AMBER - DOMINGO

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Ontem, quando meu pai me mandou uma mensagem de texto, era pedindo que fosse para casa, ele queria conversar. Fui tola em achar que ele talvez fosse fazer algum pedido de desculpas. Lógico que não. Era para me avisar que hoje vai ter um jantar importante com um cliente que pode ajudar a promovê-lo mais ainda. Nem sabia que tinha como ele ser mais promovido.

Já está quase na hora. O jantar é às seis e meia, agora são cinco e meia. Exatamente uma hora. Penso seriamente em sair de casa e não voltar até acabar, mas decido deixar meu pai satisfeito.

Mas...

Posso contar nos dedos as vezes que meu pai me deixou satisfeita. Penso um pouco. Ele me disse para ir com algo discreto, e que não use nada chamativo como vermelho ou verde. Mas..

Abro meu guarda-roupa. A primeira coisa que me chama a atenção é magnífica. Um vestido verde-bandeira, brilhoso, com um decote em forma de "V" entre os seios, que inclusive realça totalmente a minha cor de pele branca e rosada. Deixei de fora o que mais gosto nele, a grande fenda que fica na minha perna esquerda. Meu pai vai odiar.

Perfeito. É ele que vou vestir.

Escolho um salto scarpin preto, penteio o meu cabelo, e faço uma bela maquiagem. Finalizando com um lindo batom vermelho e um gloss por cima. O toque final é o meu colar de diamantes da Cartier, o adoro porque eu mesma comprei, com o meu próprio dinheiro. Foi a primeira compra que não dependi de meu pai, há alguns anos.

Tranquei a porta do quarto ao ouvir passos se aproximando. Quero que seja surpresa.

- Amber. Já está pronta? Abre essa porta.

É o meu pai.

- Não estou vestida. Fique tranquilo, já desço.

Logo, ouço os passos se afastando, que alívio. Se ele me visse com esse vestido agora, isso tudo iria acabar antes da hora.

Espero o tempo passar e então ouço, do andar debaixo, a voz do meu pai, rindo com outra voz masculina.

- Amber! Hora de vir!

Então é a hora de descer. Confesso que agora fiquei com um pouco de medo da reação dele. Mas, pelo lado bom, se ele explodir na mesa, o cliente vai embora.

Começo a descer as grandes escadas de vidro que tem visão da mesa de jantar.

Logicamente, atraio todos os olhares, inclusive de um garoto jovem, da minha idade, deve ser filho do cliente. Esqueço dele quando vejo as outras reações.

O rosto vermelho do meu pai, de raiva. O rosto de surpresa do cliente. Um sorriso no rosto da minha mãe. E um sorriso discreto no rosto do garoto. Já na mesa, me sento em um lugar vazio ao lado do jovem desconhecido, e na frente do meu pai.

- Lindo vestido. - O garoto sussurra ao meu lado.

- Que bom que gostou.

- Sou o Joshua Becker. Filho do Roy Becker. Aquele ali. - Aponta discretamente para o seu pai, sentado ao lado dele.

- Meu nome é Amber Coleman. Muito prazer.

No momento, a única coisa que consigo fazer é admirar Joshua. Ele tem os cabelos ruivos, ficam perfeitos quando a luz bate. Os olhos cor azul-mar. E o corpo perfeitamente desenhado naquele terno vermelho que cai perfeitamente com a cor de seu cabelo e combina também com o meu vestido, como se fôssemos feitos um para o outro. Esse garoto é uma perdição.

E assim, começa o jantar. Como imaginei, é entediante, conversas de negócios não são para mim. Começo a puxar assunto com Joshua, que entra na conversa.

Até a Próxima MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora