NANCY - TERÇA-FEIRA, O DIA DO BAILE ANUAL

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Depois de recebermos a carta, não paramos por nenhum mínimo segundo. Logo após terminarmos de processar a informação, viemos para a casa da Amber. Ela não queria deixar a mãe sozinha por tudo que tinha acontecido. Ela contou para mim e para Hannah do divórcio no meio da madrugada, depois de ter uma franca conversa com sua mãe. Infelizmente, tudo isso acontecendo ao mesmo tempo não deve ser fácil para ela. Já não é para ninguém.

Virei a noite de ontem, procurando informações, dicas e respostas por horas, sem dormir. O tempo é cada vez mais curto, e não podemos vacilar. Um dia foi muito cruel, mas isso provavelmente é porque ele quer que erremos. Mas não vamos errar. Nós vamos descobrir. Eu vou descobrir.

Amber e Hannah caíram no sono por volta das quatro e meia da madrugada. Agora já são nove da manhã, eu continuo firme. Decido acordá-las.

- Acordem, já está tarde. - Sacudo as duas, que estão deitadas no chão. - A gente não tem tempo. Acordem!

Depois do grito, as duas levantam surpresas, tentando abrir os olhos. Eu não tiro os meus dos papéis e do computador. Tem que ter alguma coisa aqui.

- Vou pegar alguma coisa para comermos lá em baixo, e falar com minha mãe. Volto em cinco minutos.

Amber sai do quarto e Hannah levanta, vindo em minha direção.

- Achou alguma coisa?

- Tem algo que a gente não está vendo aqui. Já rodamos todas as postagens do jornal, pesquisamos no Instagram, Facebook, anuários, fotos... A gente deixou passar algum detalhe. Eu só preciso saber qual foi.

- Deixa eu ver. - Hannah pega o computador e começa a rodar as postagens que salvamos como "mais importantes". - Eu não consigo ver nada nessas postagens.

- Porque a gente está procurando a coisa errada.

- O quê?

Amber entrou no quarto de repente e pediu que fôssemos tomar café com a mãe dela na mesa. Mesmo sabendo que não podemos parar de investigar, tenho que fazer esse favor para ela. Levanto do chão e ajudo Hannah a levantar também.

Descemos as escadas e a senhora Coleman está sentada na cadeira "central" da mesa. Ela separou algumas cadeiras para nós, com pratos, copos e talheres. A mesa está repleta de comidas deliciosas. Amber disse que ela preparou tudo, não deixou nenhum cozinheiro fazer nada.

Ela deve estar em um momento bem difícil com essa situação toda. Cozinhar pode ser uma "saída", se posso dizer assim. Todos temos uma saída.

- Bom dia, senhora Coleman.

- Por favor, me chamem de Rebecca.

Eu e Hannah assentimos e sentamos nas cadeiras uma ao lado da outra. Amber sentou a minha frente. A refeição veio acompanhada de um silêncio constrangedor. Não sei o que falar. Tenho medo de falar alguma coisa e acabar piorando tudo. Eu sei que ela é adulta e sabe lidar com os problemas melhor que todas nós, mas eu ainda tenho vontade de falar alguma coisa a ela.

- Eu sinto muito por tudo, senhora... Rebecca. - Ela tira o olhar da comida e começa a reparar em mim. Continuo falando. - Eu sei que você é mais velha e mais esperta que nós três, mas eu nem imagino o que você está passando, só queria que você soubesse que estamos do seu lado.

Ela dá um sorriso, o qual não parece nada forçado. Fico feliz.

- Obrigada, meninas. Mas não vamos falar de mim. Quero saber do vestido de vocês para o baile. Amber já me mostrou o dela, quero ver quem vai bater de frente!

- Mãe!

Todas nós rimos com a fala dela e começamos a descontrair de tudo que aconteceu ontem, falando sobre cores e tecidos, vestidos e saltos altos. É um assunto que ela entende bastante, e é visível o quanto ela gosta de falar sobre. Sabemos de onde a Amber puxou tanta vaidade e paixão pela moda.

Até a Próxima MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora