Hueningkai é apaixonado por Beomgyu desde que entrou no ensino médio; mas logo teve seu coração partido quando Beomgyu começou a namorar Choi Yeonjun, capitão do time de basquete. Por três anos, Kai estava apenas na posição de espectador, assistindo...
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Yeonjun:
Desde que Beomgyu terminou comigo eu era a personificação de confusão. Passei o resto do dia inteiro trancado dentro do quarto questionando todas as minhas atitudes e escolhas de vida. Mesmo não tendo dormido quase nada, ver o sol começando a nascer pela janela era o sinal de que o mundo continua rodando independente do que eu sinta, e eu não posso me dar o luxo de parar para ter uma crise existencial.
Pela primeira vez em muito tempo, levantei da cama antes do despertador tocar. Sabendo que se eu fosse pra cozinha comer algo enquanto meus pais estivessem acordados eles fariam um monte de pergunta sobre o que aconteceu ontem com o Beomgyu, decidi descer logo e comer alguma coisa.
Como estava com tempo livre, voltei pro meu quarto e deitei na cama novamente antes de tomar meu banho e ir pra escola; sim, teria que enfrentar isso uma hora ou outra, mas queria adiar o máximo possível. Por exemplo, hoje eu teria que passar na casa do Beomgyu para irmos para escola juntos ou não?!
Foram anos de minha vida só conhecendo as mesmas coisas, e eu estava bem assim. Eu era capitão do time de basquete, namorava um cara bacana e era o mais descolado da escola; tudo isso era suficiente pra mim, mas por que agora tudo parece tão falso?
Já basta a recém descoberta de que por mais que eu curtisse jogar basquete, o maior motivo de eu fazer isso é para impressionar ele; sim, eu já suspeitava que ser o mais descolado da escola nunca foi minha praia; se mostrando não ser suficiente, agora até meu namoro foi enganação.
Eu queria muito dizer pra Beomgyu que ele estava errado, que sim eu amo ele e nós voltaríamos a ser como antes, mas eu não podia. Ele estava certo, em cada palavra. Eu me sentia um completo idiota de me enganar em todos os aspectos da minha vida e acabar não só me machucando como também os outros em minha volta.
Quando meu despertador começou a tocar, foi o sinal que eu precisava para me levantar e parar de me lamentar. Fui até o guarda-roupa e peguei qualquer roupa antes de ir até o banheiro tomar meu banho.
Não enrolei muito no banho, não queria me lamentar para o chuveiro; na verdade, doeu mais olhar pro meu próprio reflexo enquanto escovava os dentes. "Quem sou eu?", era a única coisa que minha cabeça se questionava agora. A sensação de olhar para o próprio reflexo e não se reconhecer é angustiante.
Já arrumado, respirei fundo antes de botar os pés pra fora do quarto, me preparando para o que fosse acontecer hoje. Antes de sair, avisei para os meus pais que já tinha tomado o café da manhã e me despedi deles, ignorando as expressões preocupadas de ambos.
Ao ir de encontro com a Shirley, não pude deixar de me sentir melancólico novamente. Sim, ela é especial pra mim porque minha vovó me deu, mas também por todas as memórias que fiz nela, e a maioria incluía Beomgyu. Desde quando eu era uma criança solitária, eu só tinha ele para brincar comigo e me fazer companhia; se Beomgyu não tivesse aparecido na minha vida, tenho certeza que tudo seria bem menos colorido.
