Capítulo 10~

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*** NÃO REVISADO ***

Joe

-Você o QUÊ? -estalou Matt andando de um lado ao outro.

-Convidei Dafne para me acompanhar no casamento sábado. -cruzei os braços e fiquei esperando seu próximo exagero.

-Joe, isso é loucura!

-E o que tem demais nisto? -perguntei sem entender seu ponto.

-O que tem demais nisso? -ele se aproximou e inclinou sobre a mesa falando baixo. -Você convidou a agente Dafne para ir ao casamento da mulher que você ama, nem você deveria ir.

-Lindsay não aceitou um não. -respondi amargo. -Não quero magoa-la, além disso, ela nem mesmo sabe meus sentimentos por ela. Qual desculpa lhe daria?

-Tudo bem, é uma questão difícil. -ele sentou-se mais calmo na cadeira a minha frente. -Mas porque envolver Dafne nessa história?

-Ela é uma boa companhia, gosta de conversar, isso pode me distrair. -lembrei da nossa noite juntos, na verdade, não consigo tirar a imagem de seu corpo perfeito da cabeça. -Além disso...

-Além disso o que? -Matt se inclinou desconfiado. Engoli em seco.

-Passamos uma noite juntos. -falei de uma vez.

-Vocês o QUÊ? -mas uma vez ele voltou a andar de um lado a outro indignado.

-Fala baixo Matt! -levantei e fui até a porta conferir se estava bem fechada. -Quer que o departamento inteiro saiba?

-Joe, agora sim, você enlouqueceu de vez! -repreendeu ele parando agora e me encarando.

-Dafne e eu conversamos e já acertamos os nossos pontos sobre isso. -tentei acalmá-lo.

-E qual a probabilidade disso dar certo? -balançou a cabeça. -Alguém pode sair magoado dessa história. -ele baixou a cabeça um pouco pensativo. -Como seu melhor amigo, não quero que se machuque ainda mais, e muito menos que magoe Dafne, ela é uma garota legal. Lia e eu gostamos muito dela.

-Ninguém vai se magoar ok? -tentei assegura-lo e fugi de seu olhar voltando a minha mesa. -Deixamos as coisas bem claras.

-Não estou gostando disso Joe. -disse visivelmente preocupado.

-Não conte nada à Lia, ok? -pedi.

-Como se fosse fácil esconder um segredo da minha mulher, ela fareja um há quilômetros. -ele respirou fundo. -Se ela descobrir sobre isso vai acabar comigo e depois vai matar você.

-Por isso mesmo que tem que ficar calado. -sento-me. -Você não viu e não sabe de nada! -ele balançou a cabeça mais uma vez em negação. -O que foi agora?

-Isso não vai acabar bem. -seu olhar apreensivo me deixou preocupado. -Você não pode usar Dafne para esquecer Lindsay.

-Eu não estou usando ninguém! -me sinto ofendido. -Você acabou de dizer que Dafne é uma garota legal, e também já me disse que deveria conhecer alguém e seguir em frente.

Depois de mais meia hora de sermão, Matt saiu me deixando sozinho e preso em meus pensamentos. Fiquei irritado com sua conclusão, eu não estava usando Dafne, jamais faria isso! As duas são completamente diferentes, qualquer uma incapaz de substituir a outra.

Lindsay foi a mulher por quem me descobri apaixonado desde sempre.
Ela conseguiu me conquistar com seu jeito doce e carinhoso, e quando trabalhei em seu caso para descobrir quem estava tentando matá-la, acabei desenvolvendo um desejo de protegê-la tão grande. Ela apesar de cercada de funcionários, era sozinha no mundo, seus pais haviam morrido e isso só me fez querer está por perto cuidando-a para que ninguém pudesse machuca-la.

Sobre Dafne. -um suspiro profundo me escapou. Dafne é irritante, bom, seu humor é irritante, sua facilidade em perdoar ou querer ajudar é questionável, mas isso a tornava diferente. Era curioso como ela podia viver sorrindo, fico me perguntando se isso não lhe provoca cãibras no rosto. -encarei o teto e fleshes da nossa noite me veio. Faz muito tempo que já não estava junto a uma mulher, e àquela noite, foi incrível. Ela foi doce e cuidadosa com o meu ombro machucado, mas foi atrevida e folgosa nas horas certas. O que teria de mal em tentar conhecê-la para tirar Lindsay da cabeça?

*

Já estava tarde da noite quando desliguei o computador e decidi que já era hora de ir para casa descansar. Desliguei as luzes e saí da sala, mas antes de seguir o caminho de casa olhei para o fim do corredor. Algumas luzes da repartição estavam apagadas, e o ambiente quase vazio, com exceção de meia duzia de agentes trabalhando em seus computadores. Fiz o caminho que ponderei um pouco, mas acabei parando em frente a porta aberta de Dafne, que por sinal ainda estava lá concentrada em seu computador.


-Turno extra? -era pra ser engraçado, mas eu não sou bom nisso. Ela me olhou e para variar abriu um sorriso.

-Vou terminar alguns relatórios, em seguida vou para casa. -disse enquanto pousou o rosto sobre uma das mãos, com o cotovelo apoiado sobre a mesa.

-Se quiser posso fazê-la companhia e depois uma carona para casa. -nem eu mesmo acreditei que me ofereci para isso. Parei escorando no batende de sua porta.

-Não precisa se incomodar. -ela pareceu surpresa, mas agradecida. -Kal está me ajudando para terminarmos logo e já me prometeu uma carona. Obrigada.

-Ótimo. -senti um gosto amargo ao ouvir seu nome. Controlei a vontade de dize-la que iria ficar assim mesmo para lhe levar para casa. -Então já que tem uma carona, estou indo.

-Até amanhã. -disse com um leve sorriso.

-Até amanhã. -acenei com a cabeça e já ia saindo quando virei-me mais uma vez para ela. -E cadê o Kal?

-Foi buscar mais café, mas já deve está voltando.

-Ok. -assenti. Trocamos um longo olhar e juro que me controlei para não me aproximar mais dela. -Desta vez realmente estou indo.

-Vai com cuidado. -ela me disse e mais uma vez encarei seu lábios.

-Irei sim.

Saí da sala e fiz meu caminho. Acabei encontrando Kal no corredor levando duas canecas de café em mãos. Ele me encarou e pareceu surpreso quando percebeu que vinha da sala de Dafne, mas também manteve-se calado. Não pude evitar uma careta quando imaginei os dois juntos, a sós e até tarde da noite, principalmente porque ele a levaria para casa, a sós, mais uma vez.

Essa situação me fez lembrar das desavenças com o agente James, isso tornou nossa convivência horrível dentro do departamento, ainda bem que ele decidiu por trocar de unidade, um de nós teria que partir, e sinceramente que bom que foi ele, já me bastava ter que aceitar que ganhou o amor de Lindsay.

O trânsito estava bem calmo e logo cheguei em casa. Estava sem fome, então apenas tomei um banho e me joguei na cama. Achei que iria conseguir dormir rápido pelo cansaço, mas o sono não vinha. Me remexia na cama tentando buscar uma posição para dormir, mas não consigo. Cruzo os braços sobre o peito encarando o teto, de repente senti um cheiro, na verdade um perfume doce e tão bom. -inclino a cabeça levemente procurando por Dafne no quarto, o perfume pertencia à ela. Quando me certifiquei que não havia ninguém e que era apenas coisa da minha cabeça me deito novamente.

Acho que Matt tem razão, eu havia enlouquecido de vez.

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