O pior encontro

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Olaaaa!!!

Bem-vindos a mais uma fanfic minha, e dessa vez uma adaptação de um dos meus livros favoritos 🤍

Todos os direitos são reservados à autora original da obra, Alexandria Bellefleur, essa é apenas uma adaptação.

Espero que vocês gostem tanto dessa fanfic quanto das outras, embora dessa vez seja de um shipper diferente.

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Havia um limite para quanto atrito uma garota poderia aguentar, e Rebecca Armstrong chegara ao dela. Desviar dos carrinhos na frente da vitrine de Natal espalhafatosa do Great Gatsby e lutar para chegar ao restaurante na hora fizera a calcinha de renda, novinha em folha, enrolar até ficar mais parecida com um cinto do que com o modelo boyshort que originalmente a descrevia. Becky já estava quase sentindo o gosto do amaciante que usava.

Tentar ajeitá-la por cima do vestido havia se provado inútil. Se contorcer definitivamente não adiantara nada, muito menos se apoiar casualmente no poste antes de atravessar a rua e... rebolar? Um movimento de quadril que foi menos estou aqui no poste trabalhando para ganhar o pão de cada dia e mais um urso no meio da floresta com uma coceira horrível. Enfiar a mão por baixo da saia havia sido o último recurso, o que trouxera a consequência indesejável de fazer parecer com que estivesse cometendo um autoatentado ao pudor na frente do Starbucks. As ruas de Bangkok já tinham visto coisas mais estranhas, mas aparentemente o cara observando pela janela do passageiro de um Prius sujo de lama não.

E tudo por culpa daquela calcinha, uma calcinha nova, mais sexy que o restante das que estavam emboladas na gaveta de sua cômoda. Não que ela estivesse esperando que a irmã de Nop visse a calcinha, mas e se o encontro fosse bom?

E se? Era essa a pergunta de um milhão de dólares, a faísca de esperança que a fazia continuar tentando de novo e de novo - e de novo? O frio na barriga era um bálsamo, cada calafrio aliviando a dor de todas as rejeições e foras que já havia tomado, até Becky mal se lembrar de como era a sensação quando o celular não tocava. Quando a faísca simplesmente não estava lá.

O nervosismo de um primeiro encontro? Era uma sensação mágica, como ter glitter correndo nas veias. Talvez aquele jantar acabasse sendo bom. Talvez elas se dessem bem. Talvez rolasse um segundo encontro, um terceiro e um quarto e - talvez aquele fosse seu último primeiro encontro. Boom. Fim de jogo. Uma vida inteira de frio na barriga.

Depois de conseguir ajeitar a calcinha, Becky parou na frente do restaurante e respirou fundo. O suor escureceu o algodão azul-claro do vestido quando ela limpou as palmas das mãos na saia, secando-as antes de girar a maçaneta prateada. Becky puxou... mas a porta de vidro mal se mexeu, abrindo menos de um centímetro.

A média de preço daquele lugar estava representada por quatro cifrões, o que gerou uma pergunta: pessoas ricas faziam trabalho braçal suficiente para ter a força de abrir aquilo? Ou elas só eram saradas porque podiam pagar personal trainers e aulas particulares de pilates? Becky puxou com mais força. Será que era preciso inserir uma senha? Tocar uma campainha? Será que era para ela balançar o cartão de crédito - com seu limite ridiculamente baixo, não adiantava negar - diante da porta?

De repente, alguém agitou a mão, com unhas feitas à perfeição e pintadas no tom mais sem graça de nude, por trás do vidro. Becky endireitou a postura e... Santo Saturno. Não era à toa que aquele lugar, com seus preços e portas impossíveis de abrir, era tão famoso. Com cabelo longo e liso, em um tom escuro, e pernas longuíssimas, a hostess era uma deusa de beleza desleal, do tipo capa de revista, bonita num nível que chegava a doer. O fato de Becky ver o próprio rosto borrado ao mesmo tempo que a olhava não ajudava muito. Seu cabelo curto sem graça estava separado e seu delineador havia borrado, fazendo-a pender menos para sexy e mais para gambá suado. Um senhor golpe na autoestima.

Presságios do Amor - FreenbeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora