tudo que eu pensava, é como poderia ter sido tão idiota. —ARGGGGGHHHH!

Continue caminhando sem olhar pra trás, Oscar correu em direção a mim, me puxando pelo braço:   —"Olívia, eu posso explicar, não aconteceu nada demais nena, eu estava justamente querendo terminar com ela, isso foi antes de você."

O encarei com raiva e balançando a cabeça em negação:   —"Com essa vadia sentada ao seu colo, Spooky! Você tem a coragem de dizer que não aconteceu nada?! Inventa outra desculpa, cara!."

Dando as costas novamente, Oscar tenta minha atenção de qualquer jeito, me puxando pelo braço sem notar o dobro de sua força, me sentindo encurralada, o encaro seriamente e falando alto:   —"Me solta agora, senão eu vou gritar!!"

Observando ele erguer suas sombrancelhas com raiva, percebendo ser ameaçado por minhas palavras: —"Porque está agindo como uma estúpida?"

Ouvir aquilo foi o suficiente, dando-lhe um empurrão, um tapa forte em seu peitoral:  —" Eu sou estúpida? Vai se ferrar seu babaca, não fala comigo nunca mais."

Ao caminhar aqueles malditos quarteirões, emburrada comigo mesma, realmente pensei que o nosso lance era sério, que ele podia ser diferente. Naquela noite, depois de colocar o meu pijama, não tive vontade de absolutamente nada, observei todo mundo pela janela do meu quarto, a festa de verão acontecendo lá fora, pessoas rindo e dançando como se nada importasse, parecia bem irritante. Minha abuelita não entendeu o motivo, eu estava tão animada pela manhã, eu não quis mas participar da festa, ela não me obrigou. César e Monse tentaram me animar mas não adiantava, eu estava tão chateada demais, tudo que eu queria naquela noite era dormir, evitar falar ou se quer conversar com alguém direito.

Exceto meu pai, precisava ouvir a voz dele e me sentir familiar a alguém. Naquela tarde, eu o liguei, ficamos conversando por horas sobre a minha infância e sobre os filmes de gangue que assistíamos juntos, escutando meu pai falar o quanto eu gostava dos vilões do filmes e nunca dos caras bonzinhos, aquilo me abriu os olhos em relação ao Oscar. Eu coloquei expectativas em algo poderia dar totalmente errado. Verdade seja dita, eu nunca me apaixonava pelos caras bonzinhos e heróis, era sempre os vilões, os que destruía tudo a sua volta, era os anti heróis.

El verano de los santos 🍁Onde histórias criam vida. Descubra agora