IV

509 69 44
                                    

Draco entra no escritório de seu pai, cumprimentando lorde Haverst e o conselheiro Emym.

Eles se sentam ao redor da mesa. Lúcio começa sem subjeções.

— Eles estão mandando cada vez mais ameaças — ele diz. A sala, que já estava em silêncio, entra num vazio assustador.

— Eles...? Não, de novo? Não tinham parado? — Draco pergunta, ajeitando-se na cadeira.

Lúcio o olha sem expressão.

— Eles nunca pararam.

A sala entra, novamente, em silêncio.

— O senhor disse que eles haviam desistid...

— Eu sei — Lúcio corta. — ... o que eu disse.

Draco o olha sem entender nada. Seu pai lhe assegurou para não se preocupar com isso. Por que esconder algo tão sério dele?

— Na época eu levava apenas como uma brincadeira boba de plebeus, mas agora o movimento ganha força. É possível ver seus desenvolvimentos pelas ruas. Eles vão fazer o que prometeram.

— Mas... — Draco tenta recobrar o juízo. — Mas nem é nossa culpa.

— Assim que assumi o trono — diz Lúcio calmo —, passou a ser.

Draco entra em um desespero interno. Não tem como resolver isso.

— Por que agora? — ele murmura. — Por que avisar só agora?

Lúcio não responde. A sala permanece, como sempre, em silêncio. O conselheiro percebe que o Rei nem faz menção de responder, então se vira para Draco.

— Pensávamos que poderíamos solucionar sem envolver tantas pessoas, mas... — Ele para, ponderando.

— Mas o quê?

— Eles... fizeram um acordo com Temitra.

— O... — Draco arregala os olhos sussurrando. — O quê...?

Lúcio pega um envelope e coloca na frente de Draco.

— Abra.

Draco pega o envelope cuidadosamente. Era todo branco, sem remetente, sem destinatário. Ele o abre. Demora meio minuto para digerir a informação.

— Nosso espião mandou isso — Lúcio murmura. Draco passa os olhos pela carta, de novo e de novo.

Ela tinha apenas uma frase.

Eles vão atacar.

— Por... Por quê? — ele pergunta abismado. Draco fecha os olhos, querendo que tudo isso fosse mentira.

— Já mandei prepararem nosso exército. Eles pensam que nos pegarão de surpresa, pelo menos temos essa vantagem.

— Como os rebeldes conseguiram se alinhar com Temitra? — Draco pergunta inconformado.

— Como eu disse — Lúcio responde —, seu movimento tem ganhado força. Porém, nosso espião afirma que não haverá nada por enquanto durante um mês. Teremos outra reunião em duas semanas.

— Então vamos pagar por uma coisa que nosso antepassado fez?

— E que eu não resolvi.

Eles caem em silêncio novamente. Isso também é culpa deles.

— Muita gente morrerá — Draco diz.

— Eu sei.

— Pessoas que não fazem ideia do que está acontecendo.

It Will Never Be Us ~ drarryOnde histórias criam vida. Descubra agora