— Mãe! Tem um pulguento em meu quarto!
Pulguento?
Fui em direção aos gritos, quando vi o Shikamaru descer as escadas com o abacaxi em mãos, ele cobria o rosto com o braço enquanto segurava o gato de mal jeito com o outro braço.
— Ei! Segura direito o Abacaxi!
Fui até ele, estava incrédula de como ele estava tratando o meu precioso filho.
— Esse bichano é seu?
Ele jogou meu gato no chão, sem mais nem menos, e começou a limpar a roupa.
Meu gato começou a miar, e veio até mim, me agachei e fiquei acariciando ele enquanto comecei a falar.
— O meu amor, ele não te tratou bem, não é? — se fosse possível, eu queimaria o Shikamaru inteiro com os meus olhos — Eu sei, o Shikamaru é uma pessoa... — vi a senhora Yoshino entrando na sala horrorizada — um pouco difícil de lidar, mas está tudo bem, ele só não gosta que mexam em suas coisas, vem com a mamãe.
Peguei no colo e acariciei o seu pelo branco.
— Não quero que esse animal entre em meu quero novamente!
Ele parecia irritado, quem é que se irrita por causa de um gato?
Tipo, é um animal fofo e bonito, que só dorme e come. Qual é o problema?
— Meu Deus, eu vou na farmácia, tentem não se matar, por favor.
Yoshino saiu rápido enquanto o Shikamaru saiu pisando duro.
— Ei! — o chamei quando vi que a mãe dele já tinha saído — isso não vai ficar assim — ouvir a sua risada sarcástica quando ele se virar em minha direção — Você vai pagar caro pela forma que tratou do abacaxi.
Ele cruzou os braços.
— Se esse animal encostar em mim de novo, esqueça que um dia ele foi seu.
Como é que é? Ele está ameaçando o meu gatinho? O meu abacaxi...
— O que aconteceu?
Vejo a minha mãe e desisto de rebater.
— Nada.
Saí da sala e voltei pro meu quarto, voltei a fazer o que eu estava fazendo, arrumando as minhas malas em meu novo quarto, ele é bem maior que o antigo, mas muito sem graça, todo branco, e só tem uma cama e um closet.
Nada mais, cade o tapete? A poltrona? Um criado mudo? Nada!
Já havia conversado com a minha mãe, e ela me deixou pintar apenas uma parede, apenas uma! Meu antigo quarto era menor, mas pelo menos era todo pintado, bonito!
Não sem graça!
"Toc toc"
— Pode entrar.
A porta se abriu e minha mãe entrou.
— Oi filha, se possível, até a Yo voltar, não tire o abacaxi desse quarto, por favor, o Shikamaru não se dá bem com gatos, mas logo vai ser resolvido quando a mãe dele chegar.
Ela saiu, fechou a porta e não disse mais nada. Eles vão fazer algo com meu animalzinho quando eu não estiver? Eu terei que doar ele? Meu Deus!
Não quero isso, e agora? A já sei, eles querem ele aqui dentro para ser mais fácil se pegar ele, tudo culpa daquele mimado, aquele garoto!
Peguei a pelúcia favorita do abacaxi (uma pelúcia em formato de abacaxi), e saí do quarto deixando meu gatinho preso, ignorei os miados dele, e fui até o quarto do Shikamaru, bati na porta e esperei que ele abrisse.
— O que é que você quer?
Guardei todo o ódio e rancor dentro do meu peito e tentei ao meu máximo fazer uma expressão amigável.
— Eu sei que a mudança minha para a sua casa tenha sido, está sendo difícil para você, e sei também que a minha presença te incomoda, não só a minha presença, mas a do abacaxi também, então queria me redimir, já que vamos ter que morar juntos... — estendi a pelúcia, quero saber como ele vai reagir quando descobrir que esta com um ursinho que já foi babado pelo abacaxi — espero que você goste...
— Por que eu vou querer uma pelúcia?
Olhei para o chão, não conseguir olhar para a cara dele.
— Só aceita, tá bom? Eu tô tentando ser legal, mas você é um pé no saco.
Joguei a pelúcia em sua cara, e depois a peguei.
— Temari!
Ele me chamou, mas eu sair, não quero mais ver ele.
Ele é um idiota! Eu quero ir embora! Poxa, que moleque chato, nem um presente aceita.
Crem Deus pai!
— Ele é um chato abacaxi!
Resmunguei, e fechei a porta.
.
Fitei o meu gatinho dormindo, ele estava tão sereno, finalmente arrumei todas as minhas roupas.
Ouvi alguns passos de correria pelo corredor, a porta do meu quarto é aberta bruscamente.
— O abacaxi saiu do quarto?
Meu gato acordou e se espreguiçou.
— Não, desde que mãe disse para ele não sair, ele não saiu.
Já estava escurecendo, e ela havia me avisado logo após o almoço.
— Aí meu Deus!
Ela saiu correndo, levantei assustada e sair atrás dela.
Foi quando eu vi o Shikamaru sendo carregado até o andar de baixo pelos socorristas.
— O que está acontecendo?
Desci as escadas, e vi o homem entubando o Shikamaru.
— Ele é muito alérgico a gato, a Yo estava procurando um remédio específico que passa, mas não estava encontrando.
Minha mãe estava saindo, atordoada.
Automaticamente eu lembrei da pelúcia que joguei na cara dele...
Meu Deus!
O que foi que eu fiz? Por que não me avisaram que ele era alérgico?
A maneira que a senhora Yoshino saiu apressada quando viu ele com o gato... O aviso da mamãe... Estava tão óbvio! A reação dele... Meu Deus! Eu tentei matar o moleque! Ele é insuportável, mas não merece morrer.
O que eu fiz... Meu Deus! O que eu fiz?
O abacaxi se esfregou em minha perna, limpei os meus olhos cheios de lágrimas e o peguei em meu colo e subi para o meu quarto.
— Eu sou um monstro, abacaxi... Eu sou um monstro!
Eu queria que ele pagasse... Mas não com a vida...
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meu tormento diário
FanfictionApós a morte do pai, Temari foi obrigado a morar com Shikamaru, que também perdeu o pai, devido às suas mães decidirem morar juntos, porém, os dois nunca se deram bem, e morar juntos será um desafio para ambos, principalmente quando descobrem o sen...