III

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— Eu te acompanho — Malfoy sussurra pela milésima vez. — Você está dormindo nesse andar também.

— Malfoy, se nos pegarem juntos, vão desconfiar — Pansy sussurra de volta.

— Não ligo. Não vou deixar você andar sozinha pelo castelo assim — ele diz olhando para Pansy que está apenas com uma camisola dele. — Vamos.

Draco sai porta afora e escuta Parkinson suspirar atrás de si. Ele pega sua mão.

Eles saem pelo corredor e dão a volta na escada, passando pela varanda. Malfoy olha a lua pelo teto aberto dela e sorri. Quando deixar Pansy, ele vai voltar ali para olhá-la.

Eles seguem corredor adiante, até que escutam um barulho de uma porta abrindo. Pansy gela ao seu lado, Malfoy aperta sua mão para relaxá-la e a puxa para trás de uma armadura.

Eles escutam a porta se fechando e Malfoy respira fundo, a pessoa entrou no quarto de novo.

Ele sai de trás da armadura com Pansy e a observa gelar ao olhar para trás dele. Malfoy se vira numa velocidade fascinante segurando o braço da pessoa e tentando lhe imobilizar, o que a faz se defender e tentar lhe imobilizar também, resultando nos dois agarrados um ao outro.

Draco tenta focar a visão, graças à luz do luar que entra pela varanda, ele consegue observar os fios encaracolados e o rosto risonho.

— Potter — Draco murmura e o solta. Potter o solta também e os dois se afastam. Malfoy observa o olhar de Potter passar dele para Pansy e sorrir.

— Conspurcando as jovens, Malfoy? — Potter ergue a sobrancelha num sorriso de lado.

— Pansy — Draco murmura sem tirar os olhos de Potter —, você pode ir.

Ele se vira para trás e assente com a cabeça quando viu que ela ficou parada. Pansy pisca se situando e começa a andar. Malfoy só tira os olhos dela quando sua porta fecha.

Ele olha novamente para Potter.

— O que faz acordado? — Malfoy pergunta numa voz baixa, perigosa. Potter, se notou ou não, sorri calmamente.

— Fome. — Ele ergue as mãos. — Não esperava encontrar jovens puritanos no corredor. Muito menos ser atacado. Cara, eu acabei de acordar.

Malfoy olha fixamente para aquele sorriso que Potter tem em seu rosto.

— Você não deveria falar assim comigo — Draco avisa calmamente ainda baixo.

Um tom baixo perigoso. O sorriso de Potter aumenta.

— Você não deveria estar dormindo com seus hóspedes — Potter começa a falar baixo também.

— E você não irá contar a alguém — Malfoy diz quase num sussurro. Não foi uma pergunta.

— É? Assegura-se tanto assim? — Potter diz já num murmúrio. Malfoy não lembra de como eles se aproximaram, mas agora estão próximos, olhando fixamente um para o outro, seus olhos vidrados.

— Você se garante demais para alguém que cresceu sozinho — Draco diz na intenção de machucar, lembrando-se dos pais mortos de Potter.

Porém, Potter entende e lhe lança um sorriso cruel.

— Eu tinha sete anos — ele fala tão baixo quanto pode, fazendo Draco querer se inclinar para mais perto só para escutá-lo —, não posso sentir falta de algo que não lembro.

Eles ficam em silêncio. Um príncipe, Malfoy se lembra. Potter pode ser tão afiado como ele, do mesmo jeito que se defendeu quando Draco o atacou.

Malfoy inclina o rosto para o lado mirando na sua orelha.

It Will Never Be Us ~ drarryOnde histórias criam vida. Descubra agora