JOÃO VITOR, point of view
São Paulo, Brasilfinalmente pedro e eu decidimos morar juntos.
estávamos indecisos ainda se eu me mudaria para seu apartamento ou vice-versa. mas, ao receber a noticia de que o condomínio de pedro não permite animais de estimação e toda essa bobeira, meu apartamento era a única opção.
estávamos organizando — agora, nosso — closet. pedro ia dobrando algumas roupas, eu ia guardando, e os gatos iam bagunçando.
— olha com o que o quito ‘tava brincando – pedro diz rindo, me mostrando um colar.
o mesmo colar que eu dei de presente a ele, no seu aniversário de dezessete anos.
— não acredito que você ainda tem isso – digo sorrindo.
— por que eu não teria? – respondeu. — nossa história é meio clichê, né – riu, observando o pingente. — mas eu gosto, é um bom conceito, me sinto vivendo um filme.
— um filme clichê bem adolescente – completo. — “me apaixonei pelo meu melhor amigo de infância”.
— um ótimo título, eu diria. – diz. — não sei, acho que a gente aconteceu meio rápido.
— você 'tá falando do nosso primeiro beijo?
— não, babe – colocou o colar na cômoda. — 'tô falando do dia da praia, nas férias...
— e você lembra a data? – duvidei.
— eu vou muito esquecer – revirou os olhos. — dia dez de dezembro.
— quanta ignorância, credo. – disse cruzando os braços e fechando a cara. pedro riu pra mim.
— você sabe que eu te amo.
murmuro um "uhum" e então continuamos organizando as roupas ali.
— ai, nossa, meu Deus. – pedro solta de supetão, fechando os olhos com força.
— o que foi?
— minha cabeça surtou agora – fez um careta. — fui pro futuro e voltei, coisa estranha.
deixo o moletom no cabide e me sento na sua frente, o olhando.
— pensou no que, coração?
— coisa idiota, deixa quieto.
— me conta. — peço.
ele me olha, parando de dobrar as roupas.
— a gente 'tá parecendo vida de casado – riu. — minha mente fantasiou a gente casado, dobrando mini roupinhas dos nossos filhos. – ele diz e eu não evito sorrir bobo.
me levanto, voltando a organizar os moletons.
— nós dois casados, é? – pergunto, vendo-o revirar os olhos com um sorrisinho. — o que você acha da ideia?
apesar do tom de brincadeira, eu realmente quero saber sua resposta.
— está querendo casar comigo e não 'tá sabendo pedir? – brincou. — se for isso, saiba eu aceito, ok?
— aceita mesmo? – pergunto, talvez num tom preocupado.
ele me encara, ainda sorrindo.
— aceito, babe – disse. — aceito mesmo.
sorri com a resposta.
— olivia. – digo.
— hum?
— o que acha de nossa filha se chamar olivia? – pergunto.
— acho lindo, chique. – voltou a dobrar as roupas. — quantos filhos você acha que teríamos?
— eu quero quatro.
vejo seus olhos se espantarem.
— você é louco.
— ... dois meninos e duas meninas. – continuo.
— nossa, ainda bem que eu não engravido. – pedro disse, fazendo eu rir alto. – quais seriam os nomes?
— olivia, mia, ethan e noah.
— mia não.
— mia sim.
— joão vitor. – resmugou. — quatro filhos, quatro gatos e a menina se chamar mia? – me olhou. — é um nome lindo, mas não.
— para de ser assim – ele ri. — qual nome, então?
espero em silêncio, vendo-o pensar.
— isis.
faço uma careta.
— não gostei, meio repetitivo.
— muito difícil entrar num consenso contigo – ele emburra, cruzando os braços. — a criança não vai ter nome, então.
paro um pouco, focando meu olhar em nada específico.
— íris. – falo.
— íris é um órgão.
— e olivia é uma fruta. quem se importa?
sorrio para si, esperando uma resposta.
— íris tófani romania?
— íris romania tófani. – corrijo e ele me encara com desdém. — acho que a gente vai ter bastante tempo para pensar nisso, coração.
pedro dá de ombros, voltando a dobrar as roupas.
— eu hein – ele disse baixo. — que assunto estranho.
O21 | posso considerar esse o meu capítulo preferido, eu acho 🥹
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[𝟎𝟑] 𝐈𝐍𝐄𝐅𝐀𝐕𝐄𝐋, au pejão
Fanfictiononde após uma premiação de pedro, joão lhe manda flores. 𝘁𝗲𝗿𝗰𝗲𝗶𝗿𝗮 temporada. jan. 11th © writeepejao, 2024