15 | Somos tão jovens

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We're so young
But we're on the road to ruin

Nós somos tão jovens
Mas estamos a caminho da ruína


New romantics

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Pressiono a almofada contra o meu rosto e abafo um grito de frustração. Estou tão entediada que não sei mais do que sou capaz só para ter o que fazer.

Quinze dias. Esse é o tempo que a equipe de fisioterapia do Barcelona me prescreveu de descanso e recuperação, mesmo que o meu tornozelo só esteja com uma luxação mínima, quase nada, mal aparece nos raios-x. E, passados esses quinze dias, ainda terei que ser avaliada de novo, para o caso de eles resolverem enfiar a faca e me mandarem ficar quieta, sem fazer merda nenhuma, por mais duas semanas.

Já foram alguns dias disso, e eu não aguento mais.

Carmen, a principal fisioterapeuta do time, disse que posso voltar para o Centro de Treinamento na próxima segunda-feira, mas apenas para exercícios de recuperação. Até lá, preciso manter o tornozelo imobilizado e cuidar da minha saúde.

E, tudo bem, faz parte. Não vou me opor a cuidar da minha saúde porque é isso o que atletas como eu devem fazer, é infantil ficar choramingando. Mas não preciso gostar disso.

Duas batidas na porta interrompem o meu drama pessoal. Emily não espera por uma resposta antes de abrir a porta e enfiar a cabeça para dentro. Só tenho tempo de afastar a almofada do rosto para fazer um bico para ela.

— Você deveria trancar essa porta, garota — ela diz, me lançando um olhar de reprovação. — Só porque o prédio é do time, não quer dizer que é totalmente seguro.

— Se alguém aparecer para me assassinar, eu vou agradecer.

E, tá certo, talvez eu seja infantil e choramingue sim. Mas só um pouco, na privacidade do lar.

Diante da minha resposta, Emily bufa e entra totalmente no apartamento. Apesar do que acabou de dizer sobre segurança, não só não tranca a porta atrás de si, como a deixa entreaberta.

— Se fosse eu nessa situação, você brigaria comigo por estar fazendo tempestade em copo d'água e agindo como um bebê chorão — ela comenta.

Emily está usando um casaco azul corta-vento e calças folgadas, e seu cabelo está solto, mas protegido por um touca cinza. Roupa de quem, ao contrário de mim, estava do lado de fora, aproveitando o mundo.

— Ah, pode brigar. — Dou de ombros, me apoiando nos cotovelos e erguendo o corpo até estar sentada no sofá. Meus dois pés, tanto o que está normal quanto o que é envolto por uma faixa de pano, estão apoiados contra o encosto do outro lado. — No momento, eu sou um bebê chorão.

— Bom, não seja. — Ela anda até a bancada que separa a sala pequena da cozinha menor ainda e deposita sobre ela um pote cor-de-rosa. — Quando soube que você tinha se machucado, a minha mãe me pediu para trazer canja de galinha.

Fecho os olhos por um instante, murmurando meio chorosa:

— Como é possível eu amar tanto uma mãe que nem é a minha, hein?

— Ela é bem amável. Mas, ei, fui eu quem carregou essa sopa na mão durante o voo todo até aqui.

Emily anda até o sofá e se senta no espaço que vaguei, bem atrás de mim, depois passa os braços ao meu redor e deixa que eu me recoste nela.

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