Levanto o mínimo para que fiquemos cara a cara. Sabia que ele não deixaria essa passar.— Se eu tivesse ficado estaria com uma passagem para Buenos Aires comprada.
Não fala nada, nem esboça algum tipo de reação. O silêncio paira entre nós.
— E você? — tenho medo da resposta.
— Buenos Aires.
— Era uma viagem internacional ou você.
— Decisão difícil essa.
— Pra tu vê as coisas que eu faço por aqueles que...gosto.
— E você? Tô esperando uma resposta.
— Fiquei — senti meu coração acelerar — e no último dia, poderia ter ficado a semana toda, mas ela foi pra Búzios.
— Idiota — virou mania bater nele.
— Eu te amo, mulher.
Tapo sua boca — para, para com isso.
Fico sem graça, não é que eu não o ame, o que fiz foi a maior prova de amor, o problema é que o orgulho não deixa, um dia vai sair da minha boca, mas agora o que posso fazer é demonstrar.
Libero sua boca da minha mão.
— Não paro, sou eu que amo.
— Ama mermo? — assente — então prepara alguma coisa pra gente comer que eu tô morrendo de fome.
Ele levanta e eu observo cada movimento. Gostoso. O fato dele estar completamente nu e eu também não é incômodo, vergonhoso, afinal, horas atrás ele estava dentro de mim. O ponto é que parece que isso é um hábito nosso, coisa do cotidiano. Nosso jeito de viver se remete a de um casal, o que ainda não somos.
Uma camiseta é arremessada em minha direção. Sem que Nero veja deixo um cheiro nela, se ele me deu é porque quer que eu use, o que irei fazer, só não prometo devolver.
— Prefiro você ao natural, só que se você for tomar café assim...meu café vai ser outro.
Jogo os travesseiros contra ele. Safado. Visto a peça azul clara, como de esperado, ficou igual a um vestido em mim.
Ovos mexidos é o que teremos para o café, ajudei a preparar, coloquei o sal que faltava. Alexandre é todo sistemático na cozinha, não pude tocar em nada direito. Pelo menos sua comida é boa, um de nós tem que ser, por que se depender de mim iremos passar fome.
Parecemos dois adolescentes, cheio de gracinhas na hora de comer. Nunca me vi assim depois de velha, acho que esse papel não combina comigo.
Uma discussão sobre quem irá lavar a louça se inicia. O mais justo era eu lavar, ele fez tudo, tenho que contribuir de certa forma. Faço com que caia água nele para que saia de perto. Revida jogando em mim também. Uma guerra se inicia, não há vencedor ou perdedor, no final quem vai arrumar tudo vai ser nos dois.
Sou elevada e colocada em cima do balcão. Da briga a beijos e amassos. A camiseta que uso é suspensa para cima, por ter perdido minha calcinha para ele estou nua da cintura pra baixo. Depois que a porteira se abriu, ou melhor, minhas pernas, não fecha mais.
🍻
Conheci mais rápido do que eu esperava todos os cômodos da casa. E olha que é um apartamento até que grande.
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El Oceano
Fiksi PenggemarGiovanna é dona de um bar muito conhecido no Leblon, o El Ocean, herança deixada pela sua avó. Alexandre, um cantor amador que procura novos ares se muda para a cidade maravilhosa atrás de novos oportunidades. Além, de cantar é um bom amante de cer...