Saturno era o Tempo para a mitologia romana. Impiedoso, talvez até cruel; e tal como o tempo em sua grandeza física, tinha essas características para Saturyn.
Uma mitologia reverbera por gerações, contando histórias de seus mitos remanescentes de u...
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|episódio 4 - temporada 1|
SATURYN NÃO ESPERAVA QUE O PASSEIO, NA VERDADE, SERIA NO TEMPLO, justamente por ser o lugar que procurava evitar. Mas ali estavam os dois, caminhando pelos corredores majestosos, eventualmente cumprimentando mestres e interagindo com os mais jovens que encaravam a dupla com admiração - todos sabiam da grandeza do general Skywalker e da genialidade da Comandante Nythrat.
- Anakin, por que estamos aqui? - ela perguntou, segurando o braço dele enquanto caminhavam, usando-o como apoio. – Se Padmé descobrir que eu saí de seu apartamento, ela acaba conosco!
- Preciso te mostrar uma coisa – ele respondeu, caminhando diretamente para um cômodo que ela conhecia muito bem: o quarto de Obi-Wan.
- O que...?
- Aqui – ele disse, abrindo uma gaveta da escrivaninha do mais velho, retirando de lá um objeto retangular feito exclusivamente de madeira. Era uma caixa.
Ela segurou-a com certo medo, não fazendo ideia do que poderia estar ali. Ao abri-la, Saturyn arfou.
Duas tranças finas repousavam sobre um tecido azul escuro, lado a lado – uma, com fios loiros queimados, ligeiramente menor do que a outra, divergindo-se também na cor, visto que era tonalizado com um laranja vivo, quase como um raio de sol no fim da tarde. Ela conhecia aquele pedaço de cabelo, porque era seu.
Em silêncio, ela fitou Anakin, esperando por uma explicação que não veio. Ao invés disso, o cavaleiro deu alguns tapas na ponta da cama de seu antigo mestre, indicando que Saturyn devia sentar-se ali, em sua frente. Só então, ela notou que Anakin segurava uma espécie de placa de madeira em suas mãos, com uma fina camada dourada pela superfície, com escrituras desconhecidas que a impediram de decifrar o que diziam.
- Obi-Wan guardou sua trança logo quando soube o que iria acontecer com você – Anakin começou a dizer, olhando fixamente para o objeto em suas mãos. – Era a única lembrança sua que ele podia ter naquele tempo.
- Achei que havia perdido... – Saturyn murmurou, emocionada ao ver um pedaço de sua adolescência residir bem na palma de sua mão. No fim, as duas pessoas que Kenobi mais se importava na galáxia tinham um pedaço de si guardadas bem ali, onde ele fez questão de imortalizar os dois aprendizes. Skywalker, como seu eterno Padawan, e Saturyn, como sua única família. – Por quê? – questionou, o encarando em dúvida.
- Tem isso também – Anakin disse, ignorando a pergunta final, entregando a placa dourada para a mulher que cuidadosamente deixou a caixinha de lado, pegando o objeto. – Mest... Obi-Wan pegou antes do Conselho descartar após sua expulsão – explicou, corrigindo-se ao quase chamar seu amigo de mestre. Às vezes, ele esquecia-se que o elo hierárquico que os ligava já não existia mais.
A letra cuidadosamente fincada na superfície de ouro curvava-se de maneira elegante, deixando clara a homenagem direcionada à Saturyn, cujo nome estava maior perante o resto do texto. Era breve e sucinto, propondo-se apenas a parabenizá-la por ser a cavaleira mais nova que a Ordem Jedi já teve, onde com apenas 17 anos passou nos testes, superando mestres do próprio Conselho.
