Capítulo 55

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MARIA EDUARDA.

Ontem eles me tiraram da sala que eu estava e me trouxeram pra uma outra casa, abandonada também. E nais u
Acordei com o falatório no andar de cima e não sabia se estava delirando ou não. Eu estava fraca, perdi muito sangue e sabia que tinha perdido meu bebê.

Mas eu não tinha forças pra reagir, meus olhos fechavam e eu ficava inconsciente por um tempo e despertava depois sem saber se tinha visto e ouvido coisas.

Agora eu ouvia a voz de Rafael, e a sensação era desesperadora. Eu queria levantar pra vê-lo, ver se realmente é ele.

Meu emocional estava destruído, eu não conseguia parar de pensar no meu filho que Rei tirou de mim a força.

Rafael precisa vir me buscar porque se não eu não vou aguentar muito tempo.

A porta fez um barulho e foi aberta lentamente, eu via a minha mãe entrando, mas não conseguia identificar se era ela mesmo ou se era criação da minha cabeça.

- Mãe? - falei baixinho, era o máximo que eu conseguia falar.

- Eduarda... - ela disse com desgosto. - Levanta. - ela parou em pé na minha frente. - Vamos, levanta, eu não tenho todo o tempo do mundo.

- Eu... não consigo.

Ela agarrou meu braço e me puxou pra cima me fazendo gemer de dor, com certeza tinham algumas costelas quebradas, todo o meu corpo doía.

Durante esses dois dias, Rei fez questão de me machucar e sempre trazia alguém pra fazer companhia. Foram socos e mais socos, pontapés e um deles ficou excitado vendo aquilo, eu via o olhar dele pra mim, eu vi o volume na calça dele e vomitei a água que tinha no meu estômago de tanto nojo que eu senti.

- Olha pra mim. - ela me segurava forte pelo braço e sua outra mão puxou meu maxilar, me forçando a olhar pra ela.

Ali eu sabia que era real porque sua mão em mim me fazia sentir dores absurdas. Eu olhava pra ela sem força nenhuma pra ficar em pé.

- Você vai pagar pelo que fez com o meu marido. Você e Rafael vão morrer da pior forma possível. Foi minha ordem que matassem seu filho, porque eu quero que você sinta como é perder o que você mais ama na vida, assim como eu senti.

- Você é um monstro. - eu falei sussurrando e com meus olhos enchendo dágua.

- Não chore não, eu não criei você pra isso, você quis assim. Por isso, colha o que você mesmo plantou.

Olhei pra ela com ódio e decepção. Ouvi a voz do meu namorado de novo e eu sabia que era ele, eu sentia que ele estava perto.

- Rafael chegou não é? - eu olhei pra ela e ela me soltou e eu caí novamente no chão.

- Sim. Mas não se preocupe, querida, ele está tão enrolado quanto você.

Ela deu as costas e saiu me deixando ali sozinha mais uma vez.

A poça de sangue seco perto de mim me lembrava do porque eu precisava lutar pra sobreviver. Aquele sangue saiu de mim quando chutaram minha barriga e mataram o meu filho. Mataram a única esperança que eu tinha de manter a minha sanidade. Mas agora eu só quero uma coisa. Vingança.

Pra isso eu teria que me manter viva e consciente. Eu precisava manter meus olhos bem abertos e atentos para o que quer que seja.

A porta se abriu de novo e um dos vapores de Rei entrou com um pão e um copo dágua, mas não falou nenhuma palavra e saiu de novo.

Peguei rápido a água, bebi sem pensar muito, eu não tinha nada a perder. Antes de comer o pão eu o abri pra ver se não tinha nenhum veneno dentro e também comi. Aquilo precisava ser suficiente pra me manter consciente e forte. Eu precisava lutar pra sair daqui e ir ajudar Rafael. Eu não podia ser fraca, não podia.

O CHEFE DO TRÁFICOOnde histórias criam vida. Descubra agora