Sakura andou por um longo tempo, poderia pegar um ônibus ou um táxi, mas precisava pensar em como agiria e a caminhada ajudaria nisso.
Quando chegou em um restaurante 3 estrelas adentrou o local e viu a sofisticação, não haviam muitos no local e seus olhos focaram justamente em um piano preto em um canto do restaurante.
Andou calmamente até o piano e ao tocar a primeira tecla, um sorriso escapou de seus lábios de uma forma espontânea.
Sentou no banco a frente do mesmo e correu os dedos causando um som forte e único, pra depois prosseguir com dedilhados sutis.
Seus olhos se fecharam e ela parecia flutuar, não toca tem anos, desde que foi pro reformatório. A última vez que tocou foi pra seus amores e seus amigos, agora depois de anos, é uma sensação de felicidade, de que em algum canto aquela Sakura ainda vivia, mesmo que não pudesse.
Quando terminou permaneceu com os olhos ainda fechados, isso até uma voz irromper;
__Sakura?__a mesma respirou fundo e abriu os olhos.
Virou o rosto e avistou um rapaz que cresceu um pouco, a barba antes bem feita, agora aderiu o estilo um pouco maior.
O sorriso do homem se alargou e ele se aproximou mais.
__é você mesmo! Deus, você mudou tanto, mas eu nunca esqueço uma musisista quando vejo uma. Essa aura é inconfundível.
__acho que o senhor se enganou, não sei do que está falando.__a mesma se levantou e ele entrou na frente dela negando freneticamente.
__eu não me engano com alguém igual a mim. Sei que você foi dada como morta e eu até poderia estar desesperado, mas eu sei que não estou confundindo, que caía um raio na minha cabeça se eu estiver enganado.
Mesmo se fosse possível, não ocorreria, mesmo com outra identidade e usando outro nome, ela ainda é Sakura, mesmo que nada mude, Sakura ainda viveria dentro dela.
A mesma olhou os olhos e seu lábio repuxou pro canto formando um sutil sorriso de canto de boca.
__podemos conversar em particular Hujan?
O mesmo concordou e passou por ela a indicando o caminho, subiram pro andar de cima e entraram em um escritório.
Quando a porta foi trancada Sakura vagou pelo local olhando tudo. Avistou sob a mesa de mogno um porta retrato, as bordas da fotografia ali dentro estavam chamuscadas e danificadas mas Sakura reconhecia a fotografia.
Era uma foto dos funcionários do Restazza onde trabalhou, todos os funcionários e seu chefe no meio.
Ah saudade daquele tempo, saudade de um tempo que não volta mais. Ao lado de seu chefe ela, com seu estonteante cabelo rosa e o sorriso largo.
Trabalhar lá era maravilhoso, fazia o que gostava e ao redor de pessoas de boa índole. Mas infelizmente são tempos que não voltam mais.
__eu vou direto ao ponto Hujan.__Sakura se encostou na mesa e fitou os olhos intrigados do mais velho.__temos assuntos incomun.
__sei que dizem que você morreu, mas como isso é possível?
__eu forjei minha morte, tenho planos e nossos caminhos se cruzam aí.__ela retirou a mochila das costas e retirou uma pasta de um fundo falso da mesma.
__esse é Tada Yaman, ele está cumprindo pena por ser o mandante central do assalto e incêndio do restaurante do seu pai.__Hujan pegou a pasta e deu uma breve lida.
__eu sei, estava no julgamento, ele se declarou culpado de todos os crimes e admitiu ter sido ele a puxar o gatilho que tirou a vida do meu pai. Pegou 35 anos de prisão, achei pouco mas quem sou eu pra mudar a justiça.__ele entregou a pasta.__mas o que isso tem haver?
__não é verdade.__Hujan a olhou em choque.__esse homem nem se quer esteve no restaurante aquele dia. Ele foi bucha, pagando o crime de outro, peixe maior.
__mas 35 anos é muito tempo.
__sim, mas muitas vezes fazem por cega lealdade ou ameaça, nesse caso eu poderia dizer que não sei, mas o real motivo é cega lealdade. Os abaixo sempre seguem os de cima e muitas vezes pra orgulhar.__ela andou pelo comodo e apontou pra uma mesa ao canto com bebidas__posso?
__uhum.__a mesma se serviu de uma dose de uísque.__como sabe disso?
__há muitos anos meu pai trabalhava pra Moebius, ele ajudou a fundar essa gangue. Porém conforme os anos foram passando eles mudaram, as regras mudaram conforme mais gente chegava, quando ele se deu conta já era tarde. Ele tentava sair e nisso deram o ultimato e mataram minha mãe.__o choque dele.__aquilo foi demais, porém quem dá as ordens acima e toma terreno é a Valhalla, foram eles que mataram minha mãe e pra sair meu pai se voluntariou pra ser preso por um crime que ele não cometeu, pra cpm isso ter carta branca e poder me criar.__ela deu um gole no uísque.__ele me deixou em um colégio interno eu tinha 9 anos e o reencontrei aos 15 anos. Mas isso não o deu chances, enquanto vivemos ele ainda fazia trabalhos leves.
__Moebius ou Valhalla que está envolvida na morte do meu pai?__Hujan a olhou sério.
__Valhalla mas tem dedo da Moebius. Porém Moebius se tornou fraca, um tapete pra Valhalla pisar e eles não tem escrúpulos. Hujan, eles mataram meu pai, mataram minha tia e minha mãe. Perdi todos por eles e fui presa por ser acusada de matar meu pai. Eu ressurgi como outra pessoa só pra vingar todos que perdi e no fim poder ter paz.
__o que quer de mim?__seus olhos desolados a encararam.
__quer realmente a justiça? Ou quer deixar esse rato fraco pagar pelo real mandante do crime?
__sabe quem é?
__sei, e ele também é meu alvo. Mas as duas gangues irão cair.
__se prometer que o real culpado ficará atrás das grades, eu te ajudo no que quiser. Meu pai merece ser vingado.__ele passou passou o antebraço nos olhos.
__todos caíram como peões fracos e o real culpado, pagará por tudo atrás das grades.
Hujan não pensou, já tinha sua decisão, não tinha dúvidas e olhando nos olhos de Sakura, ele sabe que ela não cairá.
Estendeu a mão pra ela com os olhos determinado no que quer.
__então, trato feito.
Sakura apertou a mão do mesmo com determinação, seus olhos afiados o encararam de forma fria.
__seu pai terá paz.__ele agradeceu.
__o que precisa de mim?
__vamos jogar o mesmo jogo deles.__ela finalizou o uísque num único gole e colocou o copo na mão do mesmo.__preciso de uma bucha!
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O Desabrochar de Sakura.
Fiksi Penggemar#+18 anos# Sakura nunca entendeu por que a vida sempre pregava peças pra ela. Nunca entendeu por que sua vida parecia uma montanha russa, que nunca ia pra cima. Aos 9 anos ela foi viver em um colégio interno, nunca mais viu seu pai. Recebia cartas...