10. Azul marinho.

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Meus pensamentos estavam me enlouquecendo, o que o Hoseok queria comigo? Porra, eu sabia que estava tremendamente errado.

Eu fui grosso, eu não posso descontar meus próprios problemas neles. Eu me sentia imaturo e aquilo me doía, eu não sabia como lidar com aquilo, eu teria que ir embora novamente? Trancar a faculdade? Ir embora de novo? Não quero passar por isso.

Eu estava irritado, me auto perfurando com as unhas, querendo descontar a raiva e o medo em algo.

A mágoa me machucava, eu queria voltar até lá e me desculpar com o Jimin, ele não tinha culpa disso, ninguém tinha.

Eu podia sentir meus olhos querendo se encherem de lágrimas a cada passo que eu dava na direção em que o Hoseok me direcionava.

Nós chegamos em um canto do campo que não tinha movimento, era quase como uma pequena praça em que os visitantes já viram tanto que apenas pararam de ligar para ela.

Hoseok sentou em um dos bancos da “praça” e eu me sentei ao seu lado. Era possível ver a forma como seu peito descia e subia, provavelmente tentando arranjar um jeito de me dar um puxão de orelha que não fosse tão doloroso.

Ele mexia em suas mãos, inquieto.

— Jungkook, o que você quer com o Jimin? – Ele foi claro e rápido, deixando claro sobre o que iríamos falar enquanto estivéssemos ali.

— Eu quero conhecer ele, Hoseok. Me desculpa pela forma que falei com ele, eu estou nervoso por algo pessoal. – Respondi, cabisbaixo.

— Por que você não mandou mensagem para ele depois que vocês voltaram do parque?

— Ele não me mandou também, achei que não quisesse conversar comigo.

— Ah, Jungkook. – Ele suspirou, com as mãos em seu rosto, como um “você ainda não sabe nada”. — Se for ficar esperando por uma mensagem dele, é melhor que espere sentado. Jimin não manda mensagem, ele é sempre aquele que espera.

— Eu não sabia. Eu gosto muito do Jimin, a presença dele me faz bem. Hoje não está sendo um dia bom, não vou poder falar com ele hoje, não quero nem pensar na possibilidade de machucá-lo com as minhas próprias palavras.

— Quer conversar sobre o que aconteceu esta manhã? – Questionou-me, talvez como uma forma de me confortar

— Ah, jung. É complicado. – Cocei a nuca, querendo disfarçar o meu incômodo sobre aquele assunto.

— Tudo bem se não quiser me falar. – Eu queria muito, na verdade.

O silêncio era desconfortável e reconfortante em medidas confusas e desequilibradas.

Eu tinha que pôr para fora. Nem que fosse em lágrimas, xingamentos, arranhões, ficando de mal humor, sendo grosseiro, mas de alguma forma eu precisava me livrar de todo aquele medo que fora despejado em meus ombros.

Em meio aquele silêncio, o som de meus pulmões pedindo por ar enquanto eu segurava as minhas próprias lágrimas se fez presente.

Eu cobri os olhos rapidamente, não querendo deixar que o Hoseok me visse chorando.

— Hoje de manhã dois amigos importantes vieram me ver, e eles me deram uma notícia horrível. – Solucei. — Há um ano atrás, quando eu estava no final dos meus 18 anos e tinha acabado de entrar para faculdade, em apenas um mês uma garota começou a me perseguir constantemente, perseguia mesmo. Me mandava cartinhas com declarações, chocolates, ficava me observando e isso tudo era quase como um castigo no qual eu nunca vou descobrir o porquê recebi.

Em todas as suas cores. | jjk &' pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora