20 | Cores vibrantes

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The rest of the world was black and white
But we were in screaming color

O resto do mundo estava em preto e branco
Mas nós estávamos em cores vibrantes


Out of The Woods

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A luz do sol filtrada pelas cortinas brancas me arrasta para longe de um sonho. Tenho a vaga noção de que Ember estava nele, rindo à luz da lua, e de que havia mais estrelas no céu da minha imaginação do que eu já vi em qualquer lugar do mundo.

Abro os olhos, franzindo a testa imediatamente, e tudo o que vejo por um momento é o edredom amassado em que me enrolei durante a noite. Pisco algumas vezes, tentando me acostumar com a luminosidade, depois continuo piscando enquanto registro a outra presença na cama comigo.

Ember. Ainda estou sonhando?

Arrasto a mão pelo edredom, sentindo a textura dele. Depois olho de novo para Ember, seu peito subindo e descendo com o movimento da respiração. Não há um milhão de estrelas aqui, mas ela é real.

Eu dormi na mesma cama que Ember.

Caralho.

Fecho os olhos, conto mentalmente até dez, depois os abro de novo.

Ela continua aqui, a centímetros de mim na cama.

Olho para ela. É tudo o que consigo fazer. Nenhum pensamento alarmante me consome, nenhuma preocupação, só olho para ela.

Talvez seja meio esquisito da minha parte, ficar observando-a dormir assim, em completo silêncio. Mas só quem já teve a chance de acordar ao lado de uma mulher como ela tem o direito de me julgar, porque, porra, como não olhar?

O cabelo castanho dela está espalhado pela fronha do travesseiro, seu rosto relaxado, seus lábios entreabertos. E, graças à minha mania de monopolizar o cobertor, ela está descoberta. Não completamente descoberta, ela não está pelada nem nada, usa uma calça de pijama e uma regata, mas eu me sinto culpada. Deveria ao menos tentar devolver uma metade do cobertor para ela.

Devagar, tento me mover de modo a liberar um pouco do edredom. No quarto silencioso, os ruídos baixos parecem estrondos, e eu cerro os dentes como se isso pudesse me fazer ser mais discreta.

Consigo soltar uma ponta e me inclino para cobrir o corpo de Ember, ao menos seus braços expostos. Estou com os joelhos apoiados no colchão, dobrada sobre ela, e acabei de cobrir seus braços quando arrisco outro olhar para o seu rosto e... olhos verdes, um sorriso tranquilo. Porra. Assim, sem aviso?

Todo o ar deixa os meus pulmões, e eu a encaro boquiaberta.

— O que está fazendo? — ela pergunta. O vestígio de sono deixando sua voz rouca me desarma totalmente.

— Ah. — Olho ao redor, depois de volta para ela. — Te cobrindo?

Ela solta uma risada baixa.

— Meio tarde demais para isso, né? Já dormi a noite toda assim. — Mas ela ajeita a coberta sobre o próprio corpo de qualquer forma e começa a se sentar, o que faz com que eu me afaste ligeiramente e também me sente meio de lado. — Se queria me esquentar, tem outros jeitos de fazer isso.

Ainda estou atônita demais pela mera existência dela aqui, no quarto comigo, logo cedo, então só abro a boca e fico assim por mais tempo do que gostaria. Pensamentos pensantes? Não tenho.

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