PEDRO AUGUSTO, point of view
São Paulo, Brasiltalvez eu esteja um pouco atrasado para minha própria despedida.
em minha defesa, eu não sabia que iria acontecer, ok?
mas, eu deveria imaginar, já que meu grupo de amigos inventam qualquer coisinha mínima para uma festa.
e bem, só vantagens, pois eu estava morrendo de saudades de cada um.
me atrasei por conta de ravi, que havia saído há horas para, supostamente, "resolver coisas da empresa de sua família".
quem vai resolver coisas de uma empresa sábado a noite? sinceramente.
mas, por outro lado, isso foi ótimo! não tive que discutir ou desistir de ir encontrar meus amigos por uma crise de ciúmes sua.
ignoro completamente isso e respiro fundo antes de bater na porta do apartamento de malu.
— finalmente, né?! – a morena diz abrindo a porta, me puxando para dentro em um abraço forte. — vem, vamo beber.
malu seguiu ziguezagueando entre nossos amigos, alguns estavam tão bêbados que nem me viam, já outros me cumprimentavam rapidamente.
paramos em sua sacada, onde lucas assava na churrasqueira algumas carnes e comidas vegetarianas, e nosso grupo de amigos mais íntimos estava acumulados próximo a uma rede.
— e ai, pedro! – lucas me cumprimenta enquanto trocamos um high five. — quanto tempo, cara.
— pois é! – disse animado.
continuamos conversando ali, aproveitei para me enturmar com o restante do grupo — renan, giovana, amelie e lucia. e mesmo que eu insistia em dizer que não me importava mais, eu estava sentindo muito a ausência de joão.
enfim, continuei fingindo plenitude enquanto conversava com meus amigos dali.
notei que todos estavam bebendo algo, menos eu.
— malu, onde estão as bebidas? – perguntei.
— no balcão da cozinha – malu disse, apontando na direção indicada, sendo que vi joão indo naquela mesma direção. — quer que eu pegue pra você?
observei-o entrar na cozinha. ele estava animado, mas não bêbado, só feliz.
talvez essa fosse a minha chance perfeita.
— não, eu mesmo vou pegar. – disse simpático, me levantando da rede. — obrigado, malu!
rodei aquela sala imensa e cheia de pessoas até chegar na cozinha, encontrando joão. ele estava com um copo vermelho na mão, mordendo a beira do copo enquanto estava extremamente focado em algo no seu celular.
fiz questão de esbarrar "sem querer" em seu ombro.
— ai, caramba! descul... pedro? – joão diz, virando-se 'pra trás.
— oi, joão – me viro para si, com um sorriso tímido nos lábios — me desculpa, eu nem te vi.
obrigado, professores da the juilliard, pelas ótimas aulas de atuação!
— ah, tudo bem. – joão sorriu. — e ai, como vai a vida?
não evitei arquear as sobrancelhas, realmente incrédulo com sua cara de pau de falar comigo como se nada tivesse acontecido.
nem uma explicação sobre as flores?
— vai muito bem! – respondo, colocando um pouco de vodca com energético em um copo igual ao dele, estavam disponíveis ali.
viro um pouco da bebida, me apoiando na pia enquanto observava a vista pela janela da cozinha.
— escuta, você veio aqui só pegar a bebida ou está apenas sem bateria social? – ele pergunta num tom de ironia, se aproximando. — você continua o mesmo retraído de sempre?
— e você continua se importando muito com isso? – respondi, sem grosseria nenhuma, vendo-o rir. — acho que nenhuma das opções...
— eu sei, minha companhia é ótima mesmo. – joão se exibiu, dando um gole em sua bebida.
— oh sim, claro. – ironizei. revirei os olhos por seu achismo e me virei, pronto para sair da cozinha, mas parei no lugar, voltando para si: — ah, obrigado pelas flores! as que eu te dei devem ter ficando lindas na casa da sua nova ficante. aliás, se eu soubesse que você daria as flores que eu te dei para outro alguém, eu nem tinha mandado. – solto uma risada sem um pingo de humor.
observei sua feição se transformar em uma verdadeira confusão.
— espera, o quê?
cínico do caramba.
— aproveite a festa, joão vitor. – saí da cozinha, voltando para a sacada.
observei giovana, renan, amelie e lucia numa conversa animada e lucas voltando para a churrasqueira, enquanto malu me observava com um olhar desconfiado, mordendo a beira do copo.
— agora entendi o porquê você mesmo quis ir pegar a sua bebida. – ela deu de ombros, vendo joão saindo da cozinha também.
— deixa de ser doida! – brinco, puxando-a para ficar de pé. — vem, tô afim de dançar.
O1O | ain adoro uma tretinha sério
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[𝟎𝟑] 𝐈𝐍𝐄𝐅𝐀𝐕𝐄𝐋, au pejão
Fanfictiononde após uma premiação de pedro, joão lhe manda flores. 𝘁𝗲𝗿𝗰𝗲𝗶𝗿𝗮 temporada. jan. 11th © writeepejao, 2024