três

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PEDRO AUGUSTO, point of viewSão Paulo, Brasil

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PEDRO AUGUSTO, point of view
São Paulo, Brasil

faziam uns trinta minutos desde que eu estava no aeroporto de são paulo, esperando por malu

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faziam uns trinta minutos desde que eu estava no aeroporto de são paulo, esperando por malu.

confesso que estava ansioso para voltar pro brasil, não que nova york fosse um lugar horrível, mas não era nada daquilo que os filmes mostravam.

ainda assim, era um sonho.

terminei os estudos em the juilliard há uns três meses atrás, e apesar do tempo e ansiedade, eu decidi ficar esse período nos eua por conta de ravi, meu novo namorado. 

nos conhecemos por um amigo em comum, já que ele não fazia parte da the juilliard. sua mãe era brasileira e, consequentemente, ravi sabe falar em português. com isso, esse nosso amigo fez a ponte, pois achava que seria uma boa ideia dois brasileiros serem amigos. e no fim, acabamos virando algo a mais.

começamos o nosso relacionamento dois anos depois da minha ida a nova york, e é surreal como minha vida mudou em um nível absurdo em, de certa forma, tão pouco tempo.

obviamente eu me afastei do meu cargo na UFO, estava pausado quando me mudei, mas agora eu sequer sei se ainda estou trabalhando na minha própria empresa.

mas isso não significa que estou sem emprego, decidi não focar muito em telas e seguir apenas a carreira no teatro, nos palcos mesmo. e deu certo, tão certo que eu estou concorrendo ao prêmio de "best brazilian actor at the juilliard", cujo qual a premiação é aqui em são paulo. 

e como eu já queria voltar, isso foi apenas mais um motivo. 

falando em motivos sobre a minha volta, talvez o principal seja o meu relacionamento com ravi. de alguns meses pra cá ele anda estranho, como se ele não fizesse tanta questão assim da nossa relação e, toda hora, tem crises de ciúmes obsessivo constante.

como alguém pode ser tão desinteressado e interessado ao mesmo tempo?

meus pensamentos são interrompidos ao ver minha melhor amiga correndo em minha direção com os braços abertos como uma louca.

sorrio com a cena, ela definitivamente é minha pessoa preferida.

— juro que mais um dia longe e eu morria de saudades, e eu estou falando sério! – malu diz assim que nos abraçamos, me apertando.

— eu também senti sua falta, malu – retribui, dando um beijinho em sua cabeça.

— quatro anos não passaram nada rápido, okay? – ela diz, se desfazendo do abraço. e então finalmente nota a presença de ravi. — hm..?

— ah! então malu, esse aqui é o ravi, o meu namorado. – digo simples, notando uma reação verdadeiramente confusa e surpresa da menor.

— oi, muito prazer... – ela diz meio rígida, fazendo um simples aperto de mão com o garoto.

— oi. – ravi responde.

confesso, não entendi o porquê desse climão.

— então – falo, pegando minhas malas — vamos?

— claro! – malu me ajuda, pegando a mala de mão. — pedro, você já tem onde ficar? se não, pode ficar no meu apartamento mesmo.

— obrigado, malu! mas eu consegui manter minha estadia no triplex. – respondo e malu apenas assente, e então seguimos para o estacionamento.


— não gostei dessa sua amiga. – ravi diz, assim que eu fecho a porta de meu apartamento. 

encaro a madeira de cor branca, respirando bem fundo, em uma tentativa de não surtar. 

ravi era, muitas vezes, um completo problemático ciumento — problemático ao ponto de quase me fazer desistir da minha faculdade dos sonhos, dizendo que um aluno que eu nunca havia conversado estava dando em cima de mim e coisas do gênero.

é torturante isso, se temos três minutos de paz em nosso relacionamento é muito. 

é como viver pisando em ovos com a maior cautela, para que não tenha um rachadinho sequer em algum. 

— novidade! qual é o problema agora? – me viro, finalmente olhando para o seu rosto.

— achei ela muito atiradinha 'pra cima de você.

— o que você 'tá insinuando? 

— quer mesmo que eu diga? – ravi responde, não posso evitar rir. — qual é a graça, pedro? não se faça de sonso! 

— ravi, a malu namora com um dos meus melhores amigos desde que eu tinha dezessete anos! – respondo.

— namora, é? engraçado que ela se atirando daquela forma pra cima de você, não parecia que estava em relacionamento algum! – ravi diz alto, fazendo com que eu me assuste um pouco, me afastando. ele respira fundo, procurando por paciência. — meu amor, olha, acho que o melhor, é você se afastar dela.  

— você só pode estar brincando com a minha cara, sinceramente. 

— não estou, porque nosso relacionamento funciona assim, não é? se um de nós não se sentir confortável com a relação do outro, uma das relações tem um fim! 

— quando o motivo é plausível, realmente. – digo num tom irônico. — ravi, não começa. 

— "não começa" uma porra, pedro! 

— em que momento você começou a achar que eu te devo explicações sobre as minhas amizades, ainda mais com mulheres? e pare de gritar, você está na minha casa! 

— por que toda vez que eu tento resolver um problema você me impede?!

— porque a porra do problema é você! – meu tom aumenta drasticamente. — quer que o problema seja resolvido? comece tratando esse seu ciúme doentio!

eu estava mentalmente fisicamente cansado, dele, disso, de tudo! 

e foi como se meu cérebro decidisse descansar e apenas agir no automático. a voz de ravi se tornava inaudível, como se estivéssemos a cidades de distancia. pego minhas malas e apenas subo para meu quarto, ignorando seus gritos num pedido que eu voltasse para aquela conversa.

onde eu estava me metendo?

OO3 | começando com uma tretinha de leves, só pra acordar 😋😋

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OO3 | começando com uma tretinha de leves, só pra acordar 😋😋

[𝟎𝟑] 𝐈𝐍𝐄𝐅𝐀𝐕𝐄𝐋, au pejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora