19th street x Oscar

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A rua 19 já tinha conseguido acabar com a cuchillos, agora só faltava o Oscar. Mas eles não conseguiram o encontrar, então o alvo acabou sendo eu.

Ao acordar por volta das 08:30, finalmente eu me dei uma folga da faculdade, minha abuelita e meu pai tinha ido ao supermercado. Eu fiquei na sala assistindo tv, mas eu tinha uma ligeira impressão que estava sendo observada dentro da minha própria casa mas achei que era coisa da minha cabeça.

Levantei do sofá, caminhei até o meu quarto, indo até a minha cômoda e pegando meu celular, observo o reflexo escuro na parede, a sombra de alguém atrás de mim, sinto as mãos de Cuetes me agarrar por trás, calando minha boca para não gritar, levando seus lábios no meu ouvido, direcionando uma arma na minha cabeça, enquanto falava com a voz maliciosa:

— "Quando não encontramos o mensageiro, vamos direto a puta dele!"

Me debatendo em seus braços, dando uma mordida em sua mão ao conseguir me soltar rapidamente, mas logo que me viro de frente, Cuetes dar um soco forte com o final da arma em meu rosto, o impacto foi tão forte, me fazendo cair ao chão e ficando desacordada por alguns minutos.

(...)

Ao acordar  no chão do meu quarto com a boca sangrando pelo soco, Cuetes permanecia em minha frente, me encarando com arma em minha testa:

— "Aonde está o spooky? No sea estúpida de gritar ou tiro vai ser no meio da sua testa!"

Assustada, o encarando com repulsa por ter me machucado, notando ele se aproxima de frente a mim, ficando acocorado, deslizando seus dedos em meu rosto e em minha boca:

— "Você é tão linda chica, sabe desde daquele dia no festival, algo em você mexeu comigo... Por isso, eu posso te foder primeiro e depois matar!"

Ao ouvir aquilo com repulsa, sentindo meu estômago embrulhar, falo rangendo os dentes e chorando:

— "Por favor, eu e ele terminamos, eu não sei onde ele está, apenas vai embora!"

Cuetes rir ao ver o desespero em meu rosto, me puxando pela nuca fortemente com arma ainda apontada na minha cabeça, me levando até a cozinha, me fazendo sentar em uma das cadeiras da mesa de jantar e falando com raiva:

"Ele vai aparecer... porquê ele sabe que você vai sofrer as consequências, por ele ter sobrevivido!"

As horas se passou, enquanto ficava travada na cadeira, notando Cuetes me comer com olhos, reparando uma sombra na janela da cozinha, Oscar mostra seu rosto de relance pelo vidro da janela, acenando com a cabeça, me mandando correr para fora da casa.

Reparando um jarro de tulípas em cima da mesa, o preferido da minha avó, naquele pequeno instante, tive que confiar no meus instintos, me concentrando enquanto olhava para cuetes, o vendo se aproximar de mim, sorrateiramente.

Rapidamente pegando o jarro e o jogando sobre seu rosto, corro em direção a porta de frente, abrindo-a com pressa,  escorregando ao correr os degraus da varanda, caindo na grama, vendo Cuetes aponta a arma em direção a mim, antes que ele tentasse atirar, Oscar aponta a sua Glock em mira do Cuetes, dando vários tiros em seu peito. Me assustando com o barulho dos tiros e vendo Cuetes cair morto na minha frente.

Alguns minutos foram o suficientes, viaturas parando, polícias correndo e direcionando armas em direção ao Oscar, gritando e o mandando se ajoelhar e colocar sua arma ao chão.

Olho em direção, o vendo se ajoelhar com as mãos na cabeça. Observo as luzes vermelhas e azuis parear sobre seu rosto, lágrimas começaram a escorrer em minhas bochechas, sabíamos o que estaria prestes a acontecer:

— "Não, Oscar... não, por favor!"

Ele fica com as mãos na cabeça e me olhando, falando com expressão de arrependimento e tristeza em seu rosto:

— "Eu deveria ter te escutado, desculpa amor, cuide do nosso filho, eu amo vocês!"

Me levanto para tentar ir até ele, um dos polícias me segura sem deixar e me apertando. Oscar me olha acenando como se fosse um não com a cabeça, me avisando para não se mexer. Eu seria mais uma garota negra nunca seria ouvida por um policial, poderia ser presa por cúmplice. Observando ele ser algemado.

Logo em seguida, vendo meu pai e minha abuelita se aproximarem perto de casa, meu pai solta as compras no chão ao perceber a movimentação, correndo em direção a mim ao me ver machucada. Me soltando dos braços do policial, correndo em direção ao meu pai, aos prantos e gritando alto:

—"Pai, eles levaram o Oscar!"

Meu pai observa Oscar sendo preso, sendo levado até o carro. O mesmo segura meu rosto sem me deixar ver Oscar sendo preso, dando um beijo  minha cabeça e falando baixinho:

  —"Calma mija, vai ficar tudo bem, vamos ajudar o Oscar!"

Aquela noite parecia interminável, meu pai me levou ao hospital, tive que ficar 24 horas em emergência por uma torção no meu braço e no pulso, aquela cena se repetia na mente diversas vezes. Oscar estava seguindo para um dos sistemas prisional de Los Angeles, ao dar meu depoimento na delegacia, alguns dos policiais queria me fazer depor contra o meu próprio namorado, mas uma coisa era certa, mesmo sendo silenciada por ser uma garota negra e ex viciada, aquela noite, minha lealdade e gratidão era tudo que eu poderia oferecer ao homem que eu me salvou e seu filho. 

El verano de los santos 🍁Onde histórias criam vida. Descubra agora