Levando uma vida extremamente corrida em dois empregos, assistente administrativo durante o dia e stripper à noite, Jungkook faz de tudo para conseguir se manter e realizar seu sonho: abrir sua própria escola de dança. Mas tudo muda quando, ao seu c...
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A cabeça estava cheia de dúvidas, o coração cheio de incertezas.
O envelope em sua mão era a certeza de que sua vida mudaria completamente. E estava disposto a isso? Jungkook não saberia responder. Mas, ao mesmo tempo, sabia que mesmo que Taehyung tivesse sido um completo idiota ao falar, ele estava certo.
Do que adiantaria tudo o que estava fazendo se no fim perdesse tudo pelo que estava lutando?
Respirou fundo e entrou em seu apartamento, sua cabeça já doía por pensar tanto no assunto no percurso até sua casa. Era sobre sua vida, era sobre seu futuro, era sobre quem ele era. Um casamento por contrato dessa forma faria toda sua vida girar. E não era tolo, sabia que ao ser apresentado como novo membro da família Kim lhe traria alguns holofotes, e queria isso?
Não sabia mais dizer o que queria, por um segundo, duvidou que se reconheceria ao se olhar no espelho.
— Acho que vou enlouquecer — reclamou se jogando no sofá — Eu preciso conversar com alguém. Preciso falar com o Hobi.
Só quando pegou o celular percebeu que sua mão tremia levemente. Era uma péssima noite, era um péssimo mês, Jungkook por um segundo até pensou ser uma péssima vida, mas logo espantou o pensamento. Gostava da vida e não seria em um momento complicado que isso mudaria.
Já tinha vivido momentos ruins antes, poderia lidar com qualquer coisa que viesse. Mas olhou para o papel pardo do envelope e quase riu de si. Será que poderia mesmo lidar com qualquer coisa que viesse?
— JUNGKOOK! — Escutou a voz do Hoseok que o chamava há quase um minuto pelo telefone e respirou fundo, estava mesmo perdido — Estou indo até seu apartamento? Tá tudo bem? Vou ligar para a polícia!
— Calma! Calma, eu estou... estou bem — A voz trêmula de Jungkook denunciava a mentira, e Hoseok percebeu no mesmo instante. Conhecia o melhor amigo, conhecia até a respiração, eram como soulmates da amizade.
— Eu ainda estou indo para aí, mas sem a polícia e com sorvete com muita calda, do jeito que você gosta — Hoseok falou em um tom ameno, ainda que estivesse muito preocupado.
— Por favor — Chorou dolorido, porque seu peito apertava tanto que duvidava se conseguiria aguentar — Eu preciso muito de você, Hobi.
— Estarei aí o mais rápido possível — Jung garantiu.
A chamada foi encerrada e Jungkook se encolheu no pequeno sofá. Não ia se vitimizar, vivia sempre intensamente e vez outra não se importava em derrubar algum idiota no soco, mas era humano. Humanos se ferem, são feridos e às vezes, muitas vezes, precisam de um tempo para recuperar a energia, curar uma ferida, ou apenas absorver uma dor. E naquele instante, Jungkook sentia muita dor.
