Você seria capaz de abandonar sua vida para ajudar uma pessoa que nem conhece?
Em meio aos desafios de sua vida universitária e pessoal, Beatrice se depara com uma reviravolta inimaginável: uma cópia exata dela mesma, em um beco, implorando por ajud...
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Dois anos se passaram rapidamente. Estranhamente, sinto que apenas um dia havia passado, como se eu não me lembrasse de nada. É como se eu só tivesse recobrado a consciência na semana passada, como se outra pessoa tivesse vivido minha vida nesse período. Mas agora, as memórias estão voltando. Vivi parte da minha vida aqui presa e dormindo. Acabei ganhando um pouco de peso, mas emagreci depois que comecei a ficar mais ativa.
Atualmente, continuo sendo o assunto mais comentado em toda Elliot. Sou conhecida como a princesa que nunca revela seu rosto. Uns dizem que é porque sou feia, outros acham que é uma forma de chamar atenção. Durante esses dois anos, recebi inúmeras propostas de casamento, mas recusei todas.
Arthur permitia que eu conversasse com todos os duques, condes e nobres que pediam minha mão, mas sempre por trás de uma cortina que dividia a sala, para que ninguém visse meu rosto.
Tudo isso para quê? Para que eu tivesse um marido e, finalmente, pudesse assumir a coroa. Parece que estou destinada ao mesmo destino que Beatryce, e não sei como escapar disso. Os anos passaram, e eu permaneci inerte, sem saber o que fazer ou como ajudá-la. Não entendo o que devo fazer, especialmente quando tenho esses lapsos de personalidade. Somente tenho isto. Olho a caixinha de joias em cima da minha penteadeira. Somente isso me dava um caminho.
Sou considerada a princesa mais cortejada de todos os reinos, e isso trouxe muita inveja. Nos meus últimos aniversários, acabei recebendo presentes desagradáveis, como esterco de cavalo, ou um rato morto.
Creio que esses presentes não foram entregues diretamente para o mordomo mais velho, pois a pessoa seria denunciada, ou até mesmo morta. Me pergunto se receberei mais presentes assim hoje.
Ao longo que os dias passaram, eu estudei, treinei, e fiquei mais forte. Desenvolvi boas habilidades com espadas, arco e flecha, e equitação, mas ainda não me sinto segura. Muitas coisas aconteceram. Descobri que o avô de Beatryce, que agora é meu avô, evita-me constantemente. Não me lembro da última refeição que tivemos juntos, mas soube que o motivo é que a minha mãe - ou melhor, a mãe de Beatryce - fugiu e nos abandonou, sem se importar com ele também, segundo os boatos.
Os mordomos e Joana sempre trazem recados dizendo que ele está ocupado com suas obrigações como rei. E quando investiguei, era algo relacionado a negócios, plantações, e acordos para produzir maquiagem e algodão como mercadoria para o reino.
Nesse tempo, não fiquei sozinha. Eu tinha Peter. Ele cresceu comigo, e foi o único, além dos empregados do reino e meu avô, a ver meu rosto. Nos tornamos amigos rapidamente.
Dois anos atrás, ele tinha por volta de 15 anos. Crescemos juntos e nos tornamos mais que amigos; somos como irmãos. Pergunto-me se Beatryce também chegou a amar Peter como um irmão, assim como eu.
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