11 | Beijos roubados, belas mentiras

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Cherry lips, crystal skies
I could show you incredible things
Stolen kisses, pretty lies

Lábios de cereja, céu azul
Eu posso te mostrar coisas incríveis
Beijos roubados, belas mentiras


Blank Space

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Quando volto para a varanda, sem vinho e sem paz no coração, Lúcia ainda me espera. O problema é que ela está sentada em uma poltrona perto de Ember, Alba e das duas mulheres com elas. Todas conversam como se, durante os minutos em que fiquei longe, uma amizade linda tenha se iniciado.

Resisto ao impulso de dar meia-volta.

O que me aguarda dentro daquele salão é pior ainda.

Hora de abraçar a desgraça. Acho que já foram três tipos de bebida diferentes derramados em mim. Minha roupa está fedendo a vodka, tem uma mancha de vinho na minha blusa e os shots de tequila que tomei estão realmente fazendo efeito agora. Esse último fato é uma bênção.

Ember está rindo de algo que a mulher ao lado dela disse. Rugas se formam nos cantos dos seus olhos, mas uma parte mesquinha de mim nota a ausência de covinhas em suas bochechas. Ela me avista alguns segundos antes das outras. Assim que seu olhar cruza com o meu, todo humor desaparece do seu rosto.

Ela se levanta, registrando o resto da minha aparência deslumbrante.

— Que porra aconteceu?

É a primeira vez que a ouço xingar e é sexy pra caralho. Eu deveria estar miserável demais para gostar, mas a verdade é que estou bêbada o suficiente para responder com um sorriso.

— Eu esbarrei em alguém — explico enquanto me aproximo delas. — Depois Stephen esbarrou em alguém e o resto, tenho certeza, vocês vão ler amanhã em vários sites de fofoca.

— Stephen? — Ember se senta de novo, um pouco devagar. O olhar de confusão em seu rosto é adorável. — Ele falou alguma coisa?

Eu suspiro e balanço a cabeça em negativa. Vou até onde Lúcia está e lhe lanço meu melhor olhar de desculpas. Ela não diz nada, me encarando de uma forma que não consigo decifrar. Não parece nem feliz em me ver, nem brava, apenas... pensativa?

Depois de uma troca meio longa de olhares, ela desliza um pouco para o canto na poltrona larga, me dando uma brecha. Eu me sento ao seu lado, nossas coxas comprimidas uma na outra.

— Onde está a sua amiga? — ela pergunta, num tom neutro demais para não ser forçado.

Olho de relance para Alba. É uma boa pergunta: onde está Emily? Pelo que me lembro, deleguei a ela a tarefa de dar uns beijos na capitã do nosso time. Mas Alba está aqui e ela não.

— Ela vai aparecer logo — digo, olhando de novo para Lúcia. — Está se divertindo?

Ela dá de ombros.

— Pior que sim. Suas colegas de time são ótimas.

Eu sigo o olhar de relance que ela lança para Ember, que voltou a atenção para a mulher alta de cabelos pretos ao seu lado. A mulher é muito bonita, aliás. Quase bonita demais, na minha opinião. A gente precisa ver um defeitinho na pessoa para apelar à nossa humanidade, sei lá.

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