Saturno era o Tempo para a mitologia romana. Impiedoso, talvez até cruel; e tal como o tempo em sua grandeza física, tinha essas características para Saturyn.
Uma mitologia reverbera por gerações, contando histórias de seus mitos remanescentes de u...
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| temporada 2 - episódio 18 |
PADMÉ CHOROU POUCAS VEZES EM SUA VIDA. Mas não conseguiu segurar suas lágrimas ao se reencontrar com Saturyn após seu sumiço, abraçando a ex cavaleira Jedi logo que esta adentrou seu apartamento no Edifício Senatorial, apertando-a com seus braços quase como se ainda tivesse medo de ver sua imagem desaparecendo de sua visão, como uma ilusão desesperada que pudesse materializá-la após tanto tempo longe uma da outra. Mas ali estavam elas, reunidas novamente, com sorrisos soltos e gritinhos de alegria, que soavam quase como proveniente de duas adolescentes em um estado de êxtase.
Quando Saturyn partiu pela primeira vez logo quando a guerra teve seu início, de algum jeito a Senadora se manteve calma em sua ausência, simplesmente por saber que sua amiga tinha plena capacidade de embrenhar-se pela galáxia como se fosse um fantasma. Mas ali, um ano depois da Primeira Batalha de Geonosis, Saturyn já era um tanto conhecida até mesmo por quem menos gostaria e inclusive, era caçada por esses. Assim, quando Anakin retornou a Coruscant e lhe informou sobre o desaparecimento dela tão abalado quanto poderia, Padmé sentiu seu estômago se contrair em ansiedade por aquela dura realidade onde a possiblidade de perder alguém próximo era quase tão palpável quanto si mesma.
E então, os dias se passaram e se tornaram semanas. Nenhuma notícia chegava a si, por mais que tentasse recorrer à recursos políticos pessoais além de apenas perguntar a Obi-Wan ou Anakin se já sabiam do paradeiro da Jedi. E a cada dia sem respostas, uma parte de si perdia a esperança em reencontrar sua amiga.
Isto até quando finalmente ela conseguiu ler em um relatório geral enviado por Skywalker acerca da missão de recuperação do holocron. O último parágrafo dizia especificamente que o Esquadrão 501 chegou no Cruzador Separatista tarde demais para salvar o Mestre Jedi Ropal, mas que ainda sim foram capazes de tirar alguém de lá – precisamente, a Comandante Saturyn Nythrat.
Em choque, Padmé recorreu ao comlink que Anakin havia lhe entregado para facilitar as comunicações entre os Jedi e o Senado, ligando desesperada para seu amigo em busca de explicações. Quando este finalmente atendeu, disse que ainda estavam tentando capturar Cad Bane, mas que logo deixariam Saturyn no Templo para que se recuperasse antes de partirem para a próxima missão – onde sem perder tempo, Padmé lhe pediu para que Saturyn fosse deixada em seu apartamento quando possível. E felizmente, ela não precisava arranjar desculpas para disfarçar seu afeto com a outra mulher, sabendo que Anakin partilhava da mesma urgência em vê-la.
A ansiedade em rever Saturyn fazia com que cada momento sem ela se tornasse uma eternidade paradoxal onde o tempo parecia estar congelado. Por isso, quando finalmente teve a possiblidade de abraçá-la com toda a força que seus braços dispunham, Padmé permitiu-se esquecer de todas as suas obrigações como Senadora, decidindo ser apenas uma pessoa que sofreu terrivelmente a falta de sua amiga, perdendo-se naquele gesto repleto de saudades e afeto.
- Eu pensei que tinha perdido minha amiga – ela sussurrou ainda em descrença por tê-la ali consigo, não deixando que seu toque afrouxasse em momento algum. Saturyn soltou uma risada nasal fraca, deixando seus lábios desenharem um sorriso tímido e ainda anestesiado por finalmente sentir a segurança de estar em casa. Estar nos braços de Anakin e então na presença de Padmé era o suficiente para que a Jedi se esquecesse de todos os males que recaíram sob si no último mês. – Você precisa de algo? Algum cuidado médico especial ou...?
