Curado Pelo Amor | Romance Cristão

Capítulo 31

Logo na primeira aula eu entreguei o jaleco a minha colega e ela simplesmente amou, vestiu na frente de todos e saiu pela sala mostrando aos amigos. As pessoas ficaram se perguntando quem tinha feito e quando souberam vieram correndo falar comigo, foi impressionante.

Mesmo eu avisando que não recebia encomendas, insistiam para que eu fizesse alguns modelos e após muita conversa, decidi passar o meu contato pra eles. Quando a situação se acalmou, eu mandei mensagem pra Juan ainda sem acreditar em tudo.

"Eu sabia, falei pra você que tinha ficado incrível !" - Ele me escreve. - "Pronta pra começar as produções?"

"Maria, eu não tenho tempo para costurar nada. Imagine fazer nove jalecos na semana de avaliações? Sem chance." - Digito irredutível.

"Baby, você não tá vendo? Deus abriu uma portinha pra você realizar o seu sonho, não feche os olhos. " - Juan diz me fazendo pensar.

Será? Penso por um segundo se eu estava criando dificuldades que não existem e bem, realmente costurar sempre foi um hobbie que eu amava, mas com o tempo ele foi ficando esquecido no meu coração. Agora eu estava tendo a chance de unir os meus dois amores, a medicina e a moda.

Pai, é isso que o Senhor está me dizendo? Eu devo voltar a criar? Mas como vou dar conta de tudo? Eu não vou aguentar sozinha.

Penso encarando a parede.

- Você ganhou um ajudador. - Victoria diz baixinho me fazendo voltar a realidade.

A moça espiava o meu celular e acabou lendo as mensagens, ela sorri esperando a minha resposta e me olha com cuidado.

- O que você disse? - Pergunto apenas para ter certeza.

- Que você encontrou um cara legal, que te ajuda, te incentiva. - Vic explica apoiando o rosto entre as mãos. - Vocês são fofos.

- Valeu. - Digo baixinho encarando o aparelho.

"Gabe tá perguntando da Vic. Vocês vêm assistir ao jogo, né?!" - Juan pergunta fazendo a tela reacender.

"Com certeza, inclusive acabamos de ser liberadas." - Aviso quando a professora se despede. - "Já está no ginásio?"

"Sim, todo mundo aqui tá nervoso. Blake disse que vai ser um jogo difícil, provavelmente o pior do campeonato." - Ele explica me deixando preocupada.

"Relaxa, vocês estão invictos há bastante tempo, aposto que vão vencer." - Digito tentando me convencer também.

"Te vejo daqui a pouco, beijo." - Juan diz me fazendo sorrir.

"Até, outro."

🩺

Juntas, eu e Victoria vamos até o ginásio, durante o caminho encontramos muitos alunos animados e vestindo a camisa do time. Esse era um jeito legal de apoiar a equipe e com certeza eu sentiria falta de toda essa energia no futuro.

Em frente ao local do jogo tinha muita gente e até algumas cadeiras espalhadas. Vic me apressa para entrar com a desculpa de encontrar logo um lugar, já sentadas, nós conversamos mais tranquilas e tiramos algumas fotos para as redes sociais.

Em pouco tempo a área destinada a nossa torcida é lotada e a torcida adversária começa a entrar, o ginásio nunca ficou tão cheio, todos cantavam alto e provocavam uns aos outros.

- Amiga, o Gabe disse que já estão prontos. Vai começar. - A morena comentou do meu lado me fazendo respirar fundo.

Uma voz grossa ecoou por todo o lugar e se apresentou como narrador, ele dá algumas informações e brinca com as torcidas antes de chamar os times. Primeiro o visitante entra em quadra e acena para a sua torcida, o narrador apresenta um por um e eles brincam entre si.
Logo depois vem o time da Toronto, a torcida comemora e os jogadores correspondem na mesma energia, cada um é apresentado e nós fazemos muito barulho.

Ao fim das formalidades, o time se reúne com Blake e escuta as últimas estratégias. Eles escutam com atenção e após serem liberados, Gabe vem correndo e me cumprimenta antes de abraçar Vic apertado.

- Bom jogo, carinha. - Ela diz sorrindo largo.

- Valeu moça. - O ruivo diz rindo.

Ele volta para a quadra e comenta alguma coisa com Juan, que também vem correndo. Eu espero ansiosa e quando ele se aproxima, faz um high five com Victoria antes de me olhar nos olhos.

- Arrebenta. - Comento baixinho.

- Pode deixar. - Ele me olha e morde os lábios apreensivo.

- Me dá sua mão. - Peço entrelaçando nossos dedos e chamando ele pra perto. - Vamos entregar o jogo a Ele? - Sugiro sentindo essa estranha necessidade.

- Por favor. - O mais alto diz e une nossas testas.

Eu faço uma prece rápida e deixo que Juan abra o coração, ele estava nervoso mas consegue suplicar e pedir o direcionamento de Deus.

- Amém, bom jogo. - Digo com as mãos em seu ombro.

- Amém, obrigado. - Agradece segurando meu rosto entre as mãos e sorrindo antes de voltar para a quadra.

Os times aquecem por cerca de dez minutos e o narrador avisa sobre o início da partida.

- É agora. - Comento e Vic me olha com as sobrancelhas erguidas.

Em seus lugares, todos esperam pelo juiz que vem e após um apito, lança a bola no centro da quadra.