Nada Vai nos Separar

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Gente... o impossível aconteceu: eu voltei, ainda em pleno 2023 kkk. Quero pedir desculpas a todos que ficaram esperando. Eu não desisti da fic. Espero conseguir fazer a espera ter valido a pena <3 Se estiverem aí, deixem comentários.

I

Mesmo que Lucerys tivesse tido a chance de trocar de roupa assim que encontraram um bondoso cocheiro na estrada, as novas já estavam arruinadas. Também não lhe serviam bem. Tinha sido obrigado a dobrar a barra da calça muitas vezes para que não atrapalhasse sua mobilidade; a bata branca que vestia já estava num suspeito tom bege, e se não fosse a capa preta que tinha jogado por cima de todo o conjunto, certamente já teria sido reconhecido na cidade.

Ele e Aemond estavam nas docas de Porto Real. As docas consistiam em uma grande plataforma de madeira sobre a qual alguns musgos cresciam; ao final, havia uma enorme parcela de mar, através da qual muitos barcos grandes e pequenos chegavam e partiam. A maioria dos transportes eram de pescadores. O cheiro era estranhíssimo. Aemond, também devidamente vestido com sua capa preta, estava na parte inferior da plataforma e negociava umas moedas com um homem alto e magro. Quanto mais tempo passava, mais moedas Aemond era obrigado a tirar do bolso e oferecer ao homem. Aparentemente, teriam que ir a Ponta Tempestade nadando, porque as negociações iam mal.

Lucerys tinha arrumado um cantil que tinha enchido nas fontes da cidade, e ao menos de sede, já não poderia morrer. Também tinha sido alimentado nas tendas locais, beliscando uns pedaços de peixe cozido que tinham servido para apaziguar sua fome. Sem que Aemond percebesse, jogou o resto no oceano. Agora, o moreno apenas permanecia sentado sobre um parapeito de madeira que ficava entre as tendas de comércio e os pescadores que caminhavam. Enquanto observava o tio, escutava os sons que chegavam aos seus ouvidos; além das conversas periféricas e dos ruídos do mar batendo nas pedras, também havia um vendedor de notícias que especulava:

- Extra, extra! A realeza esconde, mas Aegon, o herdeiro do Trono, morreu! A festa de Viserys III termina em sangue, e os suspeitos são todos! Porto Real irá se tornar Porto Plebeu!

Em seguida, um homem vestido com roupas extravagantes começou a montar uma estrutura que parecia ser um pequeno palco de fantoches. A multidão se aglomerou em torno dele, e Lucerys não teve tempo de assistir à montagem, mas viu os fantoches que ele usaria repousando no chão. Inúmeros bonecos com uma cabeleira loira; havia dois de cabelos escuros, que Luke imediatamente identificou como sendo ele e Jacaerys.

- Se você ficar assistindo isso, vai ficar intoxicado - a voz de Aemond finalmente faltou às suas costas, causando-lhe um sobressalto.

- As notícias correm rápido por aqui - Luke sussurrou. Não era como se não soubesse. Apesar de Viserys supostamente estar escondendo o assassinato de Aegon e os sumiços de Luke e Aemond, grupos de cavaleiros estavam sondando a cidade repetidas vezes, como se em busca de algo. Até mesmo no percurso até as docas, a dupla já tinha sido obrigada a se esconder inúmeras vezes.

- Vamos dar o fora daqui. Consegui o nosso barco.

- Como? Aquele homem não parecia muito propenso a te ajudar.

- Ele não acreditou nas promessas que fiz, o que é uma pena - Aemond retrucou, olhando por cima dos ombros para uma nova aglomeração que começava à distância. Mais cavaleiros? - Mas consegui um negócio melhor. Alguém vai nos ajudar a chegar em Ponta Tempestade. De graça.

- É uma armadilha, Aemond.

- Isso é porque você não viu quem vai nos ajudar - e apontou um homem que estava no andar debaixo da grande plataforma, perto de um dos navios.

Behave Yourself - LucemondOnde histórias criam vida. Descubra agora