capítulo 14: Venha buscar seu presente

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Empacotei a última caixa, quando minha mãe entrou no quarto e levou o Shikamaru com ela, já estava tarde, mas mesmo assim, iríamos sair dessa casa hoje. Não iríamos direto para Suna, e sim para casa da minha avó.

Fiquei sozinha, criando forças para me despedir desse quarto, mas tenho certeza que irei desabar quando me despedir os Shikamaru.

Ele retornou, quando eu já tinha levado as malas para o carro, o caminhão viria amanhã pegar o restante das coisas que minha mãe havia comprado.

Então fingir está procurando por algo, na esperança de ficar mais tempo aqui, não quero ir embora...

— Temari... — Sorri, sentindo a bochecha molhada, que ironia, meses atrás não queria nem ter entrado nesta casa, mas hoje... — Vou sentir a sua falta.

Shikamaru me abraçou por trás. Forte o suficiente, segurei os seus braços, e fechei os olhos, na esperança de que ele nunca me soltasse, mas infelizmente ele me solta.

— Eu lamento muito, toda essa situação...

Desabafei. Meu pai está sendo acusado de assassinato, mas não consigo sentir raiva da Yoshino, sei que alguém a alimentou com falsas mentiras, e uma mulher em pleno luto tendo que conviver com o supostos assassinos de seu marido, não é fácil.

— Eu que lamento, não sei o que deu em minha mãe, ela não é assim, ela não acusa as pessoas sem provas concretas.

Toquei no ombro do Shikamaru.

— Se alguém me colocasse na cabeça que seu pai havia matado o meu, eu faria pior que a sua mãe, eu nem olharia mais em sua cara, mesmo te amando tanto — suspirei fundo, evitando seus olhos — saber que não veremos mais a pessoa que tanto amamos, dói na alma, além do mais, seus pais se conhecem ha tanto tempo, eles namoraram, casaram e tiveram você... — toquei em seu rosto — se eu estivesse no lugar dela, e sei lá, você e o Naruto morresse e eu fosse morar com a Hinata e alguém colocar em minha cabeça que o Naruto te matou, eu enlouqueceria, no mínimo.

O abracei.

Seu coração batia com força.

— Temari, não vá... Por favor.

A sensação de um coração sendo quebrado, foi exatamente essa sensação que eu senti nesse momento. O seu tom de voz, a forma que me apertou em seus braços, e principalmente o seu pedido.

— Eu não quero ir...

O abracei com mais força.

— Não me deixe, por favor...

O empurrei quando ouvi o barulho da porta sendo aberta.

— Vamos, Temari.

Limpei as lágrimas e me agachei no chão.

— Só vou pegar o abacaxi.

O chamei até mim e minha mãe saiu.

Peguei meu gatinho no colo, e tentei não chorar.

Levantei do chão, e lá estava ele, com seus olhinhos escuros igual cachorro sem dono, passei a mão pelo seu rosto, para limpar as lágrimas e virei as costas, e sair.

Desci as escadas com o coração na mão, e com a imagem dele, me olhando, de seu rosto molhado pelas lágrimas.

Coloquei o abacaxi dentro da caixinha, coloquei no banco do carro, minha mãe estava com a cara péssima no volante.

— Já volto.

Sair correndo, essa seria a última vez que o verei, depois de hoje, não sei quando o irei ver.

meu tormento diário  Onde histórias criam vida. Descubra agora