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PEDRO AUGUSTO, point of viewSão Paulo, Brasil

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PEDRO AUGUSTO, point of view
São Paulo, Brasil

PEDRO AUGUSTO, point of viewSão Paulo, Brasil

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a semana passou.

confesso que estranhei o fato de não ter recebido alguma mensagem de joão sobre as flores, mas não que eu estivesse esperando.

bom, talvez. 

minha cabeça estava uma confusão esses últimos dias. eu passava o dia observando as flores e o bilhete que joão me mandou e, mesmo sabendo que uma coisa não deveria anular a outra, eu sentia como se estivesse traindo ravi. 

desde aquele almoço, no qual ele disse que iria mudar, eu realmente acreditei. não que ravi não tenha mudado ou algo do gênero porque sim, ele mudou, mas não para o jeito que ele prometeu — ou do jeito que idealizei. 

não sei dizer se foi pra pior ou melhor sua mudança, ele só estava ainda mais distante. 

e, por incrível que pareça, eu não me senti bem ou mal com isso, simplesmente não senti nada; como se não me afetasse. 

não sei explicar, acho que 'tô enlouquecendo. 

enfim, agora eu estava me arrumando para encontrar com malu. combinamos de ir em uma cafeteria nova que abriu aqui perto de casa, porque desde que voltei, não tínhamos sequer conversado direito. 

coloquei alguns acessórios e por fim, saí de casa. 

cheguei no local e esperei malu por uns seis minutos, mais ou menos.

ouço o sino da porta fazer barulho, indicando que alguém havia chegado e, como esperado, era malu. sorrio me levantando e ela apressa os passos, me dando um abraço forte.

— nossa, finalmente! – digo. nos afastamos e ela se senta na cadeira em minha frente.

— finalmente, né? – ela sorri, pegando o cardápio. fizemos nossos pedidos e então seu foco muda para o meu rosto. — acho que a gente tem muito o que conversar, não?

assinto com a cabeça.

— beleza, começa me contando qual é o problema daquele cara que você chama de namorado, o que deu nele pra te arrastar daquele jeito, sobre sua viagem para paris e por que caralhos você pediu o endereço de joão. – ela diz num fôlego só, fazendo-me rir.

rapidamente nossos pedidos chegam.

— bem, o ravi é um brasileiro que foi para ny por querer mesmo, sem motivo algum – malu arqueia as sobrancelhas, bebendo seu cappuccino. — ele é herdeiro de uma loja que eu esqueci o nome. – dei de ombros. — enfim, nos conhecemos no finalzinho de 2021 por um amigo em comum e desde então estamos juntos. 

— tá, e qual é o problema dele? é uma pergunta séria. – malu diz, limpando o chantilly que ficou em seu buço. 

— ah, para – rio. — ele só é meio ciumento.

— meio completamente, né? 

— okay, chega de falar de ravi.

— isso, agora me explica porquê você me pediu o endereço do joão. – ela me olha. — foi um remember, foi? 

— tá doida? – pergunto, fazendo-a gargalhar alto. — assim, malu...

— desembucha! 

— vamos supor que o joão tenha me dado um baita buquê de rosas, mas é só suposição. – falo, vendo uma expressão de surpresa atingir seu rosto. — junto disso – retiro o papelzinho de minha capinha, colocando-o na mesa e ao ler, malu cobre a boca com as mãos. rio, guardando o bilhete novamente na capinha. — e eu, supostamente, quis retribuir. só isso, nada demais. – falo.

— retribuir, é? – ela pergunta. — e como? foi lá ter um remember?

— para com essa coisa de remember, garota louca! – falo num tom misturado em vergonha e desespero. malu sorri de ladino. — eu só enviei flores de volta, só isso. – suspiro fundo. — sabe, eu 'tô com um pouco de medo de joão achar que eu estou solteiro e tentar algo de novo entre nós, sabe? – malu morde seu indicador, como se se segurasse para não me contar algo. — o que foi? 

— primeiro, até cego vê que você e aquele outro lá estão juntos depois daquele beijo completamente desnecessário que ele te roubou no dia da premiação. – malu diz. — e, eu acho que o joão não pensaria em voltar com você tão cedo – arqueio as sobrancelhas. como assim? — acho que as coisas estão meio sérias com a nova ficante dele...

— ficante?

— sim – ela diz, pegando seu celular. — ontem eles saíram e o joão deu um puta buquêzão 'pra ela, ela até postou nos storys e tudo. – e então ela vira o aparelho 'pra mim, revelando que era o mesmo buquê que eu havia lhe enviado.

como alguém pode ser tão podre assim?

— mas sei lá, vai que eu esteja enganada, né – malu diz, guardando seu celular de volta. sorrio para ela, tentando não demonstrar o quão irritado eu estou com joão. — bom, me conta mais sobre essa sua viagem para paris. você 'tá chique, viu?

— é – falo coçando a nuca, ainda chateado. — então, eu viajo no fim desse mês...

passamos o resto da manhã ali, conversando sobre como nossa vida andava e coisas do gênero. 

próximo das 11h fomos cada um para sua casa.

e com isso, eu não consigo entender o que me fez pensar que eu e joão pudéssemos voltar, que ele se sentia como eu me sinto.

ele tinha me superado, então eu devo fazer o mesmo.

OO7 | eu juro que pejão vai ter um final feliz e juntos gente eu juro

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OO7 | eu juro que pejão vai ter um final feliz e juntos gente eu juro

[𝟎𝟑] 𝐈𝐍𝐄𝐅𝐀𝐕𝐄𝐋, au pejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora