CAPÍTULO 6 {De Peter, aquele que te ama}👑

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De Peter, aquele que te ama.

Alguns meses se passaram, 150 dias para ser exata

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Alguns meses se passaram, 150 dias para ser exata. Me sentia completamente perdida por uma parte. Peter e eu nos aproximamos. Na verdade, ele tentou uma amizade comigo, e eu não me neguei. Mesmo gostando de ficar sozinha, estar sozinha não é algo de que devemos nos orgulhar. A solidão é triste. Assim, rapidamente nos tornamos amigos. Peter foi mandado embora pelo avô de Beatryce quando descobriram nossa amizade. Seu pai também foi afastado, o que trouxe dificuldades para sua família. Eu me senti culpada por isso, a todo momento.

Mas, com o tempo, um pouco de humanidade despertou no coração daquele homem, e ele ajudou a família de Peter. Ele recebeu a oportunidade de trabalhar como entregador de leite nas casas da vila, um pedido meu ao avô de Beatryce. Essa ajuda mudou tudo para eles.

Foi uma vitória difícil, mas, no fim, a humanidade prevaleceu.

Agora, é noite. Ontem, eu e Peter nadamos no lago na floresta. Ele me ensinou a nadar. Apesar de ter tido várias aulas na infância, nunca aprendi até ontem. Rimos e fizemos um piquenique à beira do lago. Quando o sol começou a se pôr, ele me chamou para segui-lo por entre as árvores. O caminho nos levou até um ponto onde as montanhas emolduravam o pôr do sol. Naquele momento, eu percebi a beleza do mundo de uma forma que nunca tinha reparado antes. Era como se Peter tivesse colorido o meu mundo. Senti uma felicidade pura.

Escrevi no meu diário. Agora, estou deitada na cama, de barriga para baixo, completamente exausta após o baile de hoje. Mal consigo levantar. O castelo está silencioso, todos devem estar dormindo.

Levantei-me e fui até a janela. A luz da lua atravessava o vidro, iluminando o quarto suavemente. Vesti um pijama de seda longo, que escorregava pela minha pele. Meus cabelos, trançados com força, me incomodam, mas não há cremes para cachos neste tempo. Sentada na janela, observei a lua. Era um hábito que desenvolvi a um tempo. A lua parecia falar comigo, e eu com ela.

— Beatryce!

O susto me fez pular. Olhei para baixo, com o coração disparado.

— Peter? — Chamei, reconhecendo sua voz.

— Oi! — Ele respondeu com um sorriso que refletia a luz da lua, tornando seus olhos ainda mais brilhantes.

— O que faz aqui? — Perguntei, vendo-o sorrir sem parar.

— Vamos observar as constelações? — Ele sugeriu com o mesmo sorriso alegre. Sua proposta me pegou de surpresa, mas uma conversa ao ar livre seria perfeita.

— Agora? — Questionei, enquanto o vento frio soprava contra meu rosto, me fazendo cruzar os braços.

— Claro! Desce! Vou te esperar lá na frente.

— Não! Fique onde está!

Ele ficou parado, olhando-me curioso.

Desci da janela, sentindo o frio do chão, e coloquei minhas botas de couro preto. Voltei para a janela e, com cuidado, pulei para o galho da árvore ao lado.

Entre Sombras e Castelos: A Odisseia Temporal de BeatriceOnde histórias criam vida. Descubra agora