Coringa

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Estava com saudade de escrever essa, fiz para me divertir. Espero que gostem.
Também vou promover meu Corpo e Alma, renasceu mais uma vez das cinzas. Está bom, espero que gostem dessa fitfic e desse capítulo de El Oceaninho.

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Poderia começar esse capítulo de diversas maneiras, pois tenho muito para contar. Mas decidi ir para o lado mais bonito, onde a felicidade me encontra, aquele que me faz voltar ao passado, minha infância.
Ao longo da vida tive diversos mentores, mas dois deles se destacaram entre os demais. Como vocês sabem, eu não conheci minha mãe, muito menos o meu pai. Porém a vida me presenteou com duas figuras que preencheram esse vazio. Nonna foi a melhor mãe que eu poderia ter, ao lado dela vivi o mais lindo da vida, ela me amou muito. A figura masculina, paterna, foi preenchida por um homem que não tinha obrigação nenhum de fazer parte da minha vida.

Mas escolheu fazer, e sou muito grata por isso. Tobias foi a pessoa que me ensinou a andar de bicicleta sem rodinhas. Levei dois dias para aprender, estava morrendo de medo de cair, mesmo ele falando que não deixaria isso acontecer. Quando perdi o medo, comecei a pedalar sem sua ajuda, fiquei extremamente feliz. E o sorriso que vi no rosto dele expressava orgulho, sua garotinha tinha conseguido. Toda alegre corri na direção dele e deixei um abraço bem apertado. E essa foi a primeira vez que o vi chorar, me lembro de perguntar se ele estava triste. Foi nesse dia que soube que as pessoas também choram de felicidade.

Para comemorar essa conquista, fomos tomar sorvete. Pedi duas bolas, uma de pistache e a outra de chocolate — meus sabores favoritos. — Eu era a menina mais feliz do mundo, e ele o pai mais orgulhoso.

No cinema, festinhas, shows e viagens, era Tobias quem me levava. Quando quebrei o braço foi ele quem me levou para o hospital, nonna e ele foram um dos primeiros a assinar o gesso. Quem me ajudava a dar uns perdidos em vovó era ele. Na tarefa de casa também recebia sua ajuda, nunca fui boa em matemática. As primeiras flores que recebi, vieram dele — junto com um ensinamento: se um homem não te compra flores, não dê a ele seu coração.

Tobias foi o melhor pai que eu poderia ter, não trocaria por nada nesse mundo. E saber que ele fez tudo pelo amor que sentia por mim, me deixa emocionada. O coração desse homem foi o mais bonito que já conheci, era de caber o mundo todo. E nele morava eu e minha família. Tobi me amava como uma filha, amou meu marido como um filho e amou a minha filha como uma neta.

Até que esse coração não aguentou de tanto amor. Meu "pai" teve um ataque cardíaco, era sexta-feira, estávamos no bar. Tudo aconteceu muito rápido, o levamos para o hospital às pressas. Os médicos levaram ele na velocidade da luz para sala. Voltaram tempos depois para nos informar que ele não havia resistido.

Chorei, chorei e chorei.

Foi um choro momentâneo, porque eu sei que se é o ciclo da vida, uns morrem e outros nascem. Para a sociedade ele não faz mais parte, mas para mim ele nunca vai deixar de existir, estará sempre em minha memória. E no meu coração, porque com ele eu aprendi o que é amor.

Hoje cativo o mais belo dos amores. A família que construí é um enorme presente, sou a mulher mais feliz e sortuda desse mundo.

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Por falar em família, sei que vocês têm curiosidade de saber como anda nossa vida a três. Na verdade, querem saber de Stella, para mim e o Alexandre, vocês não ligam muito que eu sei. A menina está cada dia mais esperta e tagarela, também, teve a quem puxar. Cinco anos para ela é como se fosse dez anos, ela tem um personalidade muito forte, gosta do que está na moda, é consumista — perdi pra ela. — até o fio de cabelo. Agora a nova vibe é querer ter coisa de menina grande — como ela gosta de chamar.

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