Quando o guarda falou "enfermaria", Malfoy imaginou mil e uma coisas. Uma delas era, mais ou menos, um ferro saindo do peito de Potter.
Mas o bonito está apenas sentado na maca sorrindo delicadamente para o curandeiro enquanto bebia algum líquido estranho. Ele tem arranhões nos braços cobertos por gases, e, sério, todo o pânico de Malfoy foi tomado por raiva.
— Posso saber por que caralhos você está fazendo aqui todo acabado? — Draco pergunta despertando a atenção de Harry que ainda não o tinha visto, suspendendo as sobrancelhas. Draco analisa a roupa de Harry. Claramente rasgadas em alguns locais.
— Bem, espinhos em moitas talvez não tenham sido a melhor opção dos tempos — Potter fala tranquilamente sorrindo de lado. Draco bufa.
— O que você fez?
— Uma pessoa estava parada ao lado do muro e me joguei em cima dela para impedir uma morte, Malfoy. Caímos numa moita cheia de espinhos.
— Você é totalmente maluco. Aquilo era um ataque seu... Pelos deuses, Potter. Como pôde? Eles poderiam ter te levado.
— É, e a mulher iria morrer. Ou salva os dois, ou morre os dois.
— Estamos em guerra… Harry. Por favor, não faça mais isso. — Draco suspira derrotado, ele não sabe se é o ódio ou a preocupação que o move agora.
— Não seja idiota — Potter resmunga e chuta os lençóis como uma criança indignada.
— Ok, deuses. — Draco revira os olhos, indo até Harry e levantando seus braços para ver se tem mais algum corte —, você está terrível...
— Obrigado.
— … Você tem noção o quão difícil é ficar aflito por mais de meia hora de preocupaç...
— Você ficou preocupado comigo?
Draco congela.
— Não. Teresa também sumiu, fiquei preocupado com ela.
Mentira.
— Ah — Potter diz agora já sem vida. Malfoy fecha os olhos com força, impedindo-se de enterrar o rosto no peito de Harry e deitar com ele naquela maca ridícula.
Rapidamente anula seu pensamento.
— Idiota — Draco cochicha ainda procurando outro arranhão.
— Pare. Pare de me tocar. — Potter o afasta de seu corpo e se levanta da maca, estremecendo quando os pés tocam o chão. Malfoy se virou para ver o curandeiro brigar, mas ele não estava mais lá. Malfoy nem o viu sair. — Deixe-me em paz.
Draco o olha um tanto atônito e surpreso.
— Por que eu faria? — ele pergunta com um sorriso de lado. Harry o olha enojado.
— Porque parece que você não teve dificuldades ontem para fazer exatamente isso.
Draco fica sem reação, olhando para os olhos de Harry e tentando achar algo. Ele havia evitado Potter porque... Sei lá, não é nenhum dos motivos que ele está pensando. Ele evitou Harry porque é perigoso Draco ir mais fundo nisso e ficou assustado quando percebeu. E ainda está.
— Não, Harry...
— Numa noite — Potter começa apontando o dedo em seu peito —, você me pede para dormir com você, mas no dia seguinte não consegue nem me olhar nos olhos. Passei horas me perguntando se fiz alguma merda errada, perguntando-me se aquilo teve significado apenas para mim e se fui um idiota por achar que teve para você.
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Bom, Malfoy se sente um merda pelo resto do dia. Potter havia saido da enfermaria e Draco simplesmente não conseguiu dizer nada. Porque tudo o que Harry disse é verdade.
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It Will Never Be Us ~ drarry
Fanfiction"- Ou apenas um garoto asqueroso. - Draco tem olhos para a sua pele, o jeito que a garganta de Potter se estende até o seu ombro, numa postura perfeita. Malfoy não sabe o porquê, mas encosta os lábios no lóbulo da sua orelha, sorrindo em seguida...