XVII

320 33 38
                                    

— Acho que não levamos em consideração que amanhã é véspera de Natal e isso aqui iria estar uma loucura — Draco murmura para Potter no momento em que eles chegam na porta da cozinha, mais criadas que o normal lotando o cômodo.

Harry ri baixo enquanto se aproxima dele. Draco quer voltar a segurar sua mão.

— Sr. Malfoy, irá querer as suas esfirras da tarde? — uma jovem de cabelos loiros presos num coque pergunta para ele.

— Na verdade, estava pensando em eu mesmo fazê-los — Draco diz, mas repõe quando o rosto da jovem fica pálido. — Se vocês tiverem lugar para colocar eu e Potter, claro.

— Nós temos, sim, Vossa Alteza, mas... por que vocês dois querem cozinhar?

— Hã... Eu e Potter... — Eles não tinham pensado na desculpa. — Fizemos uma aposta.

— Sim, sim — Harry ajuda. — De quem... de quem faria a melhor esfirra?

— Sim? — Draco olha suplicante para a moça, esta apenas ri.

— Os senhores estão cheios de apostas. Podem vir. — Ela começa a guiá-los pelos corredores cheios de gente.

— Vocês têm a massa pronta? Iremos querer fazer apenas o recheio — Draco diz, parando para pensar no quão complicado seria fazer uma esfirra completa.

— Sim. Temos massa pronta para, provavelmente, dois ou três dias. Você sempre vem aqui pegar esfirras e estamos sempre preparadas.

— Por isso vocês são tão rápidas — Draco murmura consigo mesmo e consegue ver Potter revirar os olhos com o canto de olho. Draco acha o gesto adorável.

— Aqui. — A criada passa para eles um papel. — A receita do recheio. É simples, qualquer coisa estaremos logo atrás de vocês.

Malfoy olha para Potter quando a moça sai para ajudar as cozinheiras. Segundo o papel, eles não precisam utilizar nenhum fogo para fazer o recheio, então Draco guia os dois para uma bancada mais longe.

— É uma receita de esfirra de carne — Potter diz enquanto lê o papel.

— Sim, você não gosta?

— Eu nunca provei. — Harry dá de ombros. — Não é um costume em Grimmauld.

— Harry, gostaria de, humildemente, saber a base de quê você sobrevive? — Draco murmura perplexo. Harry revira os olhos novamente.

— Eu posso picar a cebola grande, tomate, salsa e a cebolinha verde. Você pega o sal, pimenta-do-reino e limão.

— Por que eu não posso picar algo também? — Malfoy faz beicinho.

— Algo me diz que você nunca chegou perto de uma tábua e faca de cozinha.

— Isso é puramente calúnia contra a minha pessoa. — Malfoy sorri se aproximando. — Você vai ficar com o trabalho pesado, deixe-me picar um dos seus, pelo menos?

Eles estão mais próximos do que é considerado adequado e Draco está tentando intensamente conter o impulso de enrolar sua mão na cintura fina de Potter.

— Certo. — Harry relaxa. — Vá pegar os ingredientes da lista primeiro, ok?

O armário está a seis passos deles, mas Draco quer dar um beijo de despedida em Harry. Ele pega o papel e dá um passo para trás, e então outro, e outro, até que ele consiga força de vontade para deixar de observar Potter à sua frente.

Ele pega tudo dentro do armário e traz até a bancada dos dois rapidamente. Harry começa a picar a cebola grande, Draco fica uns segundos olhando hipnotizado antes de cuidar com suas tarefas. Ele pega a carne moída e coloca dentro de uma bacia grande para misturar o recheio. Ele corta dois limões e espreme-os em cima da carne. De alguma forma, a maior parte vai mais para o seu olho do que para a carne, mas Harry não viu, então está tudo bem.

It Will Never Be Us ~ drarryOnde histórias criam vida. Descubra agora