Sonho Interceptado

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bom dia, meus amores. gostaria de agradedecer de novo por não terem abandonado a autora desnaturada que vos fala hehehehehe, vocês podem ter certeza que vou tentar atualizar a fic toda semana. esse tempinho fora me encheu de novas ideias para encaixar aqui <3 espero que continuem gostando!! DEIXEM COMENTÁRIOS.

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A maioria das hospedarias eram daquela forma: uma taverna na parte debaixo, com quartos alugáveis no segundo andar. Não era exatamente um ambiente requintado. Na verdade, no bar, o cheiro era de bebida barata; a clientela era majoritariamente composta por homens que falavam alto. Um rapaz baixo tocava uma gaita de fole, mas era melhor que não tocasse. O ambiente não era exatamente pequeno, mas por estar cheio, parecia minúsculo.

- Eu estava esperando outra coisa - Lucerys murmurou sob o seu grosso capuz.

- Você preferia a primeira hospedaria? - Retrucou Aemond, com a cabeça e a face igualmente encobertos. A primeira hospedaria ficava sobre um estábulo.

- Não.

- Então, vamos arrumar um quarto e sair dessa bagunça. Você pede ao balconista - e ao receber um olhar feio do sobrinho, Aemond explicou: - Você sabe que não posso olhar ninguém-

- Nos olhos - Luke completou. Se alguém visse os olhos lilases de Aemond, a sua linhagem seria imediatamente descoberta. - Já sei. Mas você está se aproveitando. - Dizendo isso, o moreno encaminhou-se para o balcão, atrás do qual estava o taberneiro.

Comunicou-se com ele e pediu um quarto; o velho sugeriu companhia - uma moça com saia rodada que estava se oferecendo nas mesas do lado -, mas Luke negou. Depois, ele ofereceu ainda um rapaz, que parecia entediado ao pé do palco; o príncipe também negou. Lucerys pagou a estadia, pegou a chave e voltou ao tio, batendo os pés no chão. Não estava acostumado a ter gente oferecendo a companhia de terceiros.

- Que lugar vulgar - comentou, ao que Aemond comprimiu uma risada nos lábios cerrados. - Vamos logo. Temos que subir aquela escada.

O quarto era quase inteiramente feito de uma madeira escura e mal-cuidada. O chão rangia, especialmente numa parcela que tinha a tábua solta, logo após a entrada. Havia uma bancada muito empoeirada, mas a cama parecia limpa; Lucerys aproximou-se dela com hesitação, tocou os lençóis e os sentiu secos. O colchão era fino e duro, mas razoável. Percebeu também que seu peito estava agitado; o coração estava a um passo de subir para a garganta. Sabia o motivo daquilo: estava com medo.

No fundo, Lucerys estava apavorado por estarem naquelas terras. No entanto, tentou se distrair. Imaginou que se começasse um assunto qualquer com Aemond, conseguiria mandar o pânico embora. Era mais fácil aceitar a situação do que conseguir convencer seu tio de abandonar aquele plano insano de continuar fugindo de casa.

- O banheiro é bom? - Lucerys perguntou, jogando-se no colchão para testar a resistência. Era mais duro do que todos os que já tinha experimentado.

Aemond, parado ao batente da porta do banheiro, lançou um olhar para dentro do cômodo. Respondeu num tom de voz apático:

- Temos uma banheira e alguns baldes com água morna. Agora... bom? - Riu com certa ironia. - Para os padrões de quem? Seus?

Lucerys revirou os olhos nas órbitas e se lançou deitado sobre a cama. Que desnecessário. Suas vestes estavam imundas, e se fosse em outra ocasião, teria amaldiçoado a si mesmo por tocar com tecidos tão sujos o local onde iria dormir. Mas precisava deitar. Simplesmente precisava. Observou o teto em silêncio durante longos e dolorosos segundos.

Aemond crispou os lábios; Lucerys percebeu pela visão periférica que ele vinha lentamente ao seu encontro. Sentou-se na cama ao seu lado.

- Você está bem?

Behave Yourself - LucemondOnde histórias criam vida. Descubra agora