Capítulo 29

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- Dez no relógio. - Tyler grita atrás de mim avisando sobre o fim do jogo.

Com os olhos fixos no jogador em minha frente, eu percebo que ele para um segundo e pensa no que fazer. Sem conseguir esperar, eu dou um tapa na bola e ela cai no chão.

O treinador do Seneca grita irritado, mas fica pra trás quando corro com toda a minha força batendo a bola contra o chão. A alguns metros da cesta eu arremesso e escuro o cronômetro zerar, todos ficam em silêncio e esperam ansiosos.

Quando a bola cai e os três pontos aparecem no placar a Universidade inteira treme, eu olho em volta e percebo todo o time comemorando junto com os estudantes. Esse minuto fez eu me sentir vivo, completamente cheio de vida e com sangue correndo nas minhas veias.

- Obrigado Pai. - Digo baixinho e aponto para cima.

- Seu ridículo. - Tyler grita pulando em cima de mim.

- Juan, o que foi aquilo. - Gabriel vem correndo. - Eles tem família, cara, pega leve.

Brinca me fazendo rir, em meio a nós Blake aparece pulando como louco.

- É disso que eu tô falando, vamo nessa!!! - O mais velho grita.

- Hoje foi em outro nível. - Um dos jogadores comenta.

- Nós estamos no melhor nível, galera ! Entendam uma coisa, vocês estão na porta da semifinal, isso é incrível. - Blake parabeniza e nós caímos na real.

Realmente, agora só restava um jogo até a semifinal, o título parecia a alguns passos de distância e eu entendo que estou em uma fase completamente nova, nunca cheguei tão longe.

- Caramba, a gente vai ganhar. - Alguém diz.

- Tenham paciência, acreditem que é possível mas mantenham os pés no chão. - Blake avisa cuidadoso.

- Meus pés hoje estão fora do chão, treinador. - Gabe brinca e todos voltam a rir e dançar aliviados.

Como de costume, nós cumprimentamos o time adversário e depois voltamos ao vestiário.

Quando nós entramos na sala, uma guerra d'água começa e ninguém sabe de onde. Blake vem atrás de mim e derrama uma garrafinha inteira na minha cabeça, estava gelada e ajudou muito no calor que eu sentia.
Em resposta, parte do time vira o cooler no treinador, ele fica ensopado e não se mexe por alguns segundos.
Quando ele ergue a cabeça, procura por Tyler e o abraça fazendo um homem de 1,95m gritar.

🏀

Parte da torcida tinha ido embora, mas segundo a mensagem de Samy, ela e Vic ainda estavam nos esperando.

- Oi, oi, oi. - Grito ao sair do vestiário.

- Oie! - A brasileira responde acenando.

- O que achou de hoje? - Pergunto com a cara fechada e os braços cruzados.

- Surreal. Vocês foram monstros! - Confessa me chamando pra um abraço. - Seu último lance foi perfeito.

- Obrigado, agora só falta um jogo, umzinho até a semi. - Digo a erguendo levemente do chão.

- Vocês vão arrasar. - Samy assegura e me da um beijo no rosto.

Eu a coloco no chão e noto a outra moça se afastar. Sem conter a curiosidade, eu e Samyra olhamos na direção.

- Parabéns! - Victória diz quando Gabe se aproxima.

- Valeu. - O ruivo diz e eles se abraçam minimamente. - Aqui tava cheio, né?! Conseguiu ver tudo?

- Uhum, a sua enterrada foi maneira. - Ela diz com as mãos atras do corpo.

Samyra e eu rimos e tentamos controlar um ao outro para não rir dos dois. Era bonitinho, Vic parecia tímida e Gabriel tentava ser um tagarela controlado, claramente eles estavam gostando de se conhecer.

- Olha que fofo, amor. - Samy diz me dando um tapinha.

- Eles são mesmo, parecem dois adolescentes apaixonados. - Comento rindo. - Eu shippo.

Brinco e a brasileira cai no riso.

Do começo ao fim, hoje foi um dia que me fez agradecer por estar vivo. Verdade, meses atrás eu não tinha nenhuma vontade de continuar tentando, mas hoje eu percebi a importância de esperar.
Eu me entreguei nas mãos de Deus e de lá pra cá sou grato por todas as horas, dias e meses que Ele tem me dado.

Eu não seu quais são os seus planos, mas eles são bem melhores que os meus.

Penso sozinho enquanto abraço Samy.

Curado Pelo Amor | Romance Cristão  Onde histórias criam vida. Descubra agora