"Penúltima vez"

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Comentem, interajam com a história que isso me motiva a continuar. Vão falando o que vai achando porque eu amo ler a reação de vocês com cada cena.

Estávamos, em fileira, subindo o morro pra seguir em direção ao tal "beco da formiga" junto com a primeira dama do tráfico local, a mulher do Serginho, toda encapuzada para a sua segurança, afinal ela é a X9.

Subíamos e subíamos, mas nada de chegar nesse tal Beco da Formiga, que sinceramente eu duvidava de sua existência. Apesar dos traficantes terem aberto caminho para a polícia, ainda assim as coisas estavam estranhas e perigosas demais e isso foi me subindo uma sensação de aflição imensa.

A operação estava muito fácil, nem precisávamos usar munição porque os bandidos não estavam atirando na gente e isso me deixava aflito porque estava tudo muito tranquilo pra ser verdade.

Tem que ter alguma armadilha, não é possível.

A facilidade que foi subir o morro me deixava angustiado, aflito, com medo e inseguro do que iria acontecer a seguir. Prefiro mil vezes operações onde a bala tá comendo do que essa falsa calmaria que me parece traiçoeira.

— Porra, Major, tem alguma coisa muito estranha aqui. — disse Miguel, que estava na minha frente, enquanto progredíamos a favela.

— Doutora, caiu alguma coisa aí? — perguntei à delegada da delegacia anti-sequestro que estava acompanhando pela inteligência da polícia civil.

— Nada. O rádio tá uma gritaria do caralho, esses moleques não estão falando coisa com coisa. — disse ela.

— Puta que pariu, tá dando tudo errado. Tudo tá muito estranho. — murmurei, irritado e encarei a vagabunda que Jungkook segurava pelo braço, que estava toda encapuzada e mascarada para esconder o próprio rosto para que ninguém da favela a reconhecesse. — E no beco da formiga? Alguma informação?

— Nessa região, o sinal é uma merda, nem parece que tem civilização nesse lugar. — disse a delegada e eu concluí que essa filha da puta nos enganou e que esse beco nem existia. A vagabunda nos trouxe para uma cilada e eu quis matar ela. Coloquei o rádio transmissor no bolso e a encarei seriamente.

Me aproximei dela e retirei seus óculos escuros à força, para conseguir olhar profundamente em seus olhos e conseguir transferir para ela o medo que na verdade eu estava sentindo, mas não queria transparecer. Eu queria botar nela o medo de morrer.

— Olha aqui! Tu tá achando que tu vai tirar o teu da reta, piranha?! — Perguntei, revoltado, e ela ergueu a cabeça, me encarando, cheia de coragem. Minha mão foi até sua mandíbula, onde apertei suas bochechas e a obriguei a olhar pra mim à força. — Se você não me der a planta certa dessa merda desse cativeiro, eu vou tirar a porra dessa tua máscara e todo mundo vai saber quem é a X9! Tá me testando, sua puta?! Tá duvidando do quanto eu sou louco?! Você quer que eu te mostre?!

— EU JÁ TE FALEI TODO O CAMINHO QUE EU SEI, CARALHO! — gritou retirando minha mão à força e me peitando.

— Vai se foder, sua arrombada! Puta, desgraçada! Piranha! — gritei e, dominado pela fúria, tentei tirar sua máscara.

— Parou, chega! — Jungkook me impediu. — Se acalma!

— Major, ela é cria do morro. Ela tá falando a verdade. Eu conheço a região, a referência que ela deu tá certa. — disse Miguel, tentando me acalmar e eu fiquei ofegante de tanto ter gritado. — Só que o Beco da formiga não faço a menor ideia de onde seja.

— Você tem certeza que esse beco da formiga está ali adiante? — perguntou Jungkook para a piranha desgraçada, segurando-a pelo braço.

— Se esse beco não existir, eu não iria querer tá na tua pele, não, hein piranha! — eu disse, com a voz mais calma, olhando pra ela que desviou o olhar.

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