VI

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— Certamente atacá-lo não é uma bela forma de conquistá-lo.

Renan aparece no seu quarto na manhã seguinte, com seu café da manhã. Na noite passada Draco havia lhe avisado que iria comer na cama.

Malfoy o olha abismado.

— Eu não quero conquistá-lo — ele bufa. Ran sorri para ele.

— Bom, seja lá o que você esteja tentando fazer, tome cuidado, Draco — Renan pede. Draco quase consegue vê-lo fazendo uma oração silenciosa.

— Tentarei.

— Prevejo muitas confusões daqui para frente — Ran murmura sorrindo.

— Qual seria a graça da vida sem uma confusão de vez em quando?

— Mas as suas confusões me dão medo.

— Relaxe, nada para se preocupar.

Naquela manhã, Draco continuou em seu quarto. Porém, ele foi para o almoço. Talvez tenha faltado o café por vergonha do que fez na noite passada, mas não se tocou que Potter também poderia estar com vergonha do que ele tinha que cumprir.

Ele chegou na mesa, o tempo todo Potter evitando seu olhar, apesar do sorriso que ontem lhe enviava. Talvez tenha caído na real do que significava perder a luta.

E assim se passou o dia inteiro, eles não conversaram, não se olharam, não ousaram nem pronunciar o nome um do outro. A tensão do que deveria acontecer lhes cercando o dia inteiro.

Finalmente, chega a hora do jantar, um pouco mais tarde que o habitual, o Rei ainda terminava de resolver algumas coisas. E quando chegou na mesa, todos o acompanharam.

Draco, enquanto comia, conversou com a sua mãe e com as meninas sentadas ao redor dele. Cansado dessa brincadeira estúpida deles dois, começou a encarar Potter sempre que podia. Esse sentia o olhar dele, Draco sabia, mas continuava o evitando.

— Covarde — ele murmura mesmo sabendo que Potter não podia ouvi-lo.

— Quem é covarde, querido? — Narcisa pergunta, Malfoy quase salta de susto.

— Hã... — ele engole seco. — Hoje eu estava passando perto do lago e escutei algo lá perto, mas não fui verificar. E estava lembrando disso agora.

— Oh, meu amor — Narcisa murmura sorrindo —, deveria ser apenas mais uma raposa se aventurando por aqui novamente.

Draco sorri para ela. Ele realmente havia escutado algo lá. Graças aos deuses ele lembrou disso. Draco, porém, sente o olhar pesado do seu pai. Ele se vira para ele em interrogação.

— Que horas isso, meu filho? — Lúcio pergunta inexpressivo. Draco de repente cai na real.

Podia ser algo dos atacantes.

— Hoje, depois do almoço — ele fala engolindo seco.

— Certo — Lúcio diz. Ele sustenta o olhar de Malfoy por mais alguns segundos.

Lúcio finalmente desvia seu olhar para os ocupantes da mesa. Todos voltam a comer imediatamente.

Quando Malfoy sobe para o quarto naquela noite, ele já está exausto, de absolutamente nada já que seu dia se resumiu ao tédio.

Somente quando chega no final do corredor que ele nota alguém ali na sua porta o esperando. Draco trava de repente, reconhecendo aquela postura de qualquer lugar.

Ele, enfim, toma coragem e continua seus passos, parando de frente para Potter, este se vira para ele.

— Eu não sou covarde — Potter diz sério. Draco franze a testa, mas lembra do jantar e compreende.

It Will Never Be Us ~ drarryOnde histórias criam vida. Descubra agora