Esse será o último capítulo desse ano.
Queria agradecer por todo o carinho, amo o feedback de vcs.
Feliz 2024!!Boa leitura.
🍻
Segui com a minha vida. Fui melhorando com o passar das semanas. E para mim, dias quentes são como dia felizes, o sol já está a pino queimando o couro de toda a gente. Normalmente abro o bar por volta das 16/17 da tarde, hoje como um dia atípico – meu aniversário. Pedi para que Tobias fizesse as honras de abri-lo mais cedo - às 13 horas.
Quando menina me lembro de celebrar essa data na hora do almoço com polpetas italianas preparadas pela minha avó, que saudade tenho dos velhos tempos. Hoje em dia bebo uma cerveja na praia e fumo um cigarro por diversão.
Quando mais jovem tinha o hábito de fumar em festas, vício daquele típico "experimenta vai." Experimentei e acabei gostando, e de só em festas passou a ser todos os dias, com o passar do tempo foi se dissipando essa vontade. Passei a tragar só em momentos que me deixam estressada e chateada. E no meu aniversário, tristeza — a idade batendo na porta — e alegria por mais um ano de vida.
Débora e Rita contemplam o mar, céu, sol, areia e calor junto a mim. Todo dia quinze de maio passou a ser assim, eu, elas e minha velhice. As duas palhaças são as amigas mais próximas que tenho, amo passar o tempo com elas, me fazem felizes.
— Pergunta — as encorajo.
— Que? Não temos nada para falar — Debora entra na defensiva.
— Conheço vocês como a palma da minha mão, desembucha.
— Faz tempo que não vejo o Alexandre — Rita se pronuncia.
— Alexandre não frequenta o bar por decisão dele.
— Dele ou sua? Tu expulsou o coitado — Débora que não tinha para falar abre a boca.
— Não o expulsei de verdade, era para Vicente. Mas pela fúria do momento serviu para os dois. Cheguei a mandar mensagem pra ele, mas fui ignorada todas as vezes. Acabei com tudo, o perdi de vez.
— Deixa de besteira, você não o perdeu e nem vai. As vezes ele está te dando um tempo, foi foda o que aconteceu.
— Espero que você esteja certa, sinto falta dele.
— Ei, sem essa carinha triste, hoje é seu niver, temos que festejar.
Abrimos uma latinha de cerveja e brindamos. Ficamos fofocando e reparando nas pessoas que passavam. Elas babavam nos homens bonitos que apareciam, eu botava reparo também, sou humana, mas só conseguia pensar em uma pessoa.
Antes eu lutava para que Alexandre saísse para minha cabeça, hoje sinto falta de ouvi-lo cantar, das investidas para cima de mim, da sua risada, do seu jeito carinhoso, do abraço. Seu beijo ainda está marcado em minha boca. Seu gosto se faz presente em meu corpo. Não planejei que a última lembrança do homem que lutou para me navegar fosse marcada por uma noite de tempestade.
Ficamos até o sol se pôr à beira mar. O colorido do céu é uma arte preciosa, toda vez em que olho faço um pedido e tento me conectar com a mulher mais importante da minha vida, Betania.
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El Oceano
FanfictionGiovanna é dona de um bar muito conhecido no Leblon, o El Ocean, herança deixada pela sua avó. Alexandre, um cantor amador que procura novos ares se muda para a cidade maravilhosa atrás de novos oportunidades. Além, de cantar é um bom amante de cer...