the good kind

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Meses se passaram depois de toda  tragédia que aconteceu comigo. Meu pai tinha largado tudo na nossa antiga cidade, voltado para Freeridge por minha causa, ele precisava nos manter financeira, é finalmente ele tinha uma entrevista de emprego em escola estadual perto de casa, como técnico. 

Ao acordar aquela manhã e ver ele bem arrumado na cozinha, fazendo panquecas com framboesa e mertilio, eu tive a sensação de voltar aos meus  oito anos idade.

  —"Pai, você está perfeito e aposto 20 dólares que você vai conseguir esse emprego."

Falo sorrindo, indo até o balcão da cozinha, me sentando em cima da bancada da pia, pegando um pedacinho das frutas que ficaram ao redor das panquecas, meu pai me olha, dar um tapa de leve em meus dedos.

" pai, o que foi isso?" — tentando segurar o riso ao perguntar.

"Senta na mesa, você precisa se alimentar direito. Hoje é um grande dia, você tem a sua entrevista pra faculdade e o seu estágio no jornal, apenas quero que não se cobre tanto hija e não esqueça da terapia!"

Ele falou com um olhar motivador e colocando os braços pra cima, como se tivesse ganhado uma luta de ufc, pulo do balcão e vou até a mesa, sentado, dou um sorrido de canto e logo em seguida afirmando:

  —''Sobre a faculdade sei que entrarei, minhas notas foram boas e eu me dediquei o suficiente pra isso, mas às vezes, eu fico me perguntando se eu..."

Meu pai interrompe minha palavras.

  —"Você sabe que é boa o suficiente mija, seu potencial é incrível! Você pode deixar de acreditar em tudo, mas nunca deixe de acreditar em si mesma!!"

Olho pro meu mesmo, sorrio e me alívio com sermões motivacionais, pegando o suco de laranja, enquanto pensamentos bons se faziam presente sobre minha cabeça.

   —"Você é meu pai por isso está falando essas coisas, não posso te dar crédito técnico, Baker!"

Falo tentando segurar o riso, meu pai solta uma gargalhada ao ouvir chamá-lo de técnico, mas no fundo ele sabia já que conseguiria aquele emprego. Ele conhecia freeridge como ninguém, toda sua juventude ali, ele já tinha feito parte de gangue, foi preso algumas vezes só pelo fato de ser homem negro, meu pai era ativista do movimento e isso me deixava orgulhosa dele. Mas ele era inteligente e sábio, o quanto eu o admirava por ter escolhidos decisões corretas que o levaram até a minha mãe. Não tinha palavras pra descrever.

  —"Filha, eu preciso ir, estou atrasado, eu te amo tá?!"

Observo meu pai olhar pro relógio, me levantando, dou um abraço forte e o solto rapidamente: -"Também te amo pai, nós vemos a noite!"

Observo meu pai caminhar até a porta e o vejo saindo, vou até o sofá, olho pro meu celular, pegando minha bolsa e me encorajando ir até porta. Naquele exato momento o único pensamento que pareava sobre minha mente era: "Meu pai realmente estava certo sobre mim, a única coisa que ainda me restava era o meu sonho de ir pra faculdade, estava na hora deixar o que passou pra trás,  aceitar que as vezes tudo pode mudar em questão de tempo, mas eu ainda era a eu mesma. Eu precisava percorrer meus caminhos e minhas escolhas.

El verano de los santos 🍁Onde histórias criam vida. Descubra agora