5. Roxo lilás.

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O vento batia na janela, o dia amanhecia, o sol aparecia, e o despertador tocava para acabar com a minha sintonia.

Em plena segunda-feira acordando cedo, essa era a vida do estudante de psicologia.
Eu ainda estava me acostumando com os novos professores, novos colegas de classe, novos horários, era tudo bem novo e inesperado.

Na faculdade, havia duas divisões, em uma delas, ficavam as faculdades de medicina, psicologia, odonto e direito. E na outra, dança, artes cênicas, música e artes visuais.

Eu nunca havia visitado a outra parte, mas diziam que era bem colorida e decorada, diferente da nossa.
Nossa parte era homogênea, cores neutras e padrões de decorações em todas as salas.

Eu não costumava comer de manhã, apenas me arrumava, ajeitava meu apartamento, pegava minha mochila e saia de casa.

O caminho era calmo, eu gostava de apreciar a paisagem. Tinha diversas flores pelo caminho até a faculdade, mesmo um pouco nublado, com o céu branco pelas neblinas, continuava lindo.
Na faculdade, tinha uns bancos com formatos estranhos, eram coloridos, faziam parte da outra divisão. Eu sempre sentava no banco amarelo e ficava ouvindo música até que meu despertador tocasse e eu tivesse que ir pra sala.

Às vezes, o Taehyung chegava cedo e ia até mim, já que eu sempre estava lá. Ouvia passos se aproximando e ouvi a voz do mesmo dizendo;

- Bom dia, flor do dia. - Ele disse, arrastando a cadeira verde para perto da minha.

- Bom dia. Dormiu bem? - Eu disse, olhando para ele com uma carinha de sono.

- Eu dormi bem sim, e você, Jungkook? - Ele se sentiu, com uma sacola na mão.

- Caralho. Isso foi um Culex quinquefasciatus ou um Aedes aegypti? - Perguntei, incrédulo.

- Que? - Ele perguntou, desentendido.

- O mosquito que deixou essa picada no seu pescoço, seu tarado. - Queria rir da cara de desespero que ele fez.

- Tá marcado? Porra, eu passei maquiagem. - Ele retirou um pequeno espelho e uma base da bolsa, vendo que estava meio visível.

- Como que dorme bem quando se dorme ao lado do chupa cabra? Tá amarrado. - Comecei a rir.

- Seu ridículo. Mas, defendendo ele, o dele tá bem pior. - Ele sorriu, tampando a marca.

- Eca! Seu nojento. - Ele riu, guardando as coisas.

- Eu passei na padaria e comprei toddynho, você quer? - Retirou da sacola, entregando um para mim.

- Bom, já que você insiste, irei aceitar para não te chatear. - Destaquei o canudinho, indo tomar meu querido toddynho.

Ficamos ali conversando, ouvindo música pelo fone bluetooth, que foi uma trabalheira que só para conectar os dois lados. Estava bom demais, até que o despertador tocou, 07:50 em ponto. Nós só nos veríamos às 12:00, na hora do almoço.

Fomos andando até o centro da faculdade, abracei ele e disse que estaria na praça de alimentação na hora do almoço. Ele foi para o lado vivo, e eu para o morto. Ele combinava com a área de artes.

A aula era sobre Neuroanatomofisiologia, eu gostava, era interessante.
As aulas pareciam monótonas, escrever e anotar, mas eu gostava de aprender, tentava aproveitar o máximo de conhecimento que a faculdade poderia me proporcionar.

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A hora passou voando, eu estava sentado na mesa do refeitório, com Taehyung me contando todo animado que tinha recebido um novo roteiro, ele era tão apaixonado pelo teatro.
Nosso almoço de hoje era ovo mexido e carne moída, eu peguei o ovo e o Taehyung a carne.

Em todas as suas cores. | jjk &' pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora