Completamente destruído após perder sua jovem esposa devido a um acidente, Richard encontra um diário da mesma com alguns sonhos que ela queria realizar e não pôde, por sua vida ter sido interrompida tragicamente.
Ele então decide realizar os sonhos...
Hoje é um dia de decisão aqui no Allianz Parque, o jogo de volta da semifinal da Libertadores. Como eu não posso jogar por conta da minha suspensão, eu tô aqui no camarote pra assistir. Daniel, o pai de Piquerez, está comigo.
- Tengo el presentimiento de que hoy Joaco va a marcar gol - ele diz (Estou sentindo que hoje o Joaco vai marcar um gol)
- Ojalá que sí - eu respondo (Tomara que sim)
Poucos minutos depois o jogo começa, e com 23 minutos do primeiro tempo tomamos um gol do Cavani. Não acredito que a gente conseguiu tomar um gol horrível desse, que raiva.
O segundo tempo começa, e na metade dele o estádio vai a loucura com o gol de empate do Palmeiras.
Gol do Piquerez. O pai dele estava certo.
Nós dois comemoramos muito e nos abraçamos, e Daniel se emociona com o gol do filho. Eu acho a relação dos dois incrível, e eu queria ter meu pai comigo todos os dias, mas ele mora na Colômbia.
O jogo termina 1x1, e a decisão vai pros pênaltis.
Eu comemorei muito a defesa do Weverton, pena que no final não adiantou de nada.
O Palmeiras está eliminado da Libertadores em pleno Allianz Parque. O Boca Juniors está classificado pra final e vai enfrentar o Fluminense.
Olho para o pai de Piquerez e ele está sentado no banco de cabeça baixa. Vou até ele e o abraço.
- Estuvimos tan cerca de la final - ele diz com os olhos cheios de lágrimas (Nós chegamos tão perto da final)
Eu continuo abraçado com ele, mas depois levanto e não consigo deixar de ver os jogadores em campo. Enquanto os jogadores do Boca comemoram a classificação, os meus companheiros de equipe estão desolados e chorando. Eu fico com o coração partido vendo isso.
Eles finalmente descem pro vestiário, e eu desço atrás deles. Faço questão de dar um abraço em cada um, mas não encontro Piquerez nem Veiga.
Desvio o olhar em direção ao banheiro, e vejo Veiga saindo de lá. Vou até ele.
- Oi, Veiguinha - eu digo e abraço ele
Ele não diz nada, apenas me abraça de volta e encosta a cabeça no meu ombro.
- Cadê o Piquerez? Não achei ele aqui - eu pergunto
- Ele tá lá fora perto do ônibus - Veiga responde - Foi o primeiro a arrumar as coisas e sair daqui do vestiário
Resolvo ir até o ônibus, e quando chego lá a porta está aberta. Entro nele, e vejo Piquerez sentado sozinho no último banco.
Quando ele me vê tenta disfarçar, mas eu vejo o quanto seus olhos estão vermelhos por conta do tanto que chorou e ainda está chorando.
- Oi, irmão - eu digo sentando ao lado dele - Posso ficar aqui com você?
Ele apenas assente com a cabeça.
- Parabéns pelo gol - eu digo pra ele e forço um sorriso
- Mas no final não adiantou de nada - ele diz e sua voz falha por conta do choro
E então ele finalmente se permite chorar. Eu conheço ele a pouco tempo, mas já considero ele como um irmão, e sei que ele não é um cara de demonstrar sentimentos em público, mas quando está com alguém que confia, ele faz isso e desabafa.
Então eu abraço ele e não solto até que ele pare de chorar.
Quando ele finalmente se acalma, o resto do pessoal começa a chegar e ocupar os lugares vazios no ônibus.
O trajeto até o CT é feito em silêncio, porque todos nós estamos muito abalados com a eliminação.
No dia seguinte nós treinamos. Eu estou treinando normalmente com o resto dos meus companheiros de equipe, mesmo estando suspenso e não podendo jogar.
Nos próximos dois jogos, perdemos de 1x2 pro Santos e de 0x2 pro Atlético Mineiro.
Mas se tem uma coisa que eu aprendi quando virei jogador do Palmeiras, é que esse time não desiste nunca. E agora que estamos fora da Libertadores, não vamos deixar de buscar o título do Brasileirão, eu tenho certeza que vamos conseguir nos reerguer.
A fase não é boa, mas eu tenho certeza que nós vamos superar isso.
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Oi :)
Capítulo curtinho, mas o próximo já está disponível pra vocês🙌
Até o próximo capítulo, beijos da autora🤍
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