"Eu quero ser seu travesseiro e ter a noite inteira
Pra te beijar durante o tempo que você dormir
Eu quero ser o sol que entra no seu quarto adentro
Te acordar devagarinho, te fazer sorrir"O sol queimava cedo as pessoas em Salvador, faltava apenas 1 semana para o casamento, eles decidiram casar em Salvador, assim a mãe de Caetano poderia presenciar o casamento. Caetano acordou cedo, como de costume. Chico continuava deitado, aproveitando o clima gelado do ar-condicionado. Caetano espalhou beijos pelas costas de Chico, que foi acordando devagarinho e sorrio para o noivo.
-Vamos levantar, bebê. Temos que ir a ong da minha tia Léia. - Chico tinha concordado em ir visitar a ong da tia de Caetano, a ong era para crianças carentes, Léia ajudava as crianças e as colocava para adoção.
-Aqui tá tão geladinho, não quero encarar o inferno que está lá fora. - Chico sentou na cama, esfregando os olhos.
-Eii, não fala assim da minha terra! Inferno é o calor do Rio de Janeiro. - Caetano levantou, indo escolher a roupa que Chico iria usar.
-Ah tá bom, no Rio pelo menos tem inverno, aqui só inferno. - Caetano riu com o trocadilho péssimo de Chico.
-Toma, vai tomar banho, você mal acordou e já está todo suado. - Caetano deu uma risadinha, passando a mão pelo cabelo meio úmido de Chico.
-Tá bom, você que manda mesmo. - Chico levanta e vai tomar seu banho.
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Eles chegaram na ong, a tia de Caetano abraçou forte os dois, ela era a tal da tia que "conhecia todo mundo". A mesma tinha seu nome em uma música do Jorge Ben Jor. Léia mostrava tudo para os meninos, as crianças pareciam tão felizes.
-Vocês pretendem ter filhos? - Léia perguntou sorrindo, Chico todo feliz respondeu.
-Sim, inclusive seria uma ótima idéia adotar uma criança antes de irmos embora. - Chico olhou para Caetano, que estava sorrindo. O processo de adoção era muito fácil, principalmente na ong. Eles andavam quando Caetano fixou seu olhar em uma criança, ele era idêntico ao menino do seu sonho.
-Amor, é ele. - Caetano disse, Chico franziu a testa.
-É ele o que?
-O menininho do meu sonho, o Tom! - Chico pensou nunca ter visto Caetano sorrir tanto.
-Nós chamamos ele de Moreno, ele foi deixado aqui ainda bebê. - Léia explicava para Chico, já que Caetano estava sentado no chão, conversando com o menino, ele tinha os olhos azuis, o cabelo cacheadinho e a pele extremamente branca, tão branquinha que qualquer exposição ao sol ele já sairia queimado.
-Caê, precisamos ir! Temos que ir ver sua mãe. - Chico se aproximou, se agachando ao lado do noivo. Ele olhou para a criança e sorriu, ele realmente parecia uma mistura perfeita de Chico e Caetano. Eles ficaram muito tempo brincando com a criança, que em pouco tempo já estava super apegada nos dois, brincaram tanto que o pequeno acabou dormindo nos braços de Caetano.
-Não podemos voltar pro Rio sem ele, Chico... - Caetano susurrou, Chico suspirou.
-Amor, eu sei que a adoção não é a parte mais complicada, só que eu não sei se estou realmente pronto pra isso. - ouvir aquilo magoou Caetano, mas no fundo ele entendia o que Chico sentia, eles eram jovens, vão se casar em alguns dias, talvez Chico estivesse certo, talvez não fosse o momento ideal, mas Caetano estava tão apaixonado pela criança...
-É, talvez não esteja na hora mesmo... - Caetano entregou a criança para Léia, que colocaria o pequeno Moreno pra dormir, se despediram e seguiram para a casa de Dona Canô.
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O caminho até a casa de Dona Canô foi no completo silêncio, Chico se sentia culpado, Caetano estava tão quieto que começava a ser assustador.
-Tá tudo bem? - Chico perguntou, estacionando o carro na frente da casa.
-Uhum, só tô com dor de cabeça. - Caetano tentou forçar um sorrisinho, eles entraram na casa e o humor de Caetano mudou completamente, Chico sabia que aquilo era só pra deixar dona Canô mais animada. Aquele lugar jamais seria o mesmo sem Zeca, mas Caetano se sentia aliviado por poder levar seu noivo para a casa da mãe, sem o menor problema.
-Pensei que vocês não chegariam nunca. - Canô deu risada, Caetano sentou no sofá, e Chico ao seu lado.
-Passamos na ong da titia Léia antes, tô morrendo de dor de cabeça. - Caetano passou as mãos pelo rosto, Chico acariciava suas costas.
-Vão descansar enquanto o almoço não fica pronto. - Canô voltou para a cozinha, Caetano puxou Chico para o andar de cima, o quarto era lindo, a vista ainda mais. A vista para a praia era realmente maravilhosa. Caetano puxou Chico pra cama, deitando em cima dele, Chico começou a fazer um cafuné em Caetano, e com a outra mão acariciava suas costas.
-Desculpa... - Chico susurrou, Caetano deu um risinho.
-Não precisa se desculpar, eu entendo que isso pode ser assustador.
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Eles desceram para a sala de jantar, dona Canô preparou moqueca tradicional e uma moqueca de caju para Caetano, o veganismo era algo incrível para Caetano, ele sabia que aquela tinha sido sua melhor escolha. Comeram entre conversas sobre o casamento e outras paralelas, anoiteceu, todos subiram para os quartos e foram dormir.
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Na manhã seguinte, muito cedo, Chico levantou, se arrumou e decidiu resolver as coisas, ele tinha dormido muito mal pensando em Moreno, não queria deixá-lo também. Sabia o quanto aquilo era importante para Caetano, por mais que ele tentasse esconder, tinha ficado chateado. Chico pegou o carro e voltou para a ong, por incrível que pareça, Léia já estava super acordada, ela sabia o que ele queria, sentaram na sala e ficaram algumas horas conversando, ele sabia que Caetano não acordaria tão cedo, então estava tranquilo. Léia precisava ter certeza que eles estavam bem para cuidar de uma criança de 5 anos, no fim ela chegou a conclusão que sim, sabia que eles cuidariam muito bem dele. Ela fez os papéis da adoção, porém isso tudo só estaria pronto quando eles voltassem pro Rio, ou seja, voltariam sem a criança, mas sabendo que uma parcela do processo estava pronto.
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Notas do autor:
Oii amores, voltei!! Esse capítulo ficou meia boca, mas prometo que o próximo vai estar melhor. O que estão achando? Amo vocês e até a próxima!🍂Com amor, Gaby♡
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Eu Só Quero Um Xodó
Romance"Eu só quero um amor Que acabe o meu sofrer Um xodó prá mim, do meu jeito assim Que alegre o meu viver." Onde Chico e Caetano tem um encontro de almas.