-... e foi quando eu disse ao meu neto: "Thahan, você é talentoso demais para se matar de trabalhar para esse chef. Você devia abrir seu próprio restaurante". E quer saber? Foi isso que ele fez. Ele tem três food trucks agora, um verdadeiro empreendedor. Dá para acreditar?Os dedos nodosos e artríticos da sra. Taeng tremiam em volta de sua sacola de compras reutilizável. Freen já estava levando duas delas para o elevador e se ofereceu para pegar a terceira, aceitando o tapinha no braço quando a vizinha permitiu que ela carregasse tudo sozinha. Ela tentou não se encolher de dor quando sentiu o arranhão da alça da sacola mais pesada na pele fina do seu cotovelo.
- Que bom, sra. Taeng. A senhora deve ter muito orgulho dele.
A mulher suspirou.
- Ah sim, eu tenho. Agora, se ele ao menos encontrasse uma garota, uma boa garota - disse ela, e inspecionou Freen da cabeça aos pés. - Você não está saindo com ninguém, está, minha querida?
Freen reagiu à sra. Taeng com o que ela esperava ter sido um sorriso de desculpas em vez de uma careta.
- Lamento. Ando muito ocupada com o trabalho.
A idosa deu um resmungo e fez um biquinho de reprovação, uma reprovação silenciosa. Quem dera fosse fácil assim desencorajar Nop...
O elevador apitou, cuspindo as duas no nono andar. Salva pelo gongo. Felizmente, a sra. Taeng morava no apartamento 901, o mais perto dos elevadores.
Freen carregou as sacolas pela curta distância, os braços tremendo com o peso, enquanto a sra. Taeng destrancava a porta com toda calma antes de deixá-la entrar. Ela levou as sacolas até a cozinha e as deixou sobre a mesa ao lado de Princesa, a gata persa da sra. Taeng.
- Quer que eu ajude a guardar as compras?
Acariciando as orelhas da gata, que já estava ronronando, a idosa recusou com a cabeça.
- Não, não. Pode deixar aí em cima. Fico sempre muito grata por sua ajuda, Freen. Você é um doce.
Com um breve aceno, Freen saiu e seguiu pelo corredor até o próprio apartamento. Assim que entrou, deixou as chaves na tigela de madeira na mesinha da entrada e se jogou de costas contra a porta.
Que noite.
Seu vestido preferido - um Oscar de la Renta vintage que pertencera à sua falecida avó - provavelmente estava arruinado, a dor de cabeça lancinante que se instalara no meio da testa durante a tarde só piorara ao longo do dia e, por mais que ela amasse Nop, por as mãos em volta do pescoço dele e estrangulá-lo até seus olhos saltarem das órbitas parecia uma ideia fantástica naquele momento.
O que o irmão tinha na cabeça? Ele tinha alguma coisa na cabeça? Uma astróloga. E daí se Becky era absurdamente bonita? Elas não tinham nada em comum além da incapacidade mútua de tirar os olhos uma da outra. O que poderia sim ter sido promissor se Becky não estivesse atrás de uma alma gêmea.
Freen revirou os olhos.
Para início de conversa, jamais deveria ter deixado Nop bancar o cupido, mas ele estava tão empenhado e ansioso para vê-la voltar a sair que ela permitira. Mesmo quando o que Freen mais queria era se trancar em casa e jogar a chave fora. Dizer sim tinha sido mais fácil do que explicar os motivos de uma recusa... especialmente quando Nop mencionou que a reserva era para um restaurante que ela estava louca para conhecer desde que o chef aparecera em um programa de culinária a que ela assistia. Mesmo relutante, Freen concordara. Um encontro, uns drinques, uma refeição maravilhosa e conversa fiada. Ela teria se permitido e deixado Nop feliz. Qual era a pior coisa que poderia acontecer?
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Presságios do Amor - Freenbecky
FanfictionRebecca Armstrong, uma das astrólogas mais populares do Twitter, sonha em encontrar sua alma gêmea, mas, depois de apenas um encontro, tem certeza de que pode riscar Freen da lista. Ela é pragmática, certinha, cética e racional demais para alguém co...