Capítulo 15 - Doce de Fogo

8 1 0
                                    

- Eu não acredito que ele teve a coragem de fazer isso!

Maite bateu o copo no balcão com força. Se tem uma coisa que a deixava furiosa eram as injustiças e estava diante de uma imensa. Como é que Christopher ousou exigir a demissão de Dulce?

Tudo bem que ela só conhecia a história por cima e que Dulce sempre deixou muito claro que a culpa pelo fim do relacionamento era dela. Mesmo assim, era absurdo o fato de ele não ter o mínimo de empatia por uma moça cega!

Também era verdade que Mai só o conhece de vista, mas não estava surpresa com a atitude. Se o cara era amigo de Alfonso, seu primo, então era de se esperar que pertencesse a turma dos embustes.

- Mai ele não percebeu naquele momento que eu estava cega.

- Como ele não percebeu Dulce? Por acaso ele é cego? Sem ofensas.

Dulce riu com gosto. A verdade é que Mai era 100% emoção então acaba sendo muito transparente no que sente e consequentemente é um tanto desbocada. Mas isso estava longe de ofendê-la, era até divertido.

- Não, mas a sua amiga aqui conseguiu esconder na hora, eu daria uma excelente atriz sabe?

- E por que não tenta? Já está desempregada mesmo.

- E que papel acha que eu devo pegar? O de motoqueira radical ou quem sabe o de policial em ação?

- Olha eu se fosse você apostava no de skatista.

Ambas riram enquanto Mai preparava as bebidas. Quem olhasse de fora, de acordo com a personalidade delas, apostaria que Dulce prefere bebidas doces enquanto Maite umas boas tequilas. No entanto era tudo ao contrário. O paladar mais infantil era o de Mai, enquanto Dulce só gostava de bebidas fortes. Foi pensando na amiga que Mai criou uma bebida exclusiva chamada Doce de Fogo que era um misto a base de limão, morango vodka e canela que agradava as duas.

- Mas agora ele já sabe. Ele esteve na minha casa e acabou descobrindo.

- Como é que é?

Dulce passou então a contar a longa conversa que tiveram. Ao seu ver Christopher estava impactado por descobrir que ela estava cega, no entanto esperava que ele não entrasse no modo pena porque isso era a única coisa que ela não suportaria dele. Era preferível um desprezo verdadeiro a uma relação pacífica falsa.

- Já sei!

- Sabe o que Mai?

- Por que não vem me ajudar aqui no Era La Musica?

- Mai, não me leva a mal, mas o que uma cega poderia fazer aqui?

- Oras como o que? Cantar é claro! A sua voz é linda Docinho.

Diego estava a algum tempo escutando a conversa entre suas duas melhores amigas. Na verdade, ele as considerava como se fossem suas irmãs. Então sentia-se responsável por elas. Por Dulce porque estavam juntos no acidente e ele sempre achou que poderia ter impedido a amiga de tomar a direção e por Mai porque sabia que todas as dificuldades que ela enfrentou foram causadas por Sebastian, seu irmão.

- Olha geralmente Diego tem umas ideias muito malucas, mas dessa vez ele está coberto de razão!

- Obrigado Mai, sei que sou demais!

- Palhaço! Escuta Dulce, quando as pessoas vêm comemorar o aniversário aqui, as vezes me pedem o contato de alguém que saiba cantar pra animar um pouco a sala e incentivar os convidados a cantarem. Não é um super emprego, mas pago por noite fechada e tem mais, todo o dinheiro que te entregarem durante o evento é só seu. Além do mais sempre pode trazer Azucar junto!

- Mas o Paulo não tem medo?

- Que nada! No fundo eles se amam.

- Mai tem razão Docinho. Essa é a sua casa também e tem plena liberdade pra trabalhar aqui. E então o que me diz? Aceita vir trabalhar aqui com a gente?

- Como assim com a gente? Esse lugar é seu Diego?

Distraídos eles não perceberam a chegada de Sebastian o que só significava uma coisa: estavam lascados.

------//-------

Agoraaaaa sim lascou com as cores da bandeira mexicana!

Feliz Ano Novo minha gente!

O Jardim das BorboletasOnde histórias criam vida. Descubra agora