XII

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Draco acorda bem. Graças a algum deus, ninguém sentiu falta dele quando estava com Potter.

Porém, Teresa apareceu no seu quarto mais tarde. E quando Malfoy abriu a porta, ele não poderia ter ficado mais surpreso, ela se jogou em seus braços e começou a beijá-lo. Claro, ele a beijou de volta.

Mas, sério? Draco estava cansado e ele não queria nenhum cheiro em sua pele que não fosse o de Potter.

Então, educadamente, ele recusou uma transa.

Draco tenta não pensar no quão aliviado ele ficou ao fechar a porta. Ou no tamanho do sorriso que atingiu seu rosto ao perceber que ainda estava com uma calça de Potter.

Potter. Oh, merda. Ele pensou.

Na mesma hora Malfoy abriu a porta e a puxou de volta. Draco foi dormir naquela noite definitivamente sem o cheiro de Harry. Uma missão comprida.

A não ser quando Draco desistiu do autocontrole e pegou a calça de Harry para dormir. Todo o esforço que tinha feito para gozar na barriga de Teresa em vão.

Draco chega a conclusão de nunca mais pensar no quanto tocar em Teresa foi angustiante. Do quanto reconhecer isso foi angustiante. Ele não pensa mais nisso quando acorda.

E então, Harry sorri para Draco no café da manhã — isso fez o coração dele errar umas três batidas — mas ninguém precisa saber disso.

Malfoy percebeu que Harry não estava envergonhado pelo o que aconteceu ontem. E isso o deixou com um enorme alívio no peito, ele não saberia o que fazer se ele e Harry ficassem estranhos novamente.

Malfoy sorriu de volta e baixou os olhos para o prato. Ok, tudo certo. Eles estavam bem.

Então, ele se pegou sorrindo na noite de hoje. Sorrindo sozinho e, novamente, indo dormir com a calça de Harry. Malfoy se vira na cama pensando na pele de Potter contra a sua ontem, pensando no quanto queria pelo menos ter conversado com ele hoje, mas estava tão ocupado com tudo acontecendo.

Eles não podiam ignorar o ataque, muito menos o muro caído. Draco teve que resolver todos os problemas em relação a ele. Desde quem vai construir até materiais que irão utilizar, e, deuses, Malfoy nunca se sentiu tão exausto.

Ele começa a pensar em descer até a cozinha e pegar alguns xeszerts, automaticamente lembrando do dia em que encontrou Harry lá, um sorriso involuntário cruzando seus lábios desejando que Potter estivesse agora também.

Draco desce as escadas silenciosamente; passando por alguns guardas, os corredores mais reforçados agora que os ataques estão à vista de todos. Ele para na porta da cozinha, observando Harry beber algo numa xícara. Um outro sorriso pegando-o ao ver que ele está realmente aqui, com seu cabelo bagunçado e olhos quentes, fazendo Draco desejar ficar ali mais alguns segundos apenas o admirando.

Mas tem muitos guardas nesses corredores, e Malfoy não se arriscaria novamente com Harry desse jeito.

— Potter — Draco cochicha sentando ao lado dele no balcão —, o que faz aqui?

Harry pisca um pouco atônito para ele, abrindo um sorriso logo em seguida, bebendo outro gole. Ele olha para Draco um pouco surpreso.

— Eu quem deveria perguntar — Harry sussurra de volta. — O que faz aqui?

— Eu perguntei primeiro, idiota. — Malfoy sorri e Harry ainda fica calado, sem fazer menção de que vai falar algo. — Eu fiz um chute. Estava sem dormir e pensei que talvez estaria aqui, mas foi um grande golpe de sorte, né?

Potter continua calado, mas seus olhos sorriem para Malfoy.

— Ou... você... vem aqui todas as noites?

It Will Never Be Us ~ drarryOnde histórias criam vida. Descubra agora