AMBER - SEGUNDA-FEIRA

13 3 0
                                    

Deixei, ontem à noite, uma mensagem para as meninas no grupo. Esquecemos o mais importante para o baile, as máscaras. Marcamos de sair hoje à tarde para comprá-las. Mas ainda são nove horas da manhã. Decido chamar as meninas para tomar café da manhã aqui em casa. Hannah disse que demoraria um pouco, mas Nancy já esta a caminho.

Em poucos minutos, a campainha toca. É Nancy.

- Oi! Seu pai trabalha hoje?

- Ele está de férias, por quê?

- É normal ele sair de casa essa hora de terno, arrumado, e com coisas de trabalho? Nas férias?

Suspiro.

- É o meu pai, Nancy. Ele deve estar indo atrás de algum cliente idiota por aí.

Olho para o lado de fora pela janela ao lado da porta. Ele ainda não saiu, está parado falando com alguém no telefone. Mas não parece ser de trabalho. Tem um sorriso no rosto dele, um sorriso que nunca tinha visto...

- Mãe! O pai disse aonde ele vai? - Grito esperando que minha mãe, no andar de cima, responda.

- Ao consultório, por quê?

- Eu e Nancy vamos sair! Tchau!

Fecho a porta, empurrando a Nancy para fora.

- Vamos sair? Não era para esperar a Hannah?

Começo a correr, mesmo de salto, e ela corre atrás.

- Dá a chave do carro, vai!

Meu pai está saindo com o carro, em direção ao consultório, que não abre na segunda-feira e que ele não tem a chave.

- Ele não vai para o consultório, e a gente vai descobrir aonde ele vai.

Ligo o carro de Nancy, que já está sentada no banco do passageiro com o cinto de segurança.

- Não quebra o meu carro.

- Não se preocupa.

Começo a dirigir em uma velocidade rápida, para conseguir alcançar o carro do meu pai. Hoje eu descubro o que ele está escondendo, fico repetindo isso em minha mente. Quando conseguimos ver o caro dele, diminuo a velocidade, para não ficar óbvio que estamos seguindo.

Depois de dirigir por mais um caminho, ele para em frente a uma mansão de uns quatro andares e desce do carro. Paro o carro de Nancy um pouco atrás e nós descemos também, chegamos mais perto e nos escondemos, tentando não perder nenhum detalhe. Eu sabia que ele não ia ao consultório, e preciso saber de quem é essa casa.

- Como tem tanta certeza que ele está escondendo alguma coisa?

A porta da mansão se abre e um homem aparece na porta. Primeiro, eles se cumprimentam com um abraço.

- Aquele é o...

- Senhor Jones. O antigo professor de da nossa escola. Ele lecionava inglês.

Sem mais nem menos, os dois se beijam rapidamente antes do meu pai entregar uma pasta para ele e voltar para o carro para buscar uma roupa e também entregar para o senhor Jones.

Não sei o que dizer, estou paralisada. Imaginava tudo menos uma traição, com um homem. E com um homem que eu conhecia. Com o meu antigo professor.

- Você tem que contar para a sua mãe.

- Como? Eu não tenho provas, e ele vai negar até a morte. E eu tenho histórico com ele. Não vai dar certo.

- Eu tenho.

Nancy me mostra o celular dela, com uma foto dos dois se beijando na porta da casa.

- Quando tirou isso?

Até a Próxima MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora