— Porra, desculpe-me, Renan — Draco chora em seus braços. — Desculpe-me. Se... se te matarem, eu não saberei o que fazer. Você é minha figura paterna. Preciso de ti ao meu lado, por favor, não vá.
Draco sabe que isso não depende dele, mas, ainda assim, ele chora feito um bebê em seu abraço.
— Tudo bem, Vossa Alteza. Cumpri meu dever acima de tudo. Cumpri minha promessa. Não me arrependo.
— Ran — Draco choraminga —, como... Eu não posso assistir isso. Não posso assistir sua morte. Eu não vou conseguir estar aqui — ele balbucia, mas algo em seu peito o ordena a comparecer. A culpa foi dele. Que, então, ele seja atormentado por isso.
— Nunca pediria para que você ficasse — Renan diz sério. Os dois estão nas masmorras, Lúcio permitiu que Draco ficasse com ran até.. o momento. Falta menos de trinta minutos.
Draco assente, mas ele sabe que virá de qualquer maneira.
— Obrigado. Por tudo. Você foi mais pai que o meu próprio. Eu iria dizer que sempre honrarei sua memória, mas, em alguns dias, provavelmente estarei morto também. — Ele ri sem gosto.
— Não desista, Draco. — Renan acaricia seus fios. — Você e Harry ficarão bem.
Malfoy o olha com o beiço tremendo.
— Eu nunca disse que amava ele — Draco sussurra depois de alguns segundos. — Existe a chance de eu nunca mais o olhar e eu nunca disse que o amava.
— E você fazia? Você o amava?
— Sim — ele cochicha humildemente.
— É aí mesmo que sinto paz, Draco. Nada foi em vão. — Renan acaricia seus fios. — De qualquer forma, existe diversas maneiras de demonstrar amor. Tenho certeza que Potter pegou a mensagem.
Draco afunda em seu peito e ri engasgado. Ele não sabe o que seria sem Renan na sua vida.
— Sim. E eu amo você também. Eu te amo — ele diz e uma onda de choro ameaça cruzar com ele novamente. Renan o abraça mais forte.
— Eu o amo desde que nasceu, Draco. Serei fiel até meu último suspiro.
— Está na hora — um oficial que está de guarda na cela anuncia. Um pânico toma conta de Malfoy.
— Vamos, Draco. — Renan o empurra suavemente.
— Porra, não. Eu não posso deixar. Renan, você vai morrer, por que...
— Draco, você precisa se acalmar. Vai ser rápido, eu prometo.
— Por que vocês estão sempre calmos? — Malfoy quase grita, a voz engasgada de choro. Renan o olha em confusão. — Pansy... Pansy também estava tão calma... Não era para ser assim, por que você não está chorando comigo?
— Eu gostaria de estar chorando junto com você, Vossa Alteza. — Renan o abraça forte uma última vez antes de soltá-lo.
Tiram Draco da cela à força. Malfoy está chorando alto e nem tem vergonha disso, seu pai vai morrer na sua frente e ele não pode fazer nada.
Cortaram, primeiro, suas mãos e seus pés, em seguida, braços e, para finalizar, sua garganta.
Draco olhou tudo. Olhou tudo ao lado de Lúcio. Olhou e escutou enquanto Renan morria lentamente. Não foi rápido como ele prometeu. Mesmo que fosse, a cena irá ficar atrás dos olhos de Draco para lembrá-lo sempre em que fechasse os olhos. Lembrá-lo da culpa que ele tem por ser a causa da morte de alguém.
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Ele tem sete anos e está lá, estendendo a mão para um homem de cabelos escuros de Malkin que está ao seu lado sempre que ele acorda. Ran o guiou para sua primeira aula de dança.
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It Will Never Be Us ~ drarry
Fanfiction"- Ou apenas um garoto asqueroso. - Draco tem olhos para a sua pele, o jeito que a garganta de Potter se estende até o seu ombro, numa postura perfeita. Malfoy não sabe o porquê, mas encosta os lábios no lóbulo da sua orelha, sorrindo em seguida...