Capítulo 23

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Meu Deus, que sentimento é esse?
Eu estava me sentindo enérgico, poderia jogar dois jogos inteirinhos com essa energia. É impossível tirar o sorriso do meu rosto e fazer o meu coração bater mais devagar, talvez isso seja "estar apaixonado".

Nós ficamos conversando em um banquinho em frente ao prédio por um tempo e ouvindo sobre como gostaríamos que fosse nosso relacionamento. Nossos pensamentos e princípios eram muito parecidos, isso só me faz ter certeza que seremos felizes juntos.

- Ok namorada, até amanhã. - Digo em frente à porta do quarto de Samy.

- Até amanhã, namorado. - Responde me dando um beijo na bochecha.

Quando ela ia entrando em casa eu me lembro da caixinha que estava todo esse tempo no meu bolso.

- Ei, faltou isso... - Aviso mostrando o objeto preto. - Quando eu vi, só consegui pensar em você. - Abro a caixinha e mostro o par de anéis prateados, eles são delicados e um deles é levemente retorcido com algumas pedrinhas.

- Que lindo, Juan. - Ela diz admirada. - Eu nunca vi esse modelo de jóia, que bonito.

Fico contente de ter acertado e agora fico apreensivo enquanto ao tamanho. Com cuidado eu coloco o anel em seu dedo e sem esforço ele cabe como a luva.

- Coube! - Samy diz rindo. - Como você sabia o meu número?

- Não sabia, eu fui olhando um tamanho até achar que serviria. - Digo rindo e colocando o meu par. - Nossa, eu me sinto até mais importante agora.

- E eu, olha só. - Diz mostrando o anel e o buquê que ela não largava.

- Linda. - Confesso e seguro sua mão antes de ir.

- Já tá tarde, até amanhã. - Me despeço.

- Até, namorado. - Brinca e entra em casa.

Eu faço o mesmo e vou dormir ainda sentindo a energia no meu corpo.

🏀

- Juan cara, acorda. - Gabe chama e eu levanto assustado.

- O quê foi? Que horas são? - Pergunto confuso ao me levantar.

- Tá na hora de ir ou você não tem aula hoje?

- Tenho, valeu por me chamar. - Digo coçando os olhos.

- Que que isso? - Gabriel grita me assustando. - Deu certo ontem?

- Deu, a gente tá namorando. - Conto sorrindo de orelha a orelha.

- Ai cara, eu sabia que daria certo. - Confessa e me chama pra um toca aqui. - Ela gostou das flores?

- Amou, não parou de olhar e não largou por um minuto. - O ruivo comemora sua conquista.

- Eu sabia, aquelas rosas estavam perfeitas. - Murmura. - Agora vamos, senão você vai se atrasar.

Ele estava certo, por pouco não me atrasei e consegui chegar a tempo na aula. Durante a manhã, Samy e eu trocamos muitas mensagens e fotos aleatórias, a gente ria e compartilhava memes um para o outro entre as aulas. Tudo parecia igual a antes, como se fossemos amigos, mas com algo especial, nós não precisávamos mais esconder o nosso sentimentos.

Quando as minhas aulas terminaram, eu mandei uma mensagem perguntando se ela estava livre e em resposta soube que ela precisaria ficar para estudar anatomia. Chato, mas eu tinha algum tempo livre até o treino e porque não dar uma passadinha no laboratório?

Sem avisar nada eu vou até lá e encontro ela rabiscando a lousa ao lado de um esqueleto.

- Você não me disse que estava acompanhada, baby. - Brinco e ela ri.

- Ah, esse é o Troy, diga oi Troy. - Samy faz o boneco me dar um tchauzinho.

- Credo. - Resmungo ao passar por ele. - Oi.

- Oii, gostei da visita. - Assume de olhos fechados e recebendo um beijo na testa.

- Eu tinha um tempinho livre e vim te ver. - Comento e a olho de cima a baixo. - Já disse que você fica linda de jaleco? Acho que essa é a primeira vez que te vejo com ele.

- Verdade, obrigada baby. - Samy repete de forma divertida. - Sabe como é baby em português?

- Não.

- Bebê. - Ela diz e sua voz muda.

- Fala de novo. - Peço e ela faz.

O som é bonito, acho que é equivalente ao baby, pequeno, carinhoso e gentil.

- Bebé. - Tento e ela ri.

- Bebê. - Ensina e eu vou repetindo. - Isso bebê. Que brega, meu pai. - Confessa escondendo o rosto com as mãos.

- Quieta, me deixe ser brega em paz. - Brinco enquanto repetia o apelido pela sala. - O som é bonito.

- Uhum, a fonética do português é fascinante. - Samy diz vindo se sentar comigo. - Ansioso com o próximo jogo?

- Não me lembra!! - Imploro tampando os ouvidos. - Mas sabe, é legal jogar nas eliminatórias, você sente a adrenalina do esporte.

- Contra quem irão jogar? - Samy pergunta interessada e eu me viro pra ela contente.

- Centennial, não vai ser tão difícil quanto o último. - Aviso e a moça concorda.

- Quantos jogos faltam pra final do campeonato? - Seus olhos me encaram enquanto brilham e eu perco o foco por alguns segundos.

- Seis, contando com a semifinal e a final. - Explico.

- Caramba, você ainda tem muito trabalho pela frente. Mas aguente firme, ok? - Pede me apontando o indicador.

- Pode deixar, o time está bem e nós realmente temos chance dessa vez. - Digo ao me levantar. - Tenho que ir.

- Mas já, eu nem te usei de modelo. - Brinca erguendo os braços.

- Eu venho mais vezes, prometo. - Sussurro e lhe roubo um selinho. - Até mais, te amo.

- Também te amo, bebê.

Ela diz e eu facilmente poderia deixar o treino para depois, mas se eu não fosse receber 200 suicídios como pena, até que eu deixaria mesmo.

Curado Pelo Amor | Romance CristãoOnde histórias criam vida. Descubra agora