Dreams and Love | Richard Ríos

24 • just one bed

"Luisa's pov"

Nenhuma palavra.

O silêncio entre nós dois chega a ser constrangedor dentro do carro.

Nenhuma palavra dita nem por mim nem por ele desde que a gente se beijou.

A gente só parou porque a chuva começou a ficar muito forte, e eu tenho pavor de raios e trovões.

Se não fosse isso, provavelmente a gente estaria lá até agora.

Eu não sei se eu fiz a coisa certa.

Eu não sei se deveria ter correspondido ao beijo dele, tendo em vista que ele só deve estar confuso por conta de tudo que passou nos últimos meses.

Mas se eu correspondi esse beijo é porque eu também queria beijar ele, porque eu me sinto bem ao lado dele. E ele é um dos únicos homens que não me passa o sentimento de medo ou me faz lembrar de tudo que eu tive que sofrer por causa de um homem.

O Richard é diferente, e ele me provou que nem todos os homens são iguais ao Felipe.

Ele é doce, amável, compreensivo, educado, e faz eu me sentir nas nuvens quando estou com ele.

A verdade é que eu não quero que ele vá embora, não quero que a gente pare de sair juntos quase todos os dias.

Mas as coisas não acontecem do jeito que eu quero, nunca aconteceram.

A gente tá quase chegando no hotel, então eu viro pra ele e quebro o silêncio.

- A gente precisa mesmo se despedir? - eu pergunto

- Eu só vou pra Colômbia daqui a dois dias, vou pra Roma hoje a noite - ele se aproxima e segura a minha mão - Vem pra Roma comigo?

Eu viro pra frente enquanto penso no que vou responder, mas não solto a mão dele.

- Por favor, Lu - ele diz e sorri de canto

- Tá bom, eu vou - eu respondo e ele abre um sorriso enorme

- Eu vou pegar um trem que sai daqui a duas horas, acabei de pesquisar - ele diz

- DUAS HORAS? - eu pergunto, assustada - Então eu tenho que correr pra casa da minha tia pra arrumar as minhas coisas pra levar

- Então vamos - ele diz - Eu só vou descer aqui no hotel pra tomar um banho, já deixei as minhas coisas arrumadas

- Ok - eu digo

- Desce aí - ele diz abrindo a porta do carro

E então nós dois descemos do carro da minha tia e subimos pro quarto dele no hotel.

Ao chegar lá, eu me sento na cama enquanto espero ele se arrumar. Então eu percebo que tem um caderninho pequeno em cima da cama, e decido abrir pra ler.

É o diário da Natália.

Assim que abro, tem uma foto dos dois em uma das primeiras páginas.

Ela era linda, e parecia ser alguém incrível. O Richard não merecia perder ela, e ainda mais daquele jeito.

Chego na parte da lista dos sonhos dela, e não consigo segurar o choro.

A porta do banheiro abre bem na hora, e ele aparece só de toalha.

- Vou ter que colocar outra roupa, a que eu tava ainda não secou totalmente e - ele para de falar quando percebe que eu tô chorando

Ele senta na cama ao meu lado e coloca um braço ao redor de mim, me abraçando.