12. Branco neve.

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Meu coração parecia ter sido quebrado como um pedaço de vidro, esparramando seus cacos por todo o espaço. Meu peito doeu, a respiração parou e meus batimentos não eram mais controlados por mim.

A culpa tomava conta do meu corpo, o carro indo embora como se não tivesse feito o que fez me encheu de raiva, dor, culpa e tristeza.

Corri em direção ao corpo estirado ao chão, aquilo me doeu em todos os pedaços que fazem do meu ser, o meu ser.

Segurei em seu rosto com lágrimas nos olhos, a culpa me consumia, Jimin, eu queria poder ter te alcançado e explicado tudo o que foi aquilo.

- Jimin?! - Exaltei, chorando. - Por favor, abre os olhos, por favor. - Abracei forte seu corpo, ao passar a mão em seus cabelos, senti um líquido.

Ao afastar minha mão de sua cabeça, pude vê-la vermelha, era sangue. Eu comecei a tremer, ele não podia morrer.

Eu estava começando a passar mal, as pessoas ao redor olhando sem entender, com curiosidade, por que ninguém estava fazendo nada?! Aquela raiva e culpa estava me consumindo cada vez mais.

- Por favor, liguem para uma ambulância, por favor. - Implorei, soluçando.

Uma senhora de idade se aproximou, dizendo para eu me acalmar.

- Se acalme querido, ligue para a ambulância, eu seguro a cabeça dele para o senhor. - Ela se abaixou, colocando a mão embaixo da cabeça dele, onde o sangue estava saindo.

- Muito obrigado. - Falei, sentindo as lágrimas aumentarem cada vez mais.

Peguei o celular de um jeito desajeitado, sem preocupações, digitei o número do samu, 192, vendo a tela ficar com as marcas de sangue, sangue esse do homem que estava me deixando mais louco a cada dia, pensar que ele estava ali, desacordado, por minha culpa me fazia sentir cada vez mais dor e arrependimento por não ter contado para ele.

Eles atenderam minha ligação.

- Olá, qual a energia? - Disse.

- Teve um acidente de carro com vítima, a vítima está com a cabeça machucada, saindo sangue, por favor, venha rápido. Foi na entrada da faculdade de exatas e humanas, com a parede branca e a outra colorida, por favor. - Falei, gaguejando, nervoso. Eu estava tão nervoso que não conseguia me lembrar do endereço. A faculdade era conhecida, eu estava implorando para que a pessoa reconhecesse.

- Certo, estarei encaminhando uma ambulância para o local, verifique os batimentos da vítima pelo pulso e permaneça no local até que o corpo de bombeiros chegue. - A pessoa respondeu, senti meu corpo se tranquilizar, eu estava implorando para todas as entidades possíveis para que eu não o perdesse.

Rolei a tela pelos contatos assim que a ligação foi encerrada, procurando o do Taehyung, eu estava gaguejando, apenas mandei um áudio dizendo que o Jimin tinha sofrido um acidente e que tinha chamado a ambulância, pedindo pra ele avisar ao Hoseok.

Retornei para perto do corpo, segurando em seu pulso, sentindo as suaves e lentas palpitações.

Aquilo era como facadas sendo enfiadas e retiradas do meu coração toda vez que sentia o pulsar lento, quase nulos em meus dedos contra a pele dele.

A senhora me encarava, como se me decifrasse completamente.

- Ele é seu namorado? Parece ser alguém muito importante para você. - Ela falou, segurando na mão do Jimin.

Entre as lágrimas, dei uma risada boba.

- Eu queria que fosse, mas ele está aqui agora por minha culpa. Como a senhora sabe disso? - Questionei, secando minhas lágrimas.

Em todas as suas cores. | jjk &' pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora